Jovem autista denuncia ofensas sofridas por motorista de ônibus

O professor de 22 anos que é portador da doença relatou que ele e um idoso foram xingados pelo condutor

Postado em: 22-09-2018 às 15h59
Por: Katrine Fernandes
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O professor de 22 anos que é portador da doença relatou que ele e um idoso foram xingados pelo condutor

Um professor autista de 22 anos, que prefere não ser identificado, denuncia que ele e um idoso foram xingados pelo motorista de um ônibus do transporte público em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo o rapaz, a confusão aconteceu porque o condutor não queria que eles seguissem viagem porque não havia mais vagas para usuários com Passe Livre.

“Ele foi a viagem toda hostilizando a gente, humilhando na frente das pessoas, nos chamou de folgados”, disse o rapaz.

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Um dos proprietários da empresa do ônibus, Armando Oliveira da Silva afirmou que o motorista está afastado da escala e, na próxima semana, a situação dele será analisada.

A confusão aconteceu por volta das 13h de quinta-feira (20), na linha que sai de Luziânia com destino a Taguatinga. Segundo o jovem, ele esperava há cerca de duas horas pelo ônibus e precisava viajar porque tinha um curso para fazer. Já o idoso precisava trabalhar.

“Os outros passageiros pagaram a passagem para o idoso. Eu falei que não ia descer, como os outros passageiros reclamaram que estava demorando a viagem, ele abriu a porta traseira para eu entrar”, relatou o professor.

O dono da empresa afirmou que o ônibus tem capacidade para 36 passageiros e, no espaço entre a porta e a catraca, pode levar sete beneficiados pelo Passe Livre, porcentagem maior do que o acordado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Quando excede este número, a orientação é não deixar que o passageiro viaje em pé devido ao risco de acidentes.

“O motorista nos falou que, ao falar que os assentos estavam ocupados e que ele esperasse o próximo carro, o passageiro o destratou, disse que ia processa-lo. Aí, por isto, ele acabou xingando também”, relata Silva.

O caso foi registrado na Polícia Civil. “Considerando os fatos narrados neste caso em específico, que teriam ocorrido xingamentos relacionados às condições do autismo e da pessoa idosa, pode configurar também o crime de injúria, que prevê pena de até 3 anos”, disse o delegado.

Fonte: G1 Goiás

 

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