CRER realiza quase 16 mi de procedimentos

Ao longo de 16 anos, o CRER atendeu 434.367 pessoas vindas de todos os municípios goianos e de outros Estados brasileiros

Postado em: 17-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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Ao longo de 16 anos, o CRER atendeu 434.367 pessoas vindas de todos os municípios goianos e de outros Estados brasileiros

No dia 25 de setembro, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), completa 16 anos de funcionamento em prol da população. Referência em atendimento de excelência, o hospital alcançou a marca de 15.527.868 milhões de procedimentos realizados de setembro de 2002 a agosto de 2018.

Dentre os procedimentos realizados na unidade neste período estão as consultas médicas (1.224.569), procedimentos cirúrgicos (56.293), procedimentos odontológicos (116.469), procedimentos de reabilitação multiprofissional (9.881.078), exames realizados (3.724.070), aparelhos de ampliação sonora dispensados (37.494), próteses e órteses dispensadas (102.776), atendimentos do Serviço de Atendimento Domiciliar (68.488) e procedimentos do Laboratório de Movimento (2.531).

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Ao longo desses anos, o CRER atendeu 434.367 pessoas vindas de todos os municípios goianos e de outros Estados brasileiros. O atendimento humanizado ao usuário garantiu ao CRER, mais uma vez, alto índice de aprovação por parte dos nossos usuários. Pesquisa realizada durante o primeiro semestre de 2018 no setor de internação do hospital mostrou que 100% dos pacientes aprovam o atendimento recebido na unidade. Na mesma pesquisa realizada no setor ambulatorial, a aprovação ficou em mais de 95%.

Com 16 anos de história, o CRER é reconhecido pelo Ministério da Saúde como Centro Especializado em Reabilitação (CER) IV, graças a sua atuação na reabilitação das pessoas com deficiência física, auditiva, visual e intelectual. Além disso, o CRER é o único hospital de reabilitação do país e o primeiro hospital público do Centro-Oeste com o certificado de Acreditado com Excelência – Nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Desde sua inauguração, o CRER passou por significativo crescimento da sua estrutura física, saltando de 8.823 m² para 33.275 m² de área construída. Dentre outros espaços e serviços, o hospital conta com 136 leitos de internação, 20 leitos de UTI, 8 salas de cirurgia, 7 ginásios de terapias, 4 piscinas de hidroterapia, Laboratório de Movimento, Serviço de Atenção Domiciliar, Equoterapia, Oficina Ortopédica e Centro de Diagnóstico.

 Na vanguarda em atendimento de casos de microcefalia

Há cerca de três anos, o Brasil se viu em meio a um dos casos mais desafiadores de saúde pública. O aumento da incidência de casos de microcefalia, registrado em maior proporção na região Nordeste, fez acender um alerta sobre a origem da sua disseminação. Desde então, o Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer) foi acionado pelo Ministério da Saúde, para contribuir com sua expertise já empregada em outros casos de comprometimento cerebral.

Com isso, a unidade registrou que os atendimentos e terapias focadas na estimulação precoce de pacientes com comprometimento cerebral tiveram aumento de 70%, chegando a ser oferecidos diariamente na unidade, nos dois turnos, matutino e vespertino.

O centro de excelência goiano desde a sua criação tem se dedicado ao tratamento de pacientes com comprometimentos cerebrais, portanto encontrava-se na vanguarda de certos protocolos que passaram a ser empregados no atendimento dos pacientes com microcefalia.

A Secretaria de Saúde instituiu um Comitê de acompanhamento dos casos e inseriu dentre seus integrantes representantes do Crer. No boletim da microcefalia produzido pela SES já foram notificados 269 casos em Goiás desde 2015 até 2017, quando passaram a ser acompanhados de perto pelo poder público.

Segundo explica o médico fisiatra, Maurício Rassi Carneiro, que ocupa a gerência de Reabilitação do Crer, os casos de microcefalia são pré-existentes ao Zica Vírus e podem ser originários de doenças como toxoplasmose, rubéola, sífilis e demais doenças congênitas, contraídas pela mãe durante a gestação. “O Zica Vírus só ampliou a ocorrência da síndrome. Hoje se sabe que 1% das gestantes que contraem Zica Vírus vão desenvolver a microcefalia nos seus filhos. Portanto ter contraído Zica pode ou não levar ao desenvolvimento da microcefalia”, explica Maurício.

Um fator que despertou a atenção dos médicos que lidam com gestantes Zica positivo é que mesmo bebês que nascem sem o crânio reduzido estão demonstrando, em alguns casos, comprometimentos nos campos visual e auditivo. Portanto, criou-se um protocolo de acompanhamento para todas as crianças nascidas de mães que contraíram zica, elas tendo ou não a microcefalia. “Hoje, é obrigatório às gestantes que apresentarem os sintomas da Zica como vermelhidão no corpo associada à coceira, que passem pelo exame que detecta o contágio por zica vírus. Assim, seu bebê automaticamente é encaminhado ao CRER após o nascimento para acompanharmos se ele não apresenta comprometimentos visuais ou auditivos”, explica Maurício.

Conforme explica o fisiatra Maurício Rassi, devido ao crânio pequeno proveniente da microcefalia o cérebro não consegue crescer normalmente. Os casos de microcefalia são observados pontualmente pois dependem do grau de acometimento de cada um. “Não dá para falar que todos os pacientes terão os mesmos problemas. Cada caso é um novo desafio para nós”, explica. É preciso analisar o tamanho dessa calota craniana, se ela está comprimindo o cérebro, o que pode acarretar em paralisia cerebral, ou demais seqüelas. Tudo vai depender do que realmente foi afetado por conta dessa caixa craniana menor. 

Equipe

Diante do desafio de tratar cada um dos pacientes com as suas especificidades, o Crer formou uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e odontólogo, que acompanha diretamente a trajetória desse paciente na unidade. Somado ao trabalho deles estão os neurologistas, fisiatras, otorrinolaringologista e oftalmologista que são acionados para fazerem análises mais pormenorizadas de cada caso, explica o supervisor da fisioterapia ambulatorial do Crer, o fisioterapeuta Rogério de Castro.

Atualmente a unidade desenvolve três passos como protocolo de atendimento. Primeiramente, ao chegar ao Crer a criança é encaminhada para o Grupo de Atenção Continuada (GAC), que o acolhe imediatamente. “Não temos uma criança na lista de espera por atendimento. Todas que chegam até nós são imediatamente atendidas”, explica Rogério. O GAC acontece por meio de atendimentos quinzenais.

Em seguida, a criança é direcionada à estimulação precoce, onde uma vez por semana recebe atendimento da equipe multidisciplinar. E após um ano ela conquista uma vaga para as terapias individuais, onde passa a ter acompanhamento até duas vezes por semana, de forma particularizada.

Tal metodologia de atendimento tem chamado a atenção de demais unidades de saúde que também se empenham em conferir melhor qualidade de vida aos pacientes com microcefalia. Portanto, o Crer foi acionado pelo Ministério da Saúde para contribuir com o desenvolvimento dessa cadeia de amparo a pessoas com a síndrome em todo o Brasil.  

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