Operação da polícia investiga outra vez fraudes em jogos

Jogos em que clubes goianos participaram são investigados

Postado em: 29-11-2023 às 09h00
Por: Matheus Santana
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A operação está sendo conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) | Foto: Divulgação/MPGO

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) iniciou na terça-feira (28) a terceira fase da Operação “Penalidade Máxima”, que investiga casos de manipulação de resultados em partidas de futebol do país. Até o momento, dez mandados de buscas e apreensão já foram cumpridos em oito cidades e cinco estados. Essa prática ilegal pode configurar o crime de organização criminosa. Os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de Goiânia (GO), Bataguassu (MS), Campina Grande (PB), Nilópolis (RJ), Santana do Parnaíba (SP), São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ) e Votuporanga (SP).

A operação está sendo conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). As investigações também contam com o apoio da Polícia Militar de Goiás, do Cyber ​​Gaeco, do Ministério Público de São Paulo e dos Gaecos dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro.

Estão sendo investigadas possíveis fraudes nos resultados de partidas do Campeonato Brasileiro Série A e B que ocorreram em 2022. Os campeonatos estaduais de Goiás e Paraíba deste ano também estão na mira da investigação policial. As partidas nacionais referem-se ao segundo turno do campeonato, enquanto as estaduais são relativas aos jogos nos meses de janeiro e fevereiro.

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As partidas em investigação são: Avaí x Flamengo, pela Série A do Brasileirão de 2022 – Náutico x Sampaio Corrêa, pela Série B do Brasileirão de 2022 – Náutico x Criciúma, pela Série B do Brasileirão de 2022 – Goiânia x Aparecidense, pelo Goianão de 2023 – Goiás x Goiânia, pelo Goianão de 2023 – Nacional x Auto Esporte, pelo campeonato Paraibano de 2023 – Sousa x Auto Esporte, pelo campeonato Paraibano de 2023.

Segundo informações, o grupo investigado pagava para jogadores cometerem certas infrações como cartão amarelo, cartão vermelho, criar penalidades durante as partidas e influenciar no placar parcial do confronto. Com essas infrações, os integrantes do esquema lucravam com as apostas esportivas feitas por eles.

O jornal O Hoje pediu um posicionamento para Aparecidense e Goiás. Apenas a Associação Atlética Aparecidense se manifestou, e esclareceu que não possui conhecimento sobre as investigações que estão em andamento. O clube reforçou o comprometimento com um trabalho limpo, e que está “aguardando o esclarecimento das investigações”. Já o Goiás Esporte Clube resolveu não se manifestar sobre as investigações.

Dos campos à polícia

A Operação começou no fim de 2022 quando o volante Romário, que jogava no time goiano, Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, partida essa válida pela série B do Campeonato Brasileiro.

O volante recebeu R$ 10 mil adiantados, ficando o restante do valor (R$ 140 mil) pendente para ser entregue após a partida, com a consumação do pênalti. Na época do fato, o presidente do Vila Nova – Go, Hugo Jorge Bravo, também policial militar, investigou o caso e entregou as provas que conseguiu para o MP-GO.   

O ex-Vila Nova – Go, foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no dia 29 de maio. O STD decretou o banimento do volante Romário do futebol devido ao seu envolvimento no esquema de manipulação. Além disso, o atleta também foi punido com uma multa de R$ 25 mil. Outro jogador que também foi punido foi Gabriel Domingos, que também jogava no Vila Nova. Ele foi punido por 720 dias pelo STJD e recebeu uma multa de R$15 mil.

Grupo Investigado

Segundo o MP-GO, Bruno Lopez, o apostador detido na primeira fase da operação, é visto como líder do esquema de apostas esportivas. Já os clubes e casas de apostas foram tratadas como vítimas. Com base nas informações coletadas na primeira fase das investigações, o MP-GO pediu a condenação do grupo envolvido na manipulação de resultados, além de exigir um ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos.

No mês de agosto deste ano, a justiça revogou a prisão de Bruno, e ele foi libertado. Segundo o juiz, após, as investigações não comprovaram o envolvimento do acusado em outras práticas criminosas.

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