Verba garante funcionamento do HUGO

Estado afirma que hospital continua atendendo normalmente e débitos de R$ 4 milhões já foram creditados

Postado em: 26-09-2018 às 10h00
Por: Sheyla Sousa
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Estado afirma que hospital continua atendendo normalmente e débitos de R$ 4 milhões já foram creditados

Rafael Melo

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás declarou ontem (25) que o Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO) continua atendendo dentro da normalidade e do seu perfil de urgência e emergência. A SES também afirmou que já foi realizado repasse pela Secretaria da Fazenda de R$ 2 milhões para a aquisição de medicamentos, em que parte já foi adquirida na manhã de ontem (25), de forma emergencial, e até amanhã hoje o estoque da farmácia do HUGO estará normalizado. Outros R$ 2 milhões também foram repassados ontem (25), para garantir o abastecimento desses insumos, bem como das demais necessidades do hospital. 

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Em consequência do pedido de interdição expedido pelo Ministério do Trabalho (MTE), o Hospital precisa apresentar hoje um plano de emergência com estratégias para reduzir a admissão de novos pacientes, além de um protocolo de manutenção para que os pacientes internados sejam atendidos dentro das regras previstas pela segurança do trabalho. 

Segundo Jaqueline Carrijo, auditora do SRTE/GO, há um interesse colaborativo em ajudar na criação do mencionado plano de contingenciamento. “Equipes definirão, de forma clara, objetiva, técnica e responsável, quais pacientes continuarão atendendo; e até quando, com esse público, conseguem manter a normalidade no serviço, de acordo com a disponibilidade da farmácia, da qual também quero um relatório. Infelizmente, o hospital tem que se concentrar em quem consegue atender. Assim, conseguirão garantir os atos médico, da farmácia, da enfermagem. Porque ontem, antes de receber R$ 2 milhões para compra de medicamentos, o Hugo estava um caos”, argumenta.

Interdição

Uma audiência pública foi realizada na última segunda-feira (24) devido ao termo de interdição de paralisação de atividades da categoria que trabalha no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Goiás (STRE/GO). Representantes de vários órgãos participaram da reunião com o Ministério Público Federal (MPF) com o objetivo de discutir alternativas que solucionem os problemas apresentados pelo hospital. 

Estiveram presentes a auditora fiscal do trabalho, coordenadora da Saúde da Superintendência do Ministério do Trabalho em Goiás, Jacqueline Carrijo; o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Leonardo Vilela; o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres; o presidente do Centro de Atendimento Operacional da Saúde, do Ministério Público, (CAO Saúde/MP), Eduardo Prego e fiscais do Conselho Regional de Farmácia (CRF).

Audiência

Consta na ata da reunião que a unidade de saúde tem funcionado com um déficit mensal de R$ 2 milhões. O diretor administrativo da instituição, Franco Monteiro Xavier, afirma que o problema tem acontecido devido “irregularidades no repasse da verba pelo Estado de Goiás”, situação que provoca um déficit estimado em R$ 14 milhões ao longo do ano.

Já o secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, declarou, também conforme consta na ata, que houve uma redução “drástica nos repasses realizados pela Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz)”, alegando que já vem alertando outros órgãos sobre a situação desde o início do ano. 

Além disso, o secretário da pasta sugeriu uma reunião com a Sefaz para “buscar a regularização do fluxo financeiro” voltado para a SES. Em contato com a Gerir, Organização Social (OS) responsável pela gestão do HUGO, a entidade respondeu que “demandas relacionadas a este assunto devem ser direcionadas à SES”.

Em nota, a SES ressaltou que o Hospital realizou 28 cirurgias de segunda (24) à noite até o final da manhã de ontem (25) e que novos repasses financeiros serão realizados ainda nesta semana. A instituição enfatizou ainda que  não houve interdição do HUGO e de nenhum outro hospital da rede pública estadual. Apenas foi exigido um plano de contingenciamento pelo Ministério do Trabalho, que está em negociação.  

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