Caso Pedro Lucas: Delegado diz que só falta encontrar corpo de menino desaparecido em Rio Verde

O delegado também deduziu que quem fez algum mal ao menino agiu sozinho

Postado em: 20-12-2023 às 15h28
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Caso Pedro Lucas: Delegado diz que só falta encontrar corpo de menino desaparecido em Rio Verde
O delegado também deduziu que quem fez algum mal ao menino agiu sozinho. | Foto; Reprodução

Rauena Bezerra

Prestes a entrar de férias, nesta sexta-feira (22), o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso de Pedro Lucas, o garoto desaparecido desde 1º de novembro em Rio Verde, informa que está elaborando um documento que inclui os depoimentos das pessoas que foram ouvidas, especialmente o padrasto e a mãe do menino.

Ele frisou que talvez as informações possam ser aproveitadas em uma ação cautelar que pretende apresentar mesmo durante suas férias. Formalmente, outro delegado assumirá o caso e terá acesso ao documento que contém os elementos, mas Candeo assegura que, mesmo estando de férias, continuará participando dos grupos e coordenando as diligências.

Continua após a publicidade

O delegado também deduziu que quem fez algum mal ao menino agiu sozinho. “A única coisa que não foi revelada é onde está o corpo, só vamos descobrir por coincidência do destino, então não podemos prever o desfecho. Mas é possível identificar em breve alguém responsável por isso”, disse.

Candeo ressaltou que desde o desaparecimento do menino, somente nas buscas estiveram presentes 30 militares. No entanto, no trabalho de investigação em conjunto com a Polícia Civil, há pelo menos mais seis pessoas envolvidas no caso.

“Aqui no grupo de investigação de homicídios, somos dez integrantes, mas durante as investigações relacionadas ao narcotráfico, eles estiveram conosco em diversos momentos, além de outros agentes da Polícia Civil. Ademais, contamos com a assistência da Guarda Municipal em alguns momentos durante as buscas e também com a colaboração dos bombeiros”, afirma Candeo.

Em entrevista ao jornal O Hoje, ele apontou que, em um curto período de investigação, o foco estava em um celular que foi encontrado na casa de uma amiga de Pedro, supostamente roubado por ambos. Depois veio a notícia de que ele estaria frequentando locais de uso e venda de drogas, além de outras apurações.

Porém, todos os resultados foram negativos, então o foco voltou-se para a família ou alguém próximo. “Temporariamente, optamos por afastá-los do foco das investigações, visando abordar essas questões que traziam dúvidas acerca do desaparecimento dele, as quais não estavam relacionadas à família e necessitavam de esclarecimento”, afirmou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, houve uma nova oitiva com os pais do menino nesta terça-feira (19), na qual foram observadas várias contradições e discordâncias nas declarações da mãe da criança. Ele afirma que, ao todo, foram registradas 13 declarações do padrasto e 13 declarações da mãe, dentre essas, também se incluem afirmações de terceiros.

No entanto, é complicado distinguir o que pode ser considerado suspeito do que pode ser esquecimento, devido à passagem do tempo e à condição peculiar da mãe, que possui problemas mentais e déficit cognitivo. “É difícil separar a má intenção ou problema da mãe, da doença que ela enfrenta, assim como determinar qual é o tipo de envolvimento dela e como a doença afeta sua capacidade de responder às perguntas de forma clara e coerente.”, aponta Adelson.

Caso

O menino Pedro Lucas, foi levado para um abrigo em junho deste ano por conta de violência doméstica. Segundo apurado pela reportagem do O Hoje, a Polícia Militar (PM) foi acionada por vizinhos para atender um caso de violência doméstica na casa onde Pedro Lucas morava. Como relatado por vizinhos, a mãe do menino E.P.D.S, gritava por socorro na residência onde ela estaria sendo vítima de agressões.

Como narrado pelo Boletim de Ocorrência, registrado no 2º Batalhão de Polícia Militar (BPM) no dia 4 de junho de 2023, o padrasto de Pedro Lucas, J.S.D.S, estava agressivo e armado com uma arma branca (faca), e que as duas crianças que estavam na casa no momento estavam chorando muito.

Os agentes que atenderam à ocorrência relatam que o suspeito, ao perceber a presença da PM, jogou a faca pelo muro. Os policiais, então, encaminharam até a delegacia. Ainda de acordo com o B.O, o Conselho Tutelar foi acionado para levar as crianças que estavam na casa, incluindo Pedro Lucas, para um abrigo na cidade de Rio Verde.

Na época, a reportagem tentou contato com o Conselho Tutelar de Rio Verde que confirmou que Pedro Lucas e outra criança que estava na residência foram encaminhados para o abrigo. Conselheiros, no entanto, não informaram o período em que o menino ficou no local.

Veja Também