Natal começa aquecer mercado de compra e aluguel de decoração natalina

Árvore de Natal está sempre no topo da lista de itens mais procurados pro natal

Postado em: 25-11-2023 às 08h30
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Natal começa aquecer mercado de compra e aluguel de decoração natalina | Foto: Arts Renato

Em quase todo fim ano a estudante de Jornalismo Beatriz Agnes faz o seu rito de decorar sua casa para as festas de natal com luzes, laços, e uma árvore completamente natalina. Desde 2021 faz a mesma rotina, começa distribuindo as luzes pela varanda de seu apartamento, passa a decorar a casa com enfeites natalinos e finaliza com uma árvore de natal no centro de sua sala. “Desde pequenininha o natal sempre foi uma data muito importante para mim e a minha família quando era criança sempre enfeitamos nossa casa com pisca-pisca e montamos uma árvore de natal”.

Para Beatriz o costume significa mais que pura estética ou hábito adquirido, é uma época de lembrança e celebração além da religião. “Não é só uma questão de você enfeita a sua casa, é você desfrutar daquele ambiente natalino que é confortante e traz um gostinho de final do ano que é especial”, diz Beatriz. 

Contudo, com a inflação alta tem ficado cada vez mais difícil manter esse padrão anualmente, como diz a estudante. “O valor de decoração vem aumentando a cada ano, mas sempre tento participar das compras de natal, cada vez que você compra algo dá para guardar para o próximo ano. Então nos próximos natais o valor da decoração vai diminuindo”. 

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Este cenário diz respeito também a outras pessoas que procuram o jornal, principalmente levando em conta a alta taxa de endividamento que a população brasileira se encontra. De acordo com as últimas informações do Serasa, cerca de 43% da população adulta brasileira está em estado inadimplente em outubro, em Goiás o número é de 42% dos goianos, cerca de um terço da população adulta. 

Porém, programas de auxílios governamentais como o “Desenrola Brasil” e o “Serasa Limpa Nomes” do Ministério da Fazenda e do grupo Serasa, respectivamente, estão suavizando o efeito que diminui o poder de compra. Desde julho, os números de pessoas endividadas vem caindo por pouco, e a taxa de acordos de negociação aumentando.“Estamos em um cenário onde a inflação está em queda, porém, as famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas. Por outro lado, tivemos o programa Desenrola, que está renegociando as dívidas dessas pessoas”, afirma o economista Eurípedes Júnior.

A expectativa, entretanto, é de um final de ano conturbado para a cadeia de suprimentos, de acordo com Eurípedes. E com isso, um possível aumento nos preços de decoração natalinos. De acordo com o economista isso se deve aos respingos econômicos dos desastres climáticos dos últimos meses afetando o mercado goiano. “A seca no Amazonas, as fortes chuvas no Sul, tudo isso desestabilizou a cadeia de suprimentos, logo, podemos ter uma quantidade menor de produtos no mercado, principalmente eletrônicos e alimentares”.

Em contrapartida, cada vez mais produtos do exterior têm substituído a oferta dos varejos goianienses devido ao aumento dos preços. “A gente tem observado que com a invasão dos produtos chineses, muita coisa tem caído de qualidade para nós que precisamos entregar um produto sempre bem acabado para o cliente. Então isso não é possível. E os bons, os produtos muito bons, realmente andam meio fora do mercado”, declara o lojista Luiz Renato Batignani. 

Outro modo que o aumento dos preços vem afetando são a ampliação dos serviços natalinos, em especial para instituições e condomínios. Devido a isso, o feriado tipicamente associado à cultura norte-americana se interligou com a cultura e o mercado brasileiro. “A indústria natalina é considerada, com certeza, uma das maiores indústrias de prestação de serviço do Brasil. E, diferentemente do que muita gente pensa, ela roda o ano inteiro”, diz Luiz Renato.

Contudo, ainda há esperança para o comércio no final do ano visto com as novas pesquisas de mercado. “A Fecomércio projeta vendas 14% maiores em relação ao ano passado. Dois dígitos de crescimento é um indicador bem expressivo para o mercado”, diz Luiz com tom esperançoso para os lojistas durante as festas natalinas.

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