Ações do zoológico de Goiânia aliviam calor dos bichos

Animais do zoológico sofrem com altas temperaturas e precisam de cuidados extras

Postado em: 28-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Animais do zoológico sofrem com altas temperaturas e precisam de cuidados extras

Todos os anos nesta época, Zoológico de Goiânia adota medidas estratégicas para amenizar os efeitos do calor nos animais do parque, como picolés de frutas e banhos que simulam a chuva (Wesley Costa)

Gabriel Araújo*

Goiânia está passando pela semana mais quente do ano, com temperaturas que chegam a 38ºC e sensação térmica de 40ºC, além da baixa umidade do ar e alta nos índices de poluição. Com isso, não só as pessoas sofrem como também os animais, principalmente os de regiões mais frias.

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Dessa forma, se torna necessária a aplicação de medidas que ajudam os animais a enfrentar o calor. O Zoológico de Goiânia, por exemplo, aproveita ações já conhecidas para melhorara a qualidade de vida dos animais, como o oferecimento diário de picolés dos alimentos preferidos dos bichos, como de frutas para os primatas, além de carne e sangue para as espécies carnívoras.

Alguns animais ainda têm banhos de mangueira e aspersões de água em recintos também estão entre as atividades de rotina do parque, que conta com animais de pequeno, médio e grande portes. De acordo com a direção do local, os bichos precisam de um tratamento especial para que sofram menos com as altas temperaturas e baixa umidade.

Conforme informado pela supervisora Rita Figueiredo, ações como essas dão aos animais diversos benefícios, como treino do faro, a habilidade de retirar os alimentos dos obstáculos e o fato de movimentar, gastar energia em prol da alimentação e refrescar os animais.  “É uma forma de trazer um pouco da vivencia deles no ambiente selvagem, porque no habitat natural os animais gastam energia para conseguir se alimentar. Além disso, o mais importante é fazer com que a sensação térmica nos recintos seja mais fresca e úmida devido às altas temperaturas”, conta.

Em visita ao Zoológico de Goiânia, a reportagem do O HOJE pode observar a aplicação de algumas medidas, como o banho dado ao urso pardo e a simulação de chuva para os pássaros. Medidas que ajudam a diminuir a temperatura interna dos animais e reduzir riscos de lesões. 

Operação aplica multas ambientais no Meia Ponte 

Ontem, a Polícia Civil divulgou o resultado de uma operação de uso irregular de água nas cidades de Itauçu, Goianira, Brazabrantes, Inhumas e Goiânia. De acordo com o órgão, a operação ‘Torneira Cheia’ durou cerca de dois meses e resultou na aplicação de R$ 179 mil em multas e a autuação de 44 pessoas.

O objetivo da ação foi descobrir e coibir crimes ambientais praticados ao longo da bacia do Rio Meia-Ponte. A equipe flagrou desmatamento, represas e pontos de abastecimentos irregulares, além de um lixão localizado próximo ao leito do rio.

Segundo informou o delegado do caso, Luziano Carvalho, irregularidades são comuns em áreas próximas ao rio. “Em todas as propriedades visitadas encontramos irregularidade. Construções próximas ao leito do rio, represamento sem a devida autorização e captação de água para irrigação, desmatamento, gado andando nas margens das nascentes”, disse.

Dois casos chamam a atenção. O primeiro é o resultado da retirada de água para irrigação, que era utilizada para abastecer plantações e consumia água suficiente para abastecer uma região com mais de 15 mil habitantes. “O abastecimento público é prioridade, não somos contra a agricultura e a produção, desde que tudo seja feito dentro das regras, com as devidas licenças”, lembrou.

O segundo resultou na autuação do atual secretário de Meio Ambiente de Itaiçu, a noroeste de Goiânia. O caso ocorreu devido a proximidade de um lixão a uma nascente que liga ao Rio Meia Ponte. De acordo com o artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, o descarte de lixo em zonas rurais pode gerar uma pena de até quatro anos, além de multa. 

Os tipos de poluição estão divididos pela forma em que afetam o meio ambiente, com o descarte de resíduos sólidos “tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana” podendo elevar a pena para cinco anos de reclusão.

A partir da aplicação da Lei dos Crimes Ambientais que se tornou possível a tipificação das agressões contra o meio ambiente. “Mais importante, porém, é o estabelecimento da perda dos instrumentos utilizados no crime ambiental. Isso modifica radicalmente a percepção de impunidade quando ocorre crime ambiental, transformando a lei em um dos principais instrumentos legais no combate a quem degrada a natureza”, afirmou o órgão.

A Secretaria de Meio Ambiente do município afirmou, a um veículo da Capital, que o lixão está aproximadamente a 10 km da nascente do rio e que esse não foi o motivo de autuação, e sim por queimadas no local, sendo que providências com relação ao caso já estão sendo tomadas. Apesar disso, Luziano afirma que o lixão está a apenas 50 metros de uma nascente.

De acordo com a Dema, os autuados devem responder por crimes ambientais e podem ter que pagar valores que podem chegar a 360 salários mínimos cada, além das já aplicadas multas.

Ação

No último mês de julho, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Ambientais (Dema) realizou a Operação Meia Ponte e flagrou diversas captações ilegais de água em afluentes do Rio Meia Ponte. Em um dos locais foi encontrado um sistema de abastecimento usado para abastecer toda uma lavoura de milho na cidade de Goiânia e já havia sido alvo de operação no ano passado.

Dois equipamentos eram utilizados para retirar algo em torno de 70 litros por segundo no ribeirão Capivara. O produtor rural responsável pelos pivôs de irrigação estava descumprindo o Termo de Embargo lavrado em 2017, o que resultou em duas autuações no valor total de R$ 90 mil.

A lei federal define o uso prioritário da água para o consumo humano e limpeza de animais. A Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) indicou ao Estado a realização de medidas urgentes para conter a situação de escassez hídrica e ações buscam diminuir o consumo irregular. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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