Frutas natalinas estão em falta nas bancas e com preços elevados

Itens como uvas, cerejas e pêssegos apresentaram elevações que desafiam o orçamento familiar

Postado em: 19-12-2023 às 08h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Frutas natalinas estão em falta nas bancas e com preços elevados
Comerciante há mais de 60 anos, Valdivino conta que neste ano a uva é uma das frutas, embora favorita, em falta | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Às vésperas das festividades de Natal, os consumidores se deparam com uma surpresa desagradável nos supermercados: o aumento considerável nos preços das frutas típicas da época. Itens como uvas, cerejas e pêssegos apresentaram elevações que desafiam o orçamento familiar.

Para Valdivino Spanislau, que é comerciante há mais de seis décadas no Mercado Municipal, em comparação com os Natais anteriores, o comércio ainda não entrou em um bom momento de vendas. “O pessoal deve estar esperando para última hora. Então geralmente explode a procura das frutas a partir do dia 22. Mas os estoques são renovados 2 vezes na semana com produtos frescos para compor a mesa da ceia”, conta.

Os produtos mais usados na ceia de Natal sofreram um impacto maior da inflação ao longo de 2023. O reajuste médio nos preços dos alimentos e bebidas mais consumidos nesta época do ano foi de 9%, quase o dobro da inflação oficial registrada nos últimos 12 meses no país, que está em 4,68%.

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Mas o consumidor pode reduzir o impacto desses aumentos trocando itens mais caros por outros mais baratos, pesquisando mais os preços, comprando com antecedência e usando mais criatividade na cozinha. “Até quarta feira já quero ir atrás do melão, morangos e uvas. São frutas mais caras e que eu não abro mão de estarem na mesa desse ano. Pêssego e Ameixa vou comprar no dia 23 na feira perto de casa. É mais compensativo”, conta a auxiliar administrativa, Luana Alves Cerqueira.

Um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), feito entre os dias 10 e 23 de novembro, mostrou que a cesta com dez produtos natalinos custa, em média, R$321,13 no País. O menor preço foi registrado na região Centro-Oeste: R$ 313,30. Outro levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base no Indice de Preços ao Consumidor (IPC), que avaliou 15 produtos da cesta de Natal e 11 da lista de outros itens natalinos, aponta para um reajuste médio de 7,7%. O maior vilão é o azeite, que teve alta de 35,7%.

As aves natalinas estão, em média, 15% mais caras neste fim de ano. Por outro lado, o pernil está 10,4% mais barato e a picanha está custando 4% menos. Por isso, uma alternativa para economizar na hora de definir o cardápio da ceia de Natal é optar por carnes bovinas, suínas e de frango, ao invés do peru, por exemplo, cujo quilo já pode ser encontrado por até R$ 48.

Já algumas frutas natalinas, como o morango, estão mais caras por causa do impacto de problemas climáticos causados pelo fenômeno El Niño. Vale lembrar que a Região Sul, maior produtora de várias frutas natalinas, como pêssego e uva, sofreu com a falta ou excesso de chuvas do ano passado para cá.

“Essa é uma data com abundância de frutas, mas nesse ano, por exemplo, estamos com dificuldade de encontrar as caixas de uva. Única fruta que estamos em falta. A uva esses dias mesmo notei que está em falta no CEASA. Não está tendo descarregamento de uva”, expõe o comerciante do mercado central de Goiânia.

Mas Sirlei do Couto informa que as vendas começaram em dezembro bem mais aquecidas e o mercado está abastecido com produtos natalinos em variedade e quantidade. “Tudo indica que o consumidor está tendo mais poder de compra, mas é sempre bom pesquisar os preços antes de comprar”, acredita. A pesquisa da Abras mostrou que 62% dos supermercadistas projetam aumento nas vendas.

Diante desse cenário, a população procura equilibrar a tradição do Natal com a realidade econômica, buscando criatividade e flexibilidade nas escolhas alimentares para celebrar a data especial. Enquanto isso, especialistas recomendam antecipar as compras e pesquisar em diferentes estabelecimentos para encontrar opções mais em conta.

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