Caso Valério Luiz está próximo de júri popular

A defesa do acusado Djalma Gomes da Silva havia entrado com um último recurso, alegando que o réu sofria de problemas mentais, a perícia médica foi feita na última segunda-feira (1º)

Postado em: 03-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A defesa do acusado Djalma Gomes da Silva havia entrado com um último recurso, alegando que o réu sofria de problemas mentais, a perícia médica foi feita na última segunda-feira (1º)

O julgamento pela morte de Valério Luiz de Oliveira, cronista esportivo assassinado em 2012, pode estar próximo. A defesa do acusado Djalma Gomes da Silva havia entrado com um último recurso, alegando que o réu sofria de problemas mentais, a perícia médica foi feita na última segunda-feira (1º). Por telefone, o também cronista Manoel de Oliveira, pai da vítima, afirma que a família vai cobrar que o julgamento vá a júri popular. “Estamos aguardando a data, fizemos o que podíamos e eles perderam todos os recursos e agora cabe a nós cobrarmos o julgamento”, conclui.

O filho e advogado da vítima Valério Luiz Filho, publicou uma nota sobre o caso em sua conta pessoal do Facebook, Valério informou que os exames médicos do réu Djalma Gomes da Silva, que havia feito pedido de incidente de insanidade mental, aconteceram nesta segunda-feira (1º). Os exames eram a única coisa que impedia o processo de seguir para júri popular. 

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Levado à última instância e negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), esgotando-se os recursos, o processo que conclui como mandante do crime Maurício Borges Sampaio, atual presidente do Clube Atlético Goianiense e mais quatro acusados pode ter seu desfecho em breve. 

Em laudo médico que serviu de base para o pedido junto à 2° Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida para o incidente de insanidade mental, o neurologista Leonardo da Silva Prestes já havia afirmado que o policial apresentava transtorno delirante persistente, com alucinações visuais e auditivas, associado a irritabilidade, crises de disforia (ansiedade) intensa e delírios.

Djalma Gomes da Silva já havia revelado, também, que desde 1999, dois anos depois de iniciar carreira na PM, vinha sofrendo com episódios de alucinações visuais e auditivas. O sargento “chegou a atirar na alucinação”. No dia 4 de março de 2016, o acusado passou por sessões de eletroconvulsoterapia (ECT) – método de choques de pequena voltagem nas têmporas.

Crime 

Valério Luiz foi assassinado no dia 5 de julho de 2012 quando saia da rádio onde trabalhava, a Rádio Jornal 820-AM, no Setor Serrinha, em Goiânia. Um motociclista se aproximou e disparou seis vezes contra o carro da vítima. O motivo do crime seria críticas constantes do jornalista a diretoria do Atlético, do qual Maurício Sampaio, supostos mandante do crime, era vice-diretor na época. As desavenças entre os dois já duravam cerca de dois anos.

Um inquérito da Polícia Civil apresentado em 2013 com mais de 500 páginas, conclui que cinco pessoas participaram do crime. A promotoria apontou que Maurício Borges Sampaio foi o mandante, que Urbano de Carvalho Malta contratou o cabo da Polícia Militar Ademá Figueiredo para matar o cronista. Ainda segundo o documento, o açougueiro Marcus Vinícius participou do planejamento do crime. Já o sargento da PM Djalma da Silva foi indiciado por atrapalhar as investigações da polícia. (Avelino Mateus, especial para O Hoje) 

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