Suspeito de atear fogo em esposa é preso em Brazabrantes

Um homem foi preso suspeito de jogar álcool e atear fogo na esposa na cidade de Brazabrantes, interior de Goiás. O motorista de 33 anos foi detido na casa da mãe em Goianira, a 13 km de Brazabrantes, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. O crime foi cometido em abril deste ano e, segundo a polícia, ele ainda não tem advogado.

De acordo com a Polícia Civil, o homem agiu durante uma discussão por ciúmes da esposa, uma dona de casa de 34 anos. No entanto, apesar de laudos e testemunhas constatarem que o ato foi intencional, tanto o suspeito quanto a vítima negam a situação e tratam o caso como um acidente. 

Segundo o delegado Bruno Costa e Silva, responsável pelo caso, a mulher teve 48% do corpo queimado e ficou mais de 30 dias internada. Ele conta que o casal negou que as chamas foram causadas de forma voluntária. “O suspeito nega as acusações. Ele disse que estava tomando banho e que, quando saiu, a esposa já estava em chamas. Ela também nega a intenção do marido, diz que foi um acidente, que derramou álcool sem querer em si própria e se queimou quando passava perto do fogão, que estava com uma chama acesa. Mas ela se contradisse algumas vezes”, explicou o delegado.

Laudo

No entanto, o delegado afirma que o laudo pericial comprovou que o ato foi criminoso. O documento corrobora a versão de testemunhas que confirmaram ter visto o homem incendiar a vítima com um isqueiro. Ainda conforme o delegado, logo após cometer o crime, o motorista se arrependeu e socorreu a mulher, levando-a para o hospital. 

Por conta disso, também teve queimaduras nos braços e mãos. A polícia localizou, com o suspeito, dezenas de munições de diversos calibres diferentes. Testemunhas disseram já terem visto o homem ameaçando a mulher com uma arma, embora o objeto não tenha sido encontrado. O acusado deve ser indiciado por tentativa de feminicídio e posse irregular de munição.

Feminicídio

Os crimes de feminicídio geralmente são cometidos por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, decorrentes de situações de abuso no domicílio. Os crimes envolvem ameaças ou intimidação, violência sexual, ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou recursos do que o homem. 

Os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que houve uma redução de 10% na taxa de homicídios domésticos após a criação da Lei Maria da Penha em 2006. Quanto aos assassinatos, 43,7 mil mulheres foram mortas de 2000 a 2010, 40% das vítimas foram assassinadas dentro de suas próprias casas. (Rafael Melo)