Aeródromo Nacional de Goiânia fica de portas fechadas

Força Aérea Brasileira (FAB) recomendou fechar o local para garantir a segurança do tráfego aéreo, determinação alerta a falta de uma torre de controle

Postado em: 24-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Força Aérea Brasileira (FAB) recomendou fechar o local para garantir a segurança do tráfego aéreo, determinação alerta a falta de uma torre de controle

Aeródromo Nacional de Goiânia opera com cerca de 100 hangares e realiza por volta de 800 pousos e decolagens mensais

O Aeródromo Nacional de Goiânia paralisou as atividades operacionais desde a última quarta-feira (19) e não há previsão de retorno do funcionamento da estrutura. A medida foi determinada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) que justificou a importância em manter a segurança do tráfego aéreo na região de Goiânia. O principal motivo é a falta de um Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) que impõe a necessidade de instalação de uma torre de telecomunicação de tráfego aéreo. Decea afirma que vem alertando sobre a questão desde 2017.

No entanto, o síndico dos condomínios que atuam no local, Pedro Mizael, explica que os equipamentos já foram adquiridos, bem como o pagamento da instalação da torre de controle. “Ainda não conseguimos resolver a situação por falta de empenho do poder público. Já investimos R$ 700 mil e fizemos o que poderia ser feito da nossa parte. Precisamos da interferência da Agetop junto ao governo federal para que o transtorno não permaneça por muito tempo”, esclarece Pedro que afirma já existir a frequência de rádio e a realização do plano de proteção. A Agência Goiânia de Transportes e Obras (Agetop) é responsável por parte da administração do local. A equipe do O Hoje entrou em contato com o órgão, mas até o fechamento da reportagem não se pronunciaram sobre o assunto.

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O síndico também ressalta a preocupação com o quadro de funcionários que garantem o funcionamento do local. “Aqui temos pilotos, mecânicos e muitos outros profissionais que serão prejudicados. São 750 empregos diretos com mão-de-obra especializada que temos aqui”, alerta Mizael. Alguns empresários e especialistas apontam que o local é referência na manutenção de aeronaves e isso pode prejudicar o setor no Estado, causando grandes prejuízos. Na determinação o Decea pediu que as aeronaves fossem retiradas do local. A Escolinha de Aviação SWMV levou suas aeronaves para o Aeroporto Santa Genoveva, assim como outras empresas prestadoras de serviço. A Aeródromo conta com cerca de 100 hangares,realiza 800 pousos e decolagens mensais e faz manutenção de cerca de 70 aviões por mês, por meio de 28 empresas de manutenção.

A determinação

De acordo com o Decea, os órgãos competentes vêm recebendo alertas sobre a questão desde 2017, há 3 anos, mas alega que não houve êxito em obter repostas efetivas para solucionar o problema que põe em risco o nível aceitável de segurança operacional da região. A entidade comunicou que a medida aplicada é resultante dos critérios operacionais exigidos pela Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA 63-18) que regulamenta os Critérios de Implantação de Órgãos Operacionais, Auxílios à Navegação Aérea e Sistemas de Apoio aos Órgãos ATS (Air Traffic Services). O ato de suspensão ocorreu após o não cumprimento de um cronograma para implantar a referida Estação descrito a partir do Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Além disso, a Decea esclareceu que a Instrução de Comando da Aeronáutica observa diversos critérios, entre os quais estão a proximidade entre aeródromos o índice de movimentações. A proximidade do Aeroporto Santa Genoveva do Aeroclube exige uma coordenação prévia das operações com o Controle de Anápolis e com a Torre de Goiânia. 

Já a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) declarou em nota que o aumento do movimento no Aeroporto Santa Genoveva, em consequência da situação do fechamento do Aeródromo, não interfere no pleno funcionamento das operações de voos comerciais da Capital. A empresa afirma que o Aeroporto de Goiânia conta com dois pátios de aeronaves, um deles com destinação exclusiva à aviação comercial regular e outro para a aviação geral, o que envolve 30 posições para táxi aéreo, operadores privados, entre outros. Com isso, a Infraero reforça que continuará o monitoramento e coordenação das movimentações aéreas conforme previsto nas normas da aviação civil. 

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