Scanners de presídios são desligados por falta de pagamentos

Manutenção dos equipamentos eletrônicos foi interrompida por atraso no pagamento

Postado em: 28-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Manutenção dos equipamentos eletrônicos foi interrompida por atraso no pagamento

Rafael Melo

A Diretoria de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP) participará de uma reunião na próxima terça-feira (2) para discutir alternativas que solucionem a prestação do serviço de segurança por meio dos equipamentos eletrônicos de ‘body scanners’. Recentemente dois dos equipamentos instalados na Penitenciária Odenir Guimarães (POG) foram desligados em consequência da falta de pagamento pela manutenção dos aparelhos. De acordo com a DGAP, a reunião contará com a participação da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz) juntamente com a VMI Sistemas de Segurança Ltda.

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O equipamento de ‘body scanner’ funciona como uma espécie de raio-X que consegue visualizar todo o corpo do visitante. Em nota, a DGAP esclareceu que já esta em negociação com a empresa responsável pela prestação do serviço para regularização da situação. Ainda segundo o órgão, existem apenas cinco equipamentos, sendo dois deles no Centro de Prisão Provisória, dois na Penitenciária Odenir Guimarães (POG) e um na Unidade Prisional de Anápolis. 

Em contato com VMI Sistemas de Segurança Ltda, o gerente comercial Jonas dos Santos disse ao jornal O Hoje que o serviço interrompido se refere ao pagamento da manutenção do equipamento e os débitos constatados há mais de um ano chegam a ser superiores a R$ 2 milhões. “Outras reuniões já foram feitas com a expectativa de solucionar a situação, mas o Estado não tem conseguido efetivar o repasse do recurso para garantir a manutenção dos equipamentos”, pontua Jonas.

Revista nos presídios

O equipamento de body scanners consegue identificar e impedir a entrada de drogas, armas e celulares nas unidades prisionais, evitando o constrangimento da revista íntima, procedimento pelo qual as mulheres são submetidas quando visitam presidiários. A tentativa dos visitantes de entrar no presídio com drogas ou objetos proibidos é um fator recorrente e o Body Scanner tem sido fundamental no êxito do trabalho de segurança dos agentes durantes as revistas, principalmente no dia em que é permitida a entrega de colaboração como roupas e colchões aos detentos, denominado dia de Cobal.

No último dia 6, duas pessoas foram flagradas após entregarem colchões com drogas escondidas para detentos da CPP de Aparecida de Goiânia. Rosangela de Souza Santos entregou um colchão para o detento Gean Clovis dos Santos e dentro dele havia porções de maconha e cocaína. Em outro colchão entregue por Israel Pedro Henrique da Costa para o preso Mizael Henrique Cabral também havia drogas. Os familiares e os objetos foram encaminhados para a delegacia.

Em outra situação, no último dia 8, agentes plantonistas da POG impediram a entrada de drogas durante o horário de visitas. Lilian Alves da Silva escondia nas partes íntimas uma porção de maconha envolvida em fita isolante. Ela foi descoberta após passar pelo aparelho de scanner corporal e levada até uma unidade de saúde. No local, a médica plantonista fez a retirada da droga e a visitante confessou que entregaria para seu esposo Jhullyano Lopes. Os dois foram levados para a delegacia. Também na POG, Yasmmin da Silva Santos foi presa ao tentar levar mais de 200 gramas de maconha para o detento Roberto Julio Almeida do Nascimento Junior. A droga estava armazenada dentro do par de sandálias.

Um dos últimos casos aconteceu no último dia 9, durante a visita aos domingos na CPP, Rosimeire Santos de Oliveira foi presa com dois aparelhos celulares escondidos. Os objetos foram vistos assim que a visitante passou no aparelho de scanner corporal. Ela e o reeducando Vitor Hugo Santos foram levados para a delegacia para os procedimentos cabíveis.

O equipamento

O body scanner emite ondas de radiofrequência e possui transmissores e receptores que ficam posicionados em duas colunas. Segundos após a pessoa passar pelo procedimento de revista, as imagens são transmitidas para um monitor, onde um agente de segurança analisa as imagens, identificando objetos metálicos e outros materiais que são detectados por meio da tecnologia. 

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