Família quer entender motivo da morte de bebê durante trabalho de parto

O casal que perdeu o bebê ainda na barriga da mãe no último domingo (10), após ela ir três vezes à Maternidade Municipal Aristina Cândida e ser mandada de volta para casa, em Senador Canedo, busca respostas sobre o caso. 

A Secretaria Municipal de Saúde de Senador Canedo disse ao jornal O Hoje que todos os protocolos adotados na unidade foram seguidos, como recomenda a Organização Mundial da Saúde.

Nesta terça-feira (12), o pai do bebê, Rafael Martins, foi à delegacia da Polícia Civil do município para fazer um Boletim de Ocorrência, onde alega que a unidade de saúde foi “negligente” ao atender a esposa que estava em trabalho de parto. “Não prestou pra minha esposa a devida atenção que ela merecia lá dentro, que ela estava precisando naquele momento. Em momento algum eles recusaram atendimento pra nós lá, mas não nos atenderam da maneira que ela estava precisando, deixaram passar da hora”, afirma.

Muito abalado ainda com a situação, Rafael comenta que estava tudo preparado para receber a Isabela, filha do casal que teve a vida interrompida antes mesmo do nascimento. “Levamos as roupas do bebê e tudo que precisava para a maternidade, na esperança de voltar com ele nos braços, mas infelizmente não deu certo”, lamenta. “Agora nós vamos ficar com esse sentimento pelo resto da vida, vai ser irreparável”, acrescenta.

Isabela seria a primogênita do casal que se preparava para recebê-la desde a sua concepção, segundo o pai. “Nós estamos esperando ela desde quando descobrimos que a minha esposa estava grávida”, lembra. O bebê que era o sonho dos pais, também era aguardado pela família do casal que ficou em choque ao descobrir que a menina não voltaria para casa.

Ana Beatriz Nunes, de 23 anos – que teve uma gravidez tranquila, fez todas as consultas de pré-natal onde sempre mostrou que o bebê e era saudável -, entrou em trabalho de parto na madrugada de domingo, por volta das 7h, quando ela e o esposo foram até a maternidade. “Teve o rompimento do tampão e o sangramento, mas de imediato nós corremos para lá. Eu moro próximo à maternidade”, diz Rafael. Ainda segundo o relato do pai, a mulher passou por exame de toque por três vezes, mas os médicos disseram que não estava na hora de nascer.

Procurada para comentar o caso, a Secretaria Municipal de Saúde de Senador Canedo disse que a equipe da Maternidade está consternada com o fato, lamenta o óbito e está prestando toda a assistência necessária à mãe e à família. Além disso, a Secretaria está abrindo procedimento para investigar as causas do óbito. Em relação ao laudo do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que é fundamental para a apuração da causa do óbito, ainda está pronto, segundo a SMS.

A assessoria da SMS reforça também que o atendimento à mulher foi realizado todas as vezes em que a maternidade foi procurada. “A mãe deixou a maternidade às 12:40 sem a dilatação necessária para a internação e com o bebê com todos os sinais vitais normais. Está registrado no prontuário”, afirma um trecho do texto.

Após isso, foi recomendado que a mãe retornasse à unidade em duas ou três horas para nova avaliação, porém, o retorno aconteceu apenas às 18:30, quando foi constatada a ausência de batimentos, segundo a secretaria.