Com investimento em infraestrutura, setor mobiliário dispara em Aparecida de olho em renda crescente

A população que chega a quase 600 mil habitantes traz uma dinâmica muito própria por ser uma cidade que se industrializou ao longo dos anos

Postado em: 30-11-2023 às 08h01
Por: Alexandre Paes
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Para os próximos 5 anos as projeções financeiras estimam valores entre R$9,66 bilhões a R$12,88 bilhões | Foto: Leandro Braz/O Hoje

O último Censo de 2022 revelou que o município de Aparecida de Goiânia teve um notável crescimento populacional de 15,8% desde 2010, indicando um aumento contínuo que impulsiona a economia local e o mercado imobiliário. Crescendo para os lados e para o alto, a cidade tem recebido novos condomínios residenciais verticais e horizontais, que em 2022, a quantidade de unidades disponíveis para venda foi de 11.047, aumento de pouco mais de 10% diante de 2012, que registrou 9.984 unidades.

Com esse crescimento da população, projetos imobiliários chegaram na cidade para atender essa alta demanda de mais de meio milhão de pessoas. Uma pesquisa realizada pela GRUPOM revelou que 15,9% dos residentes planejam mudar para residências de maior valor nos próximos cinco anos, sendo que quase metade deles pertence à faixa de renda de R$ 7.701,00 a R$ 12.100,00.

Esse dado é promissor para o setor imobiliário, mostrando o poder aquisitivo dos moradores. Projetando o crescimento populacional e a tendência de diminuição do tamanho dos domicílios, estima-se que a cidade terá cerca de 570.000 habitantes até 2028 e um mercado potencial de aproximadamente 34.870 residências nos próximos cinco anos.

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Segundo o diretor de Incorporação da EBM, Marcos Túlio Campos, é muito importante desvencilhar o mercado de Aparecida de Goiânia da capital Goiânia, visto que muitas vezes essa análise é conjunta. “Aparecida tem um estoque menor do que grandes bairros de Goiânia, por exemplo, o que implica em uma baixíssima oferta de unidades; isso se deu principalmente devido ao aumento do preço da construção versus o aumento do terreno, que, somado ao preço de venda da cidade, que estava estagnado, não tornava viável novos empreendimentos”, aponta.

Porém ele lembra que durante a pandemia, Aparecida – assim como Goiânia – teve um aumento muito grande no valor de metro quadrado. “Tivemos aumentos de valores de preço de venda acima do INCC, o que fez com que voltasse a ser viável o lançamento de empreendimentos, no qual aumentou bastante, principalmente no ano de 2022 e 2023, com grandes sucessos de vendas. Aqui na EBM lançamos três torres nos últimos dois anos na cidade, todas elas estão com mais de 50% de comercialização”, destaca o potencial de unidades adquiridas por futuros moradores. 

Mas de acordo com o gestor comercial da MRV em Goiás, Fabrício Pavanelli, o valor do metro quadrado de Goiânia sendo mais caro, favorece a entrega de uma alternativa para os clientes com tickets médios mais acessíveis. “crescemos mais 30% no valor do metro quadrado, o desenvolvimento da cidade e a facilidade de acesso contribuem fortemente para isso. O valor da fração atrai para buscar novos terrenos, podendo garantir a liquidez do nosso portfólio mais acessível, carro chefe da companhia”, aponta.

Sobre a evolução de Aparecida de Goiânia no ranking da Urban System, o sócio da Cinq Desenvolvimento Imobiliário, Eduardo Oliveira, empresa que tem diversos investimentos na cidade, afirma que esse crescimento é fruto do trabalho do poder público com o poder privado, feito ao longo dos anos. “Aparecida deixou de ser uma cidade dormitório para ser uma cidade de migração positiva. Muitas pessoas do Brasil estão vindo para o município atrás de grandes oportunidades”, explica o profissional e um dos responsáveis pela empresa que atua desde 2016 e já desenvolveu três condomínios horizontais em Aparecida de Goiânia, ofertando um total de 1.100 unidades. 

Com o mercado aquecido, praticamente todos os segmentos registraram volume satisfatório nas vendas. Além do aumento no número de vendas em todos os tipos de imóveis, de R$ 200 mil a R$ 1,5 milhão, o volume de negócios de apartamentos do tipo studio e/ou de 1 dormitório foi destaque: 573 imóveis neste formato foram vendidos em 2022 diante de 319 unidades em 2021, alta de 80%.

Outro segmento que voltou a se aquecer é o mercado de salas comerciais e lajes corporativas. Desde a crise econômica que vivenciamos de 2014 a 2016, os empreendedores tinham parado de lançar prédios comerciais em Goiânia. Em 2022 foram lançados quatro prédios comerciais em Goiânia e todos eles foram praticamente 100% vendidos no lançamento. O preço de salas comerciais chega a R$ 15 mil o m2.  Esse segmento promete continuar aquecido em 2023, com lançamentos de grande porte, com muita tecnologia e arquitetura arrojada.

Expansão industrial e infraestrutura do município atraem população 

Aparecida se torna uma cidade com grande potencial de investimento com o crescimento que ela teve nos últimos anos. A população que chega a quase 600 mil habitantes traz uma dinâmica muito própria por ser uma cidade que se industrializou ao longo dos anos, e Aparecida se tornou uma atração de todo o Brasil em relação a migração para essa região e deixou de ser uma cidade dormitório com relação a Goiânia. 

Na visão dos especialistas, esse é um momento de investir, de comprar imóvel que tem um grande potencial de valorização na cidade, já que o que tem impulsionado muitas pessoas a comprarem imóveis ou lotes em Aparecida é o grande potencial de valorização, considerando que a cidade vem ganhando pujança e isso atrai pessoas de maior renda, gera fluxo de renda de serviços, o que acaba refletindo em demanda. 

“A EBM, já entendendo esse movimento, já tem um portfólio de produtos na cidade, e, no próximo ano, deve realizar lançamentos tanto de condomínio de casa do programa Minha Casa Minha Vida em Aparecida – inclusive, devido ao aumento do teto, a cidade deve ser uma das regiões de Goiás com maior crescimento no número de lançamentos dentro do programa”, completou Marcos Túlio.

Eduardo Oliveira diz, ainda, que um dos motivos dessa alta procura pode ser creditado ao Plano Diretor atualizado, que definiu bem a ocupação do solo urbano. “A mudança na legislação deu essa segurança para os investimentos na área. Aí, juntamos com o crescimento populacional, a renda que aumenta, a geração de empregos, as universidades existentes e um novo Campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) e um novo aeroporto, que está em construção no município, para chegar aos bons números”.

Para os próximos 5 anos, é aguardado um crescimento significativo na região, com projeções financeiras estimando valores entre R$9,66 bilhões a R$12,88 bilhões. Essa perspectiva positiva tem atraído investimentos e impulsionado a economia local. “Tivemos sinais positivos de vendas no primeiro bimestre, inclusive com lançamentos que obtiveram performance de 90% de vendas. E, depois de um ano com o maior volume de vendas da última década, esperamos que o mercado se mantenha aquecido e venda o mesmo volume do ano passado”, prevê Pavanelli. 

“Dentro desse cenário da industrialização, a gente vê que é uma cidade que tem o valor educacional. As universidades particulares que trazem diversas opções, faz com que a cidade forme novos profissionais que atuaram nessa industrialização. E é uma cidade de serviços com uma dinâmica muito própria, atraindo novos moradores que carecem de novos empreendimentos imobiliários”, finaliza Eduardo.

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