Verão e escassez de chuvas impactam a produção rural

Atraso no plantio e na colheita deverão refletir aumento no preço dos grãos e afetar consumidor final a partir de 2024

Postado em: 27-12-2023 às 11h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Verão e escassez de chuvas impactam a produção rural
No caso do arroz e feijão, esses produtos base da alimentação terão novas altas | Foto: Reprodução

Com a chegada do verão em Goiás, uma preocupação paira sobre a agricultura do estado, pois a falta de chuvas promete desafios para os produtores. Este período crucial, que normalmente marca o início do ciclo de cultivo, agora apresenta incertezas em meio a condições climáticas adversas.

O verão costuma trazer temperaturas elevadas e, este ano, a escassez de chuvas está se manifestando como uma ameaça iminente. As lavouras, que dependem da água para um desenvolvimento saudável, enfrentam o desafio de lidar com um fornecimento hídrico abaixo do ideal.

Essas culturas que são fundamentais para a economia goiana, como soja, feijão, arroz e milho, estão particularmente suscetíveis aos efeitos da estiagem. Os agricultores se veem diante da necessidade de estratégias adaptativas para minimizar as perdas e preservar a qualidade dos produtos.

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“Infelizmente não tem com acelerar a safra, a não ser por stress hídrico, que foi o que ocorreu. A planta tem um ciclo que sempre é respeitado. No caso da soja, as primeiras áreas semeadas sofreram profundamente com o clima seco e temperaturas recordes, o que afetou a produtividade e reduziu o ciclo da planta. O ciclo será menor e a produtividade também”, afirma o consultor de Mercado e Sócio Proprietário da Terra Agronegócios, Enio Fernandes. 

Enquanto agricultores enfrentam os desafios do presente, a busca por soluções de longo prazo torna-se imperativa. “Estratégias de gestão de recursos hídricos e investimentos em pesquisa agrícola são essenciais para fortalecer a resiliência do setor diante das incertezas climáticas”, aponta.

Em meio a essas condições adversas, a tecnologia agrícola emerge como uma aliada crucial. Sistemas de irrigação eficientes, monitoramento meteorológico avançado e práticas sustentáveis tornam-se ferramentas indispensáveis para enfrentar os desafios impostos pela falta de chuvas.

“Recomendamos uma análise extremamente criteriosa em seu custo de produção, após este primeiro passo tentar entender qual será sua produtividade, e assim encontrar seu preço de equilíbrio. Apesar da quebra de safra deste ano, os preços não devem explodir, o que nos trás o desafio de sermos cuidadosos na proteção de margem”, exemplifica Enio.

Em um período crucial para a agricultura goiana, a comunidade agrícola se mobiliza para enfrentar os desafios do verão e da escassez de chuvas. A resiliência, a inovação e o apoio coletivo são fundamentais para garantir que o setor continue prosperando, apesar das adversidades climáticas. “A soja é o grão que menos sofrerá impacto em seu preço final. Já os preços do milho, arroz e feijão, e nítido esse acréscimo do valor. No caso do arroz e feijão, esses produtos base da alimentação terão novas altas”, finaliza o especialista.

Consciência do Consumidor

A escassez resultante do atraso na safra pode ter um impacto direto nos preços desses alimentos. Os consumidores, já enfrentando desafios econômicos, podem sentir o peso dessa situação nas prateleiras dos supermercados, com projeções indicando um possível aumento nos valores de feijão, soja e milho.

Enquanto os preços podem apresentar desafios para os consumidores, a conscientização sobre a situação e o apoio a práticas sustentáveis na produção agrícola tornam-se importantes. O entendimento da complexidade dos desafios enfrentados pelos agricultores pode levar a uma abordagem mais compreensiva por parte dos consumidores.

Por conta do atraso na safra, a interconexão entre produção, logística e consumo se destaca como uma narrativa crítica. O impacto nos preços do feijão, soja e milho serve como um lembrete da vulnerabilidade da cadeia alimentar e destaca a necessidade de abordagens colaborativas para enfrentar os desafios que surgem ao longo do caminho, garantindo a estabilidade e acessibilidade alimentar para todos.

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