Empresas e famosos se solidarizam com doceria após mortes suspeitas

O real motivo por trás das mortes de Leonardo Alves, de 58 anos, e de sua mãe, Luzia Alves, de 86 anos, continua um mistério, mesmo dois dias depois da divulgação do caso que colocou uma conhecida doceria goiana sob suspeita.

Inicialmente, foi feita uma associação precoce entre o falecimento da mãe e do filho com o consumo de doces da confeitaria Mariana Perdomo, uma das mais famosas da Capital. Tal repercussão ganhou grande destaque nas redes sociais como no X (antigo Twitter), Instagram e WhatsApp por parte dos usuários. Principalmente, pelo fácil acesso, utilização e compartilhamento das informações, sobretudo, por envolver uma pessoa e sua loja conhecida por milhares de goianienses. 

Para se ter uma noção, o nome da empresa estava em quarto lugar no ranking de assuntos mais falados na manhã da segunda-feira (18) no site do X, mesmo antes de algum pronunciamento oficial da loja. E como de costume, o discurso ficou contido em fofocas, boatos e fake news enquanto a apuração policial era feita.

Ainda no mesmo dia, ocorreu o baixo movimento de clientes nas lojas e dos motoristas de entrega de aplicativo durante a tarde em duas unidades na Avenida T-4. Contudo, o baixo movimento inicial é algo esperado em tempos de uma crise institucional de marca, como conta o professor e especialista em economia Aurélio Trancoso. “Algumas pessoas vão deixar de ir agora, mas podem ir no futuro”, fala que ainda é muito cedo para tirar conclusões precipitadas enquanto a Polícia Civil de Goiânia faz suas investigações.

Já Danilo Orsida, especialista também em economia, explica que a relação entre negócios e os seus clientes mudaram desde o advento da internet e das redes sociais. “Essa realidade está muito ligada ao alto grau de exposição das marcas na internet, bem como às novas expectativas da opinião pública em relação aos negócios”, diz também como os motivos de uma crise institucional são mais atreladas aos problemas na comunicação como desentendimentos, boatos e intrigas pessoais.

Desde então, muitas celebridades declararam-se solidárias à loja, desde que mais informações foram divulgadas sobre as circunstâncias das mortes investigadas. Com isso, nomes conhecidos como o produtor de conteúdo gospel Padre Marcos da Igreja de Nossa Senhora Assunção, a cantora de forró baiana Solange Almeida também comentaram na publicação oficial de Mariana Perdomo para declarar apoio e se posicionar contra os ataques.

Além disso, empresas de Goiânia de diferentes setores deram seu apoio à doceria, alegando que boatos e meias verdades tomaram o espaço da verdade. Uma dessas empresas, a hamburgueria Dom Rapha, se solidarizou em uma postagem no Instagram. “Só quem passa pelo processo sabe o quanto é difícil conseguir fazer um nome. Ninguém tem o direito de ‘cancelar’ uma empresa com tamanha competência e responsabilidade”, diz a hamburgueria.