Goiânia registra queda de 63% nos casos de dengue

Na contramão do cenário nacional, a capital de Goiás tem tido diminuição da doença e controle dos criadouros do mosquito

Postado em: 11-12-2023 às 08h21
Por: Ronilma Pinheiro
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Na contramão do cenário nacional, a capital de Goiás tem tido diminuição da doença e controle dos criadouros do mosquito | Foto: Divulgação/SMS

O Boletim Epidemiológico de Arboviroses referente à Semana Epidemiológica 48 do ano de 2013 da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), mostra que foram registradas 21.579 notificações suspeitas de dengue até agora em Goiânia, com 18.377 casos confirmados e seis óbitos. Quando comparados com o mesmo período do ano anterior, quando o registro foi de 60.454 casos suspeitos e 45.359 confirmações, a capital apresenta uma redução de 63%.

Em relação às últimas duas semanas, houve uma diminuição de casos na capital. No boletim divulgado no final de novembro, referente à Semana Epidemiológica 47, eram 142 casos confirmados, já no documento publicado em 4 de dezembro, com dados da Semana Epidemiológica 48, o número caiu para 84 casos, o que representa uma diminuição de 83% nos casos de dengue confirmados.

Os casos de chikungunya também apresentaram queda comparando os números até 4 de dezembro deste ano com o mesmo período do ano anterior. Foram 428 casos confirmados em 2023, em comparação aos 546 de 2022, o que representa uma queda de 27,9%, . Quanto à zika, foram notificados 22 casos suspeitos em 2023, sendo 21 descartados e um em investigação. Todos os seis casos suspeitos de febre amarela em humanos foram descartados após exames laboratoriais.

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“Os cuidados devem ser diários por todos nós, uma vez que o cidadão tem papel fundamental na luta contra o mosquito Aedes aegypti”, ressalta o titular da SMS, Wilson Pollara, ao destacar que, apesar da queda nos registros, as ações de rotina e o alerta à população permanecem fundamentais.

O secretário diz ainda que as equipes de Agentes de Combate às Endemias (ACEs) seguem cumprindo uma rotina de ações, que incluem vistorias domiciliares, controle por meio de armadilhas de oviposição, fiscalização e limpeza compulsória, além de bloqueio de casos notificados.

Transmissão

A fêmea do mosquito Aedes aegypti é a transmissora da doença, que pode ser fatal para algumas pessoas, segundo o infectologista Marcelo Daher, como é o caso da dengue hemorrágica, que ocorre quando o sistema imunológico da pessoa apresenta uma reação exacerbada à presença do vírus. O especialista pontua que não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

No geral, a enfermidade se manifesta de forma leve ou assintomática, mas uma em cada 20 pessoas pode desenvolver a forma grave – outro termo para se referir à dengue hemorrágica – segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Além disso, o Instituto Butantan, destaca que o risco é maior quando o indivíduo sofre uma segunda infecção.

Uma segunda infecção pode ocorrer devido à existência de quatro subtipos do vírus. São eles: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, segundo Daher. Os principais sintomas são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dor ao redor dos olhos e dores musculares e nas articulações. Depois de três a sete dias do início dos sintomas, quando a febre começa a baixar, o paciente pode entrar na chamada fase crítica da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O mosquito Aedes aegypti também é responsável pela transmissão do zika vírus e da chikungunya. De acordo com a SES, em 2023 já foram confirmados 2.030 casos de chikungunya e 7 mortes pela doença, em todo o estado. Já o zika vírus teve – durante os 11 meses desse ano – 23 confirmações, sendo 3 delas em gestantes. Não há óbitos registrados pela doença neste ano.

A prevenção contra estas doenças é combater os focos de acúmulo de água, que são locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, como os vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

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