Altas temperaturas em Goiânia eleva venda de climatizadores

Nos próximos nove dias a temperatura se manterá, em média, entre 25 e 35º C, em Goiânia

Postado em: 24-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Nos próximos nove dias a temperatura se manterá, em média, entre 25 e 35º C, em Goiânia

Marcelo Belo, cliente da loja, está abrindo uma empresa em Goiânia e comprou um aparelho de ar-condicionado para refrigerar seu novo local de trabalho  (Wesley Costa)

Raunner Vinícius Soares*

Apouca incidência de chuva que caiu na Região Metropolitana na semana passada não foi suficiente para aliviar completamente o calor. As altas temperaturas também ajudaram a ‘aquecer’ a venda de aparelhos e equipamentos (ar-condicionado, umidificador e ventilador) usados para amenizar o mal estar provocado pelo clima quente. Só em um estabelecimento especializado nesse tipo de equipamento de Goiânia, foram comercializados no mês passado, cerca de 2.100 ares-condicionados. E com previsão de que as temperaturas voltem a subir já a partir de hoje, essas vendes devem aumentar ainda mais. O tempo se manterá firme pelos próximos oito dias, sem expectativa de cair uma gota de água do céu, segundo o portal Clima Tempo. 

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De acordo com o gerente de uma loja especializada em equipamentos de climatização, Célio Borges Pacheco, a alta temporada de vendas de ar-condicionado se inicia a partir de agosto. O aumento nas vendas é devido ao fato que a estação seca em Goiás dura 5,8 meses do ano, que vai de 13 de abril a 7 de outubro.

Marcelo Belo, cliente da loja, está abrindo uma empresa em Goiânia e comprou um ar-condicionado para refrigerar seu novo local de trabalho. “Passar o dia sem uma refrigeração adequada é terrível. Aqui em Goiânia é muito calor e os clientes não gostam. E mesmo que seja um pouco caro compensa comprar este equipamento para o conforto dos clientes e dos funcionários”, explica Marcelo.

Michelle Manente, que também pretende abrir uma empresa, comprou um ar-condicionado e fala que o conforto para os clientes é muito importante, porque, segundo ela, passar o dia na Capital sem um ar-condicionado é quase insuportável. “Em Goiânia ter um equipamento de refrigeração é uma questão de necessidade para nós, e também pela necessidade de atender bem o cliente. Eassim, ter mais conforto e mais qualidade”, pontua Michelle Manente.

Célio Borges diz que na loja em que trabalha, o cliente, muitas vezes, vai comprar um equipamento de refrigeração para o quarto da própria casa e quando se acostuma o mesmo cliente compra para a sala, depois, para a empresa e assim sucessivamente.

O gerente informa que as vendas de ar-condicionado vem crescendo anualmente 47%, isso porque, segundo uma pesquisa realizada pela LG, 13% da população brasileira já usa o aparelho, e até 2020, vai passar para 50%. “O período que mais vende em Goiás, hoje, é em novembro. O crescimento em novembro chega a ser 60%”, pontua o gerente.

Aquecimento global

De acordo com o estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (sigla em inglês IPCC), a região Centro-Oeste do país é a que mais deve sofrer com o aumento da temperatura. Até o fim do século XXI, pode chegar a 6,4 graus Celsius a mais do que é hoje. Portanto, a venda de equipamentos para refrigeração pode se tornar uma questão de necessidade para as pessoas.

O estudo diz que a mudança do clima no Brasil poderá causar redução entre 15% e 20% das áreas de florestas e matas localizadas nos estabelecimentos agrícolas, que cederiam espaço para outros usos, principalmente para a pecuária, que deverá ter um aumento de área de pastagens de até 11%. A Amazônia vai virar savana e o Cerrado (savana brasileira) vai desaparecer. Intensificando as ondas de calor na região Centro-Oeste.

Ainda segundo estudo do painel intergovernamental de mudanças climáticas (IPCC) o ideal seria que a temperatura planeta ficasse abaixo de 2 graus Celsius em comparação a níveis pré-industriais, período considerado anterior à interferência do homem sobre o clima. Com esforços para limitar em até 1 grau e meio, porém as estimativas desanimam.

1 grau mais quente

Um estudo publicado no dia 6 de agosto deste ano, em parceria com a Universidade Nacional da Austrália e do Instituto de Pesquisa de Potsdam, sobre os efeitos das mudanças climáticas, mostra que a Terra poderá se transformar numa espécie de forno. E isso em apenas algumas décadas, alertam os cientistas da pesquisa, que destacam a importância da transição para uma economia mais sustentável.

Na pesquisa, o aquecimento acentuado da Terra é observado numa escala secular, de temperatura e clima. Os registros começaram em meados do século IX. E as mudanças observadas, a partir de 1950, não têm precedentes. O instrumento usado para medir o sistema do clima no planeta leva em consideração medições de temperatura na superfície da terra e dos oceanos. Milhares de estações meteorológicas fornecem os dados, em todo o mundo.

Hoje, o Planeta em geral está um grau mais quente do que 100 anos atrás. Isso é mudança climática. Isso é causado pela emissão de gases do efeito estufa que a sociedade moderna coloca na atmosfera e a atmosfera. A maior contribuição do homem para o aquecimento global é a emissão de gases como o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Em Paris, veículos mais antigos, que poluem mais, foram proibidos de circular. Em Goiás, nenhuma medida foi feita nesta relação.

Além de mexer nas temperaturas, o aquecimento global pode ter outros efeitos perversos, que vão exigir adaptação, constata o estudo. Em relação a projeção de elevação do nível dos oceanos, o que tem que se fazer é a infraestrutura costeira, para proteção das populações que vivem próximas à costa. E também o aumento das ondas de calor, mas também ondas de frio, tempestades mais frequentes e mais fortes, multiplicação de doenças afetando também o Centro-Oeste brasileiro. 

Chuvas em Goiás se concentram entre novembro e março  

O clima predominante no Estado de Goiás pode ser classificado como quente e semiúmido. Cerca de 80% das chuvas caem de novembro a março, enquanto que de maio a setembro, a umidade relativa do ar permanece abaixo de 70%. Nas regiões Sudoeste e a Noroeste do Estado verifica-se algumas peculiaridades. Na Noroeste o clima pode ser classificado como quente e úmido, e na Sudoeste como subquente úmido.

A média térmica é de 26 °C, e tende a subir nas regiões Oeste e Norte, e a diminuir nas regiões Sudoeste, Sul e Leste. As temperaturas mais altas são registradas entre setembro e outubro, e as máximas podem chegar a até 40 °C. As temperaturas mais baixas, por sua vez, são registradas entre os meses de maio e julho, quando as mínimas podem chegar a até 9 °C, dependendo da região do Estado. O tipo de clima tropical se faz presente na maior parte do Estado, apresentando como característica os invernos secos e os verões chuvosos. 

As temperaturas variam de acordo com a região; na porção sul do Estado as temperaturas giram em torno dos 20°C aumentando ao norte para 25 °C. O índice pluviométrico segue o regime das temperaturas. A oeste do estado de Goiás o índice atinge 1.800 mm anuais diminuindo no sentido leste para 1.500 mm/ano. Em parte do estado, mais precisamente no planalto de Anápolis e Luziânia ocorre o clima tropical de altitude com temperaturas médias anuais baixas, porém, a precipitação ocorre da mesma forma que no restante do Estado.

Convém destacar que as temperaturas variam de acordo com o relevo (altitude), a proximidade com o mar e a latitude. Além disso, devemos sempre nos lembrar que existem diferenças nos conceitos de clima e de tempo meteorológico. Assim, o tempo é uma combinação passageira da atmosfera, já o clima resulta de condições que perduram por um período mais longo. O tempo é uma combinação transitória, concreta, de comportamentos dos elementos, caracterizando um estado atmosférico momentâneo. 

Em relação à temperatura, a latitude pode ser considerada o principal fator determinante de sua variação nas mais diferentes regiões do globo. Isso porque a posição latitudinal está diretamente relacionada com a quantidade de radiação recebida. Há também o fator da proximidade com corpos d’água, quanto maior a quantidade e proximidade desses corpos d’água, a temperatura tende a ser amenizada. As grandes diferenças de temperatura entre os trópicos, onde está localizado o Estado de Goiás, são usualmente devido ao efeito da variação da altitude. A temperatura do ar diminui, em média, cerca de 0,6ºC a cada 100 metros de altura.(Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

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