Alerta preocupa para risco de epidemia de dengue em 2024 e gera cuidados em canteiros
A capital deve fechar o ano de 2023 com um cenário menos preocupante em relação à dengue, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
Por: Ronilma Pinheiro
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A volta do sorotipo 3 da dengue no país preocupa especialistas, uma vez que a população tem pouca imunidade para a doença. Com o objetivo de evitar uma possível epidemia, em todo o país são realizadas campanhas e trabalhos de prevenção da dengue. Em Goiânia, canteiros de obras mantêm uma rotina rigorosa de cuidados, que vão desde orientações nos diálogos semanais de segurança à checagem diária do acúmulo de água.
Segundo Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a capital de Goiás deve fechar o ano com um cenário menos preocupante em relação à dengue, este ano de 2023. Os dados mostram que até o dia 13 de novembro, foram notificados 17.786 casos da doença, cinco óbitos confirmados e outros 13 em investigação. No mesmo período de 2022, foram registrados 56.940 casos – entre suspeitos e confirmados – e 58 óbitos já haviam sido confirmados.
Mesmo com a significativa redução dos números da doença, com queda de 65,3% só na quantidade de notificações, não diminui a necessidade de alerta, especialmente após o alerta da Organização Panamericana de Saúde (Opas) de que há um grande risco do Brasil viver uma nova epidemia de casos graves de dengue em 2024.
Um relatório recente feito pela Opas mostra que já existem registros no país de alguns poucos casos sorotipo 3 do vírus da doença. Dessa forma, torna-se importante a participação da sociedade como um todo no combate aos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Weder Morais, engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho, passa o alerta aos trabalhadores dos canteiros de obras onde atua em Goiânia. “Esses cuidados necessários dentro da obra são compartilhados e repassados continuamente, sejam para colaboradores novos ou antigos. E isso é importante porque esse alerta que eles têm no trabalho os fazem lembrar do cuidado que eles precisam ter em casa e na vizinhança”, afirma Weder, que também é coordenador de segurança do trabalho das obras da Toctao Soluções de Engenharia.
“É necessário sempre estar atento. Por isso, colocamos toda equipe de prontidão e realizamos orientações constantes sobre o que precisa ser feito”, explica Weder, ao dizer que as ações de controle e checagem na obra são simples, mas precisam de atenção, e esses cuidados devem ser constantes. Além disso, a empresa disponibiliza uma pessoa específica que fica por conta de checar todos os dias os diversos pontos da obra, segundo o engenheiro. “Essa pessoa busca lugares que possam ter acúmulo de água, providenciando o fechamento do recipiente ou então eliminando água que não for usada. Se necessário, fazemos uso de algum inseticida para combater a proliferação do mosquito”, explica.
Nos canteiros de obras são realizados diálogos semanais de segurança, segundo o engenheiro, onde outras orientações são repassadas e ajudam no combate de criadouros. “Orientamos sobre o descarte correto de copos descartáveis e tampinhas de garrafa, por exemplo, pois tudo pode se transformar em um foco do mosquito”, detalha.
A analista ambiental da MRV – uma das mais conhecidas construtoras de Goiás -, Jessika Bruna Batista destaca que o tema é sempre pauta nos canteiros, mesmo não havendo uma epidemia em curso. Segundo ela, o alerta contínuo tem gerado resultados.“Não encontramos focos do Aedes aegypti nos nossos canteiros, pois fazemos um controle muito rigoroso, inclusive com tratamento químico”, diz.
Com a chegada do período chuvoso, tanto o trabalho de checagem, quanto as orientações, são intensificados, segundo a analista. “O que é feito semanalmente, passa a ser diário”, finaliza.