Projeto L.A.R oferece suporte no combate à violência doméstica

Iniciativa oferece amparo psicológico e orientação jurídica, erguendo mulheres em momentos de vulnerabilidade

Postado em: 20-11-2023 às 08h09
Por: Luana Avelar
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Iniciativa oferece amparo psicológico e orientação jurídica, erguendo mulheres em momentos de vulnerabilidade | Fotos: L.A.R Goiânia/ Arquivo

Em janeiro de 2021, a advogada familiarista Beatriz Ferro Maia lançou o Projeto LAR, uma iniciativa que surge como resposta aos crescentes casos de violência doméstica agravados pela pandemia de 2020. Sob o lema “Lugar de Afeto e Respeito”, o projeto reflete a visão de família de Beatriz, destacando a importância desses valores em meio aos desafios enfrentados por muitas mulheres. O Projeto LAR tem como objetivo principal combater a violência doméstica, oferecendo apoio jurídico e psicológico às mulheres em situação de vulnerabilidade.

“Foi na pandemia que eu verifiquei que existia um problema, que até então eu não tinha percebido antes, que é a violência doméstica como um todo e a ausência de rede de apoio”, compartilha Beatriz, ressaltando a urgência de abordar essa questão. 

O conceito do projeto baseia-se na compreensão da família como um espaço de afeto e respeito, valores que muitas vezes estão ausentes nas vidas das mulheres que enfrentam situações de violência. Ao discutir os objetivos do projeto, Beatriz enfatiza: “Nosso principal objetivo é apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade, seja social ou decorrente de violência doméstica, sexual ou abuso. Estamos aqui para combater todas as formas de violência de gênero.”

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A equipe conta com 10 advogadas para fornecer assessoria jurídica. Os casos são recebidos pela ouvidoria da mulher da câmara, sendo atendidos com suporte jurídico e acompanhamento em delegacias, se necessário.

“Recebemos as demandas da ouvidoria da mulher da câmara e agimos. Desde assessoria jurídica até a possibilidade de entrar com ação, estamos ao lado dessas mulheres em cada passo.” Sobre a componente psicológica, ela conta: “Oferecemos terapia gratuita toda semana, proporcionando um espaço para que essas mulheres possam lidar com os desafios emocionais que enfrentam. A terapia ocorre regularmente, garantindo um suporte contínuo.”

O projeto promove ações de conscientização e prevenção da violência doméstica. Por meio de palestras, workshops e campanhas educativas, o projeto busca disseminar informações sobre os direitos das mulheres e os recursos disponíveis para enfrentar a violência. Dessa forma, busca-se empoderar as vítimas e encorajá-las a buscar ajuda.

As ações são quinzenais, proporcionando um espaço virtual de acolhimento e informação através de rodas de conversa, às quartas-feiras às 19:30. Essas iniciativas são construídas sobre os pilares do afeto e do respeito, essenciais para quebrar o ciclo de violência e reconstruir vidas. Busca-se criar um ambiente acolhedor, de desenvolvimento e informação, com a participação de profissionais de diversas áreas.

Durante as rodas de conversas, as participantes já discutiram diversos temas como relacionamentos abusivos, autoestima, ansiedade, maternidade, produtividade tóxica, machismo, violência doméstica e sexual, entre outros. Também exploraram assuntos como trabalho não remunerado, defesa dos direitos das pessoas com deficiência, saúde mental e educação das crianças.

Quando questionada sobre o financiamento ou apoio governamental, Beatriz afirmou que o projeto não recebe nenhum tipo de auxílio financeiro. “Não, nós não recebemos nada,” ela disse. 

Beatriz explicou que, devido à natureza online do serviço, há custos mensais associados às atividades do projeto. “Toda assistência jurídica, toda assistência psicológica e as rodas de conversas são feitas de forma remota, a gente tem que pagar um Google Meet, a gente tem que pagar um Drive, a gente tem alguns custos que são mensais”, conta.

Ao abordar a abrangência geográfica do projeto, ela salientou que o foco principal está em Goiânia, embora existam alguns casos de mulheres em cidades do interior de Goiás. Entretanto, a expansão para atender mais mulheres em situação de vulnerabilidade só seria viável com apoio governamental. “A gente gostaria muito de ter uma parceria com alguma faculdade para que a gente possa emitir certificado e receber um número maior de voluntárias, mas a gente ainda não conseguiu fazer isso exatamente porque a gente está lutando para ter algumas documentações que também tem um custo alto”, conta. 

Para participar, os interessados podem colaborar de maneira direta ao se inscreverem no Instagram do projeto, onde encontrarão um link contendo um formulário para voluntariado. 

O programa terapêutico atualmente beneficia cerca de 40 mulheres, tendo anteriormente atendido 70. Contando apenas com duas psicólogas, buscamos voluntárias nas áreas de psicologia e jurídica. O projeto é integralmente conduzido por voluntários, contando com a generosidade de indivíduos comprometidos. Além do voluntariado, contribuições são bem-vindas como uma maneira adicional de apoiar a iniciativa.

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