Servidores públicos federais protestam por reajuste salarial

Categoria dos docentes federais teve apenas três reajustes, um de 5,5% no ano de 2016, 5% em 2017 e 9% agora em 2023

Postado em: 11-12-2023 às 08h25
Por: Matheus Santana
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Categoria dos docentes federais teve apenas três reajustes, um de 5,5% no ano de 2016, 5% em 2017 e 9% agora em 2023 | Foto: João Reynol/O Hoje

O Adufg-Sindicato e o Sint-Ifesgo estão preparando um poderoso ato unificado para o dia 12 de dezembro (terça-feira). Este movimento busca dar voz à defesa do reajuste salarial dos servidores públicos federais. O ato não só pretende trazer à tona a urgência de um reajuste significativo, mas também clama por melhores condições de trabalho. 

Segundo os sindicatos ouvidos pelo Jornal O Hoje, a ampliação desse projeto é crucial para a possível compensação das perdas salariais que os servidores enfrentaram nos últimos anos. Além disso, a manifestação buscará melhores condições de trabalho e advogará pela aprovação do projeto de lei que propõe a implementação da Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), atualmente em tramitação no Senado.

A Adufg-Sindicato afirma que essas manifestações, e protestos para a recomposição salarial, estão acontecendo desde 2017. Desde então, a categoria dos docentes federais teve apenas três reajustes, um de 5,5% no ano de 2016, 5% em 2017 e 9% agora em 2023. Porém durante os governos de Temer e Bolsonaro, os servidores públicos federais não conseguiram dialogar com a categoria e o governo federal em nenhum momento.

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A campanha salarial dos servidores enfrenta obstáculos significativos. Pois até o momento, o Governo Federal não apresentou qualquer proposta concreta de reajuste para o próximo ano. Até o momento, a única informação é que há uma reserva de R$1,5 bilhão para possíveis recomposições salariais. Contudo, esse montante, se confirmado, está longe de ser suficiente para atender às necessidades de todos os servidores, não representando sequer 1% de reajuste.

O valor reservado, além disso, não é capaz de suprir as defasagens inflacionárias que castigaram os servidores nos últimos anos. Em um cenário onde as projeções atuais apontam para um aumento contínuo da inflação, estima-se que os docentes, por exemplo, possam enfrentar uma defasagem de até 35% até janeiro de 2024.

Em meio a esse cenário desafiador, a negociação continua em pauta. Devido a isso o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) marcou uma nova reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) para o dia 18 de dezembro, visando debater a pauta econômica. Entretanto, há uma crescente expectativa de que o governo adie a decisão sobre a recomposição salarial para meados de 2024, o que aumenta a incerteza e a preocupação dos servidores, frustrando ainda mais as esperanças daqueles que anseiam por justiça e reconhecimento.

A manifestação do dia 12 tem previsão de início as 8 horas, em frente ao imponente prédio da Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), no campus Samambaia. Esta manifestação, contará com a colaboração de entidades estudantis proeminentes, como a União Estadual dos Estudantes (UEE-GO), o Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFG) e a Associação de Pós-Graduandos (APG). Esse ato em conjunto visa não apenas na revisão dos vencimentos, mas também demanda a ampliação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024.

Por volta das 14 horas do mesmo dia, está programado um ato nacional que será conduzido em prol do reajuste dos servidores federais. Essa ação, será organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), esse protesto será transmitido ao vivo pelo YouTube da Fonacate, ampliando assim o alcance e a solidariedade a essa causa.

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