Bloqueio de celulares roubados fazem que comercialização diminua

Cerca de 4 mil aparelhos te telefone celular foram roubados este ano no Estado

Postado em: 25-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 4 mil aparelhos te telefone celular foram roubados este ano no Estado

O Operador de produção Bruno de Barros afirma que carrega dois aparelhos de celular, “um só para os ladrões levarem” (Wesley Costa)

Gabriel Araújo*

Os aparelhos celulares são parte tão constante do dia-a-dia do goiano e do brasileiro, com aparelhos que buscam facilitar a vida das pessoas trazendo aplicativos e novas tecnologias. Por serem pequenos e de fácil comercialização, os celulares se tornaram uma das principais moedas de troca do crime organizado, sendo utilizados para a compra de drogas e outros eletrônicos.

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Devido aos altos índices de criminalidade e a facilidade na venda, os aparelhos celulares estão entre os mais vendidos no mercado de equipamentos roubados em Goiás. Apesar disso, nos últimos anos, medidas surgiram para impedir a venda desses aparelhos, como o bloqueio a partir do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), e de aplicativos das próprias fabricantes. Com medidas como o bloqueio, os aparelhos se tornam inúteis para os criminosos, principalmente devido à falta de conectividade com a rede móvel.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), cerca de 4 mil aparelhos foram roubados na Capital este ano. Somente os roubos em Goiânia equivalem a cerca de 35% dos casos no Estado, ficando 15% a mais de Aparecida de Goiânia, segundo município no ranking do órgão. Este ano, quase 12 mil aparelhos celulares foram roubados, o que equivale a 68,6% dos mais de 18 mil celulares roubados no ano passado.

Além das formas convencionais de bloqueio, ligadas principalmente às grandes empresas de tecnologia como a Apple, no caso de celulares fabricados pela empresa americana, e Google, forma ligada ao acesso ao e-mail da companhia no aparelho, o bloqueio por meio da Anatel é um dos que traz os melhores resultados.

Neste tipo de bloqueio é necessário a utilização do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), que é um número de identificação global e único a todos os aparelhos que passaram por testes em órgãos como a Anatel. Esse número pode ser encontrado tanto no próprio aparelho, quanto na caixa do mesmo e é com isso em mãos que o usuário deve entrar em contato com os órgãos de segurança e realizar um boletim de ocorrência, podendo requisitar o bloqueio logo em seguida.

Apesar disso, muitos cidadãos ainda não têm conhecimento sobre essa forma de bloqueio, que se tornou mais simples somente no ano passado quando as polícias do Estado de Goiás começaram a realizar os bloqueios. 

O operador de produção Bruno de Barros, de 32 anos, explica que já teve três aparelhos roubados e só conseguiu bloquear um deles. “Bloqueei pelo seguro, foi rápido e tudo pela internet. Os outros que roubaram eu nem cheguei a tentar, só fiz o boletim de ocorrência. Nem sabia como bloquear antes de perder o celular”, conta.

Ainda segundo ele, a violência é preocupante hoje. “Eu já estou andando com dois celulares, um só para os ladrões. Não tem condição hoje em dia, está difícil”, finaliza

Segundo o estudante Thiago da Silva, de 18 anos, poucas pessoas sabem da possibilidade de bloqueio do aparelho após o roubo. “Quando fui roubado eu fiz o boletim de ocorrência e bloqueei o celular pela operadora. Nem sabia da possibilidade de bloquear pelo IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), mas nem sei se conseguiria esse número também”, afirmou ao O Hoje.

Outro estudante, João Gabriel Bezerra, de 20 anos, lembra que já teve o aparelho roubado duas vezes. “O primeiro era um daqueles celulares mais antigos, então nem sei se dá de bloquear. O último eu bloqueei pela conta do Google, apaguei tudo antes e bloqueei”, conta.

IMEI

O IMEI é uma forma de identidade do aparelho celular que conta com dados sobre fabricante, modelo e tipo de conectividade. 

Cada celular possui um número de identificação único e global, o que equivale ao número do chassi de um carro, ou seja, é único para cada aparelho celular. Aparelhos que são certificados pela Anatel, ou órgãos competentes no exterior utilizam esse tipo de numeração para garantir a segurança dos aparelhos. 

Celulares não certificados pela Anatel, comprados no exterior ou alterados por razões diversas podem ser bloqueados ou ter impedimentos de funcionar em território nacional.

Anatel inicia segunda fase de bloqueios de aparelhos irregulares 

A segunda fase do projeto Celular Legal começou mo ultimo domingo (23) em 10 novos estados do país. De acordo com informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o projeto visa bloquear celulares que estão irregulares com a agência. “Ele tem por objetivo fortalecer o combate a celulares adulterados, roubados e extraviados e inibir o uso de aparelhos não certificados pela Anatel”, afirmou o órgão em nota.

Esta fase contempla usuários de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, no Sul, além do Espírito Santo e Rio de Janeiro, no sudeste e Acre, Roraima e Tocantins, no norte. Inicialmente os usuários receberão mensagens de texto informando da condição do aparelho e, somente em dezembro, o bloqueio de celulares será efetuado.

De acordo com o órgão, todos os aparelhos celulares precisam de certificação da Anatel ou de órgão internacional competente para ter a garantia de segurança e qualidade ao usuário. “Aparelhos celulares certificados passaram por uma série de testes antes de chegarem às mãos do consumidor. O usuário deve sempre procurar o selo da Anatel no verso da bateria do celular e também no carregador”, afirmou.

O projeto é uma parceria da Anatel com as operadoras e fabricantes, e foi dividido em três fases. Conforme o órgão, a primeira etapa, denominada projeto piloto, começou com o envio de mensagens no último mês de fevereiro. Dados oficiais confirmam que, até julho deste ano, foram bloqueados por irregularidades 41.827 acessos de telefonia móvel/internet móvel em Goiás e no Distrito Federal, o que representou 0,3% do total de acessos em funcionamento.

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Ultima fase 

A partir de janeiro de 2019, começa a última fase nos estados das regiões Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Amazonas); dos demais estados do Norte (Pará, Amazonas, Amapá e Roraima) e do Sudeste (Minas Gerais e São Paulo). 

A legislação determinou que os aparelhos utilizados antes do início das mensagens não serão desconectados caso não alterem o seu número. Somente aqueles que se conectarem às redes de telecomunicações após as datas serão notificados por mensagens SMS e, após 75 dias, deixarão de funcionar nas redes de telecomunicações.

O órgão resalta que as mensagens serão enviadas somente pelo número 2828. As primeiras três mensagens apresentarão o seguinte conteúdo: “Operadora avisa: Pela Lei 9.472 este celular está irregular e não funcionará nas redes celulares em XX dias. Acesse www.anatel.gov.br/celularlegal ou ligue *XXXX”.

A última mensagem, na véspera do bloqueio, apresentará o seguinte conteúdo: “Operadora avisa: Este celular IMEI XXXXX é irregular e deixará de funcionar nas redes celulares. Acesse www.anatel.gov.br/celularlegal ou ligue *XXXX”. (Com informações da Anatel) (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).

 

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