Ex-freiras acusam padre de Anápolis de cometer abuso sexual

Segundo relatos, o padre Rodrigo Maria investia sexualmente contra a vontade das ex-freiras

Postado em: 18-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo relatos, o padre Rodrigo Maria investia sexualmente contra a vontade das ex-freiras

Raunner Vinícius Soares*

Um padre que atuava na comunidade católica na cidade de Anápolis é acusado de cometer abuso sexual e realizar “lavagem cerebral” contra ex-freiras. Ao menos 11 mulheres já relataram episódios de abuso. As primeiras denúncias surgiram em 2006. Atualmente, o padre responde pelo bispado da Ciudad del Este, no Paraguai, onde devem ficar concentrados os processos. Há denúncias de abusos cometidos em várias cidades.

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De acordo com os relatos, Jean Rogers Rodrigo de Sousa, de 44 anos, conhecido como padre Rodrigo Maria, investia sexualmente contra a vontade das ex-freiras sendo que, em alguns casos, o ato chegou a ser consumado. Padre Rodrigo também foi acusado de se masturbar numa conversa via Skype.

Em fevereiro, o monsenhor da cidade paraguaia emitiu um decreto proibindo o padre brasileiro de “exercer o ministério sacerdotal e vestir o hábito clerical”, enquanto estiver sendo investigado. No entanto, Rodrigo não tem seguido as recomendações.

A equipe do O Hoje tentou contato pela sua página oficial, mas não conseguiu falar com o padre. 

Postagens 

Contrariando suas supostas ações, em um post em uma rede social, o padre Rodrigo Maria diz que, “toda vez que você vê um vídeo pornográfico, uma foto imoral ou tem conversa imoral (falar mal de outros, fazer fofoca, paquerar uma pessoa casada, etc.) você está abrindo a porta para o demônio entrar na sua vida. (Lc 4,1-13).”

Em outro post, o padre cita uma frase da Divina Comédia do Dante Alighieri, “os lugares mais sombrios do inferno são reservados aqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral.” E diz, “estamos num tempo que muitos se calam e outros permitem ‘serem calados’, estávamos em um grupo outro dia falando do pecado da indolência e isso é grave, o pecado dos que, não querendo ‘tomar partido’ pelo Bem e pela Verdade, terminam concluindo ‘em cima do muro’ suas inúteis passagens por este mundo.”

Abuso sexual

No mês de agosto deste ano, na cidade de Caiapônia, Sul goiano, um padre foi preso por abuso sexual. Iran Rodrigo Souza de Oliveira prometia recuperar a virgindade de jovens. Em suposto “ritual de santificação” as vítimas tiravam a roupa e eram tocadas pelo sacerdote. A investigação apurou os crimes de violação sexual e armazenamento de imagens de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

Uma das vítimas contou que há três anos, quando tinha 14 anos, procurou o padre para se confessar e revelou que estava arrependida de ter perdido a virgindade. Na ocasião, o pároco questionou se houvesse uma maneira de reverter o caso, ela aceitaria ser submetida a um procedimento de “santificação”.

A prisão do religioso ocorreu em Caiapônia, por cuja paróquia ele respondia. A prisão foi determinada pelo Judiciário em atendimento a requerimento feito pelo Ministério Público de Goiás, que investiga acusações de abuso sexual contra o religioso, feitas por jovens residentes em Americano do Brasil, município que é distrito judiciário de Anicuns. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

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