Rede municipal de Goiânia tem déficit de 1,5 mil professores

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação diz que tem cobrado desde o ano passado a prerrogativa do concurso de 2016 para sanar o déficit

Postado em: 28-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação diz que tem cobrado desde o ano passado a prerrogativa do concurso de 2016 para sanar o déficit

O aumento no número de CMEIs demanda uma maior quantidade de profissionais

Raunner Vinícius Soares*

Em Goiânia é estimado um déficit de 1.500 educadores na rede municipal de ensino. Os dados são uma estimativa. Segundo Bia Lima, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), a Secretaria Municipal de Educação tem colocado em segredo a relação verdadeira do déficit no Município, portanto esse número pode ser ainda maior.

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A presidente diz que o Sindicato tem cobrado a prerrogativa do concurso de 2016. “Nós estamos reivindicando desde o ano passado, já foram chamados 4.000 servidores entre pedagogos e administradores para tentar sanar este déficit, mas ainda falta gente para ser chamado”, explica Bia Lima, presidente do Sintego.

Bia diz que o principal problema é o aumento no número de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) que demandava uma maior quantidade de profissionais tanto do administrativo, como pedagogos. A equipe de reportagem do jornal O Hoje tentou contato com a Secretaria Municipal de Educação e Esportes (SME), mas não foi obtido nenhuma resposta oficial.

Concursados

Ontem (27), os aprovados no último concurso da Educação de Goiânia, realizado em 2016, organizam um protesto no Paço Municipal, às 17h. Eles pedem a prorrogação do certame, que vence hoje, o que impediria a convocação de novos profissionais.

O concurso foi alvo de muitas polêmicas e, diante de irregularidades, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado entre o Ministério Público e a Secretaria Municipal de Educação e Esportes (SME). Contudo, os aprovados no certame alegam que algumas cláusulas do TAC não foram cumpridas. A principal reclamação é com relação a não convocação de pedagogos  para suprir o déficit decorrente de aposentadorias, desistências e exonerações.

O Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (SIMSED) entregou, na semana passada, uma representação ao Ministério Público pedindo a prorrogação do concurso. No documento diz que, “considerando que há candidatos aprovados esperando convocação, ressaltando o fato de haver déficits comprovados na rede municipal de educação, a não convocação vai contra o princípio da economicidade.”

Universalização da educação

A universalização da pré-escola é uma medida prevista há dez anos, quando foi promulgada a Emenda Constitucional 59, e que foi ratificada como a meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), que se tornou lei no ano passado (Lei 13.005/2014) com vigência por dez anos. A responsabilidade direta pela oferta da pré-escola é dos municípios.

De acordo com dados do Ministério da Educação, o cumprimento da universalização representa dois grandes desafios: o primeiro é a infraestrutura insuficiente e a limitação de recursos financeiros; o segundo é a necessidade de atrair para a escola as crianças que ainda estão fora dela. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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