Justiça condena pastor do ‘octilhão’ a 27 anos de prisão

Magistrada também determinou a indenização de R$ 2,6 milhões a nove vítimas

Postado em: 13-12-2023 às 08h08
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Justiça condena pastor do ‘octilhão’ a 27 anos de prisão
Magistrada também determinou a indenização de R$ 2,6 milhões a nove vítimas (Foto: Reprodução)

A Justiça condenou o pastor goiano Osório José Lopes Júnior a 27 anos de reclusão em regime fechado por golpes a fiéis e outras pessoas ao prometer retornos milionários em investimentos na conta dele. A juíza Placidina Pires também determinou a indenização de R$ 2,6 milhões a nove vítimas.

A magistrada, contudo, absolveu o pastor Alencar Santos Buriti e o comerciante Adilson Ney Lopes, acusados pelos mesmos crimes, uma vez que o Ministério Público de Goiás (MPGO) não teria juntado provas suficientes. Em relação as acusações contra Ozório e o grupo, estas são de golpes aplicados entre novembro de 2013 a junho de 2014. As vítimas viviam em Leopoldo de Bulhões e Goianésia, onde o religioso atuava, à época, em uma igreja.

A denúncia pelo uso de influência religiosa para enganar as vítimas. Consta nos autos que o pastor apresentava títulos de dívida agrária fictícios, com valores bilionários, mas que precisava de valores para resgatá-los – aí entravam as vítimas.

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Para a juíza, Ozório agiu com “deliberada intenção de causar prejuízo às vítimas (…) mediante artifícios fraudulentos” e levou os fiéis e outros a entregar recursos, inclusive casas e lotes. O religioso chegou a dizer que não poderia falar sobre os títulos que pretendia resgatar por causa de um acordo de confidencialidade, mas a magistrada pontuou que ele “nunca apresentou prova” sobre “os tais títulos”.

Ainda cabe recurso. Advogada do pastor, Maria José da Costa Ferreira afirmou ao O Popular que “não há sequer correlação entre a denúncia e a sentença”. Ela afirmo que já recorre e acredita que o Tribunal de Justiça de Goiás irá reformar a decisão.

Prisão

A Polícia Civil do Tocantins (PCTO) prendeu o pastor Osório José Lopes Júnior em Sucupira (TO), em 21 de setembro. Ele era procurado pela PCDF por ser o suposto líder de um grupo que abusava da fé para cometer estelionatos e teria enganado mais de 50 mil pessoas pelo País e exterior.

De acordo com as apurações, a organização criminosa induzia fiéis a investirem dinheiro nas igrejas que frequentavam. Segundo a Polícia Civil, a quadrilha movimentou R$ 156 milhões em apenas 5 anos. Além disso, as autoridades identificaram 40 empresas fantasmas e movimentações em mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Os golpistas, conforme as autoridades, abordavam as vítimas, em sua grande maioria evangélicas, pelas redes sociais. Através de uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara”, as vítimas eram induzidas a pensar que seriam “abençoadas a receberem” quantias exorbitantes, até “octilhões” . O objetivo era convencer os fiéis a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias sob a falsa promessa de retorno imediato e de quantias exorbitantes.

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