Alimentação balanceada pode amenizar efeitos do calor, diz nutricionista

As hortaliças são uma boa opção de alimentação quando o tempo está mais quente, uma vez que são ricas em água, minerais e vitaminas

Postado em: 16-11-2023 às 08h15
Por: Ronilma Pinheiro
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As hortaliças são uma boa opção de alimentação quando o tempo está mais quente, uma vez que são ricas em água, minerais e vitaminas | Foto: Ronilma Pinheiro

O aumento das temperaturas e baixa umidade do ar em todo o país apresenta uma série de riscos à saúde. Segundo especialistas, com o tempo quente, podem surgir casos de desidratação, cansaço extremo, letargia e perda de apetite. Nos casos mais graves, a pessoa exposta ao calor pode apresentar tontura, dor de cabeça, fraqueza, sensação de desmaio, dor no corpo, diarreia, vômitos e até febre.

Quando somados a uma má alimentação, esses danos podem ser ainda piores. A nutricionista Samantha Araújo alerta que uma alimentação desequilibrada pode agravar a sensação de calor e cansaço, além de deixar a digestão mais lenta e favorecer azia e formação de gases. “A má alimentação também pode levar à desidratação, deficiências de minerais e agravamento de doenças pré existentes”, destaca.

Dessa forma, neste momento em que as temperaturas estão elevadas, manter uma alimentação balanceada é de extrema importância, uma vez que, o organismo em estresse térmico aumenta a transpiração para garantir a regulação da temperatura interna, a fim de evitar o superaquecimento que poderia danificar o funcionamento dos órgão, segundo Samantha Araújo. Com isso, aumenta a necessidade de água, minerais e vitaminas, que são nutrientes essenciais para os processos metabólicos. “Manter uma alimentação balanceada é importante para oferecer estes nutrientes e evitar desidratação, câimbras e exaustão pelo calor”, explica.

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Dentre os alimentos que devem ser evitados nesse período, estão os alimentos ricos em sódio,  já que o corpo precisa de mais água para eliminar seu excesso e com o calor o corpo acaba perdendo muito líquido. “Limite o uso do sal e evite temperos e alimentos industrializados e fast food”, pontua a nutricionista.

As bebidas alcoólicas e café também precisam ser evitados. Segundo a especialista, devido à ação diurética dessas bebidas, pode ocorrer aumento da eliminação de água e maior risco de desidratação. Além disso, os alimentos gordurosos e frituras, não devem ser consumidos, pois eles podem deixar a digestão mais sobrecarregada e aumentar a sensação de calor. As comidas picantes aumentam a produção de calor no organismo, e por isso, também não são indicadas ao consumo neste  período quente.

Em contrapartida, existem aqueles pratos que ajudam a melhorar a qualidade de vida, nesse intenso calor. “Quando o clima está quente, vale apostar nos alimentos ricos em água, com temperaturas frias ou geladas e naqueles com digestão mais rápida”, orienta Samantha. Nesse caso, as frutas são uma excelente opção, por conter água e vitaminas. Além disso, elas podem ser consumidas “in natura”, na forma de sucos, picolés ou sorvetes – basta congelar a fruta e bater no liquidificador para ter um sorvete caseiro saudável -.

As hortaliças também são uma boa opção, uma vez que são ricas em água, minerais e vitaminas. Elas podem ser incluídas em saladas, recheios de sanduíches e tapiocas. “Água de coco e chás gelados auxiliam a hidratação e a reposição de antioxidantes e minerais”, afirma. A nutricionista acrescenta ainda que é importante consumir alimentos que são fontes de proteínas e que têm pouca gordura, como peixe, frango e ovos, que são mais fáceis de digerir do que as carnes vermelhas ou gordurosas.

Outra questão é que o calor acelera a proliferação de microrganismos e deterioração dos alimentos, segundo a nutricionista. Por isso, alguns cuidados necessários precisam ser mantidos. Samantha Araújo lista uma série de cuidados essenciais: antes de adquirir ou consumir frutas ou verduras verifique se estão frescos e sem sinais de deterioração; realize a limpeza e desinfecção dos alimentos que serão consumidos crus;  frutas e verduras devem ser lavados em água corrente para remoção das sujeiras aparentes e depois desinfetados em solução clorada apropriada; os utensílios como tábuas, facas e pratos devem ser higienizados para remover todos os resíduos de alimentos e evitar a multiplicação de bactérias.

Os alimentos devem ser consumidos assim que finalizar seu preparo – seja o corte de uma fruta ou cozimento de grãos ou carnes -, segundo a especialista. “Se algum alimento não for completamente consumido, não deixe em temperatura ambiente, mas leve para a geladeira”, orienta.

Ao comer fora de casa, como em feiras ou restaurantes, especialmente neste período de calor, deve-se observar as condições de conservação dos alimentos nesses locais, é o que orienta a nutricionista. No caso dos alimentos muito perecíveis e com alto risco de contaminação, como preparações que levam queijos, leite, creme de leite, carnes, molhos e ovos devem estar devidamente refrigerados. “Prefira alimentos preparados na hora e evite aqueles que já ficam prontos com antecedência e expostos à temperatura ambiente”, pontua.

Cimehgo emite alertas para risco potencial à saúde em decorrência do calor

Um boletim divulgado pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), prever possibilidade de pancadas de chuvas em áreas isoladas de Goiás, nesta quinta-feira (16), devido à combinação de calor e umidade proveniente da região norte do Brasil. No entanto, o sol deve predominar durante todo o dia e as temperaturas máximas continuam elevadas. A umidade relativa deve cair em todas as regiões do Estado.

Para a capital, a previsão também é de predomínio de sol, com a temperatura máxima podendo chegar aos 37ºC e a umidade relativa do ar variando entre 15% a 70%. Além disso, o Cimehgo emitiu dois alertas importantes. O primeiro é de “risco potencial à saúde da população em decorrência da onda de calor, que atingirá todas as regiões do Estado de Goiás” e o segundo aviso é de “risco potencial à saúde da população em decorrência da baixa umidade relativa do ar em todas regiões do Estado de Goiás com índice em estado de ‘Alerta’”.

Vale destacar que Goiânia já bateu recorde de dia mais quente da história para o mês de novembro, nesta terça-feira (14), segundo divulgou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A capital do estado chegou a registrar uma temperatura máxima de 39,2°C. O último recorde havia sido quebrado no domingo (12), quando os termômetros marcaram 38,7°C.

Goiás, o Distrito Federal e mais 15 estados da Federação estão sob alerta vermelho, emitido na última terça-feira (14) pelo Inmet, que alerta para risco de calor intenso à saúde. De acordo com o comunicado do instituto, a temperatura permanece 5°C acima da média por um período maior do que cinco dias nas regiões listadas, incluindo Goiás.

Esse tipo de sobreaviso ocorre quando se espera um fenômeno meteorológico de “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana”, segundo o instituto.

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