Ensino Médio Integral aumenta chances de emprego e maior salário

Sucesso faz com que governo implante mais dezesseis escolas de ensino integral pelo estado

Postado em: 13-12-2023 às 08h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Escolas de período integral podem ofertar mais espaços de inclusão sociais e de solução de conflitos | Foto: João Barbosa Reis

Centenas de alunos da rede estadual da educação irão retornar no ano letivo de 2024 após as férias de final e início de ano sob um novo sistema de ensino. Ao todo, dezesseis escolas de período parcial vão se transformar em período integral com uma nova gerência e se integrando nas mais de 250 escolas integrais estaduais. Com isso, mais de 6.400 alunos do ensino público iniciarão uma nova jornada a partir do início das aulas no ano que vem, de acordo com a Seduc.

Destas dezesseis escolas, três são da Capital e nove são de Aparecida de Goiânia, enquanto as outras quatro são de cidades do interior do Estado como Caldas Novas, Goiatuba e Chapadão do Céu. Para isso, o grande motivo divulgado para a mudança no sistema de ensino dessas entidades foi com o objetivo do impacto visto na diminuição das desigualdades sociais dentro das comunidades. 

De acordo com a consultora da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Sonhar Grande, que tem foco no aprimoramento do ensino público, Maria Medeiros, os alunos formados no Ensino Médio Integral ganham um salário mensal de 18% maior que os formados no Ensino Médio Parcial. Além disso, as mulheres formadas no mesmo tipo de ensino têm uma chance maior de 8 pontos de entrar no mercado de trabalho do que as outras alunas de outro tipo de ensino. 

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A equipe de reportagem do jornal O Hoje conversou com Rogério Araújo, o Diretor do Colégio Estadual de Período Integral João Barbosa Reis em Aparecida de Goiânia, para entender mais sobre o tema. De acordo com o gestor, o grande fator que pode diferenciar os sistemas de ensino são a forma como os três tipos de ensino abordam a educação. “Em uma escola de período integral nós vemos uma educação mais completa do aluno como uma pessoa, um indivíduo. Nessas instituições temos aulas como Projeto de Vida em que o aluno aprende ali como melhor desenhar o que quer para o seu futuro”, diz o diretor.

Segundo ele, a autonomia dentro de um colégio integral dá à liberdade ao aluno para decidir e se informar sobre o seu futuro, dentro disso, o gestor conta que o ensino integral é formado sob quatro pilares que condizem com a visão cidadã. Segundo ele é aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser, o que lhe dá no futuro um aprendizado socioemocional maior que o pode tirar proveito dessa habilidade em um futuro emprego, tendo essa qualificação maior para o networking.

E para fazer tal mudança de sistema de educação é necessário uma adaptação tanto a nível acadêmico quanto ao aluno, pois para ele, a escola integral pode demandar mais, mas também ao mesmo tempo pode ofertar de volta no serviço dado ao jovem. “Independente da mudança a escola física continua a mesma mas quando temos essa padrão de ensino diferente temos também que adaptar a equipe com as novas mudanças principalmente na questão socioemocional, que vai desde refeitórios melhores a professores mais qualificados para o tipo de ensino”. 

Por causa disso, ressalta a importância de se ter a escolha de um ensino integral de qualidade, porque nesse tipo de instituição se forma “laços” afetivo-acadêmicos que podem não se desenvolver no colégio parcial. “O colégio integral é uma política pública do governo federal de inclusão social, então naquele ambiente a gente tem a chance de melhorar a qualidade de vida do aluno. Por exemplo, podemos dar ao jovem uma ‘esperança’, por assim dizer, para tirá-los dos problemas sociais que os aluno se encontram e quebrar o ciclo, podemos tirar ele da rua, do tráfico, da violência doméstica e abuso sexual”, diz o diretor.

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