Risco de queimaduras aumenta durante festas de fim de ano

O final de ano é marcado por festas, onde os fogos de artifício e churrasqueiras ganham protagonismo nas casas dos brasileiros. Com isso, nesse período, aumenta a incidência de casos de queimaduras, que já são representativos em qualquer época do ano. Somente em 2023, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) atendeu 1.163 vítimas de queimaduras.

Por outro lado, dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão mostram que até setembro de 2022, ocorreram, pelo menos, 263 internações por causa de incidentes com fogos de artifício.

Para evitar esses acidentes, é preciso ficar atento ao manusear artefatos como os fogos. A orientação é do cirurgião plástico, Fabiano Calixto, médico especialista na área de queimaduras no Hugol. Segundo o especialista, o ideal é que apenas profissionais façam o manuseio do artefato, e que este profissional não utilize as próprias mãos para segurar o material, uma vez que a recomendação é encaixar o equipamento no chão ou em algum suporte para proteger as mãos ao acender os fogos.

O Tenente do Corpo de Bombeiros, Kenio Rocha, acrescenta que não existem marcas específicas mais seguras, mas os modelos que possibilitam que a pessoa fique um pouco mais afastada do objeto na hora de soltar os fogos, são mais seguros, uma vez que diminuem os riscos de acidentes. O tenente chama atenção ainda para a união de bebidas alcoólicas e a prática de soltar fogos de artifício, que sem dúvidas, não é uma boa combinação. As medidas podem evitar tanto queimaduras em quem solta os fogos e pessoas próximas, quanto evitar algum incêndio na região.

Outro caso de queimadura muito frequente nas festas de fim de ano são as que acontecem em churrasqueiras, principalmente quando resolvem combinar fogo e álcool. Nesses casos, é necessário tomar bastante cuidado ao utilizar álcool na churrasqueira, pois jogar o elemento de qualquer jeito no fogo, pode queimar as mãos.

Em casos de acidentes, o primeiro passo é limpar a área queimada com água corrente, até retirar possíveis resíduos do material que causou a queimadura, segundo Calixto. Após a limpeza da área, se o caso for de emergência, a orientação é ligar no telefone do Corpo de Bombeiros, 193. Se for uma queimadura menor, pode-se procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Cais.

“A primeira regra é não aplicar nenhum tipo de produto, apenas água corrente. Passar borra de café ou pasta de dente, por exemplo, não resolve e pode inclusive piorar a queimadura”, alerta o cirurgião..

Ao explicar como são feitos os procedimentos, o especialista diz que a queimadura precisa inicialmente ser avaliada e, de acordo com o grau de profundidade, o paciente irá receber cuidados específicos que são: curativos, cirurgias de debridamento, cirurgias de enxerto de pele, cirurgias de retalho de pele, dentre outros.

A falta de cuidado pode levar ao aprofundamento da queimadura, infecções ou retrações que podem dificultar o aspecto funcional da vida do paciente, podendo até chegar a óbito devido à gravidade da queimadura. “Portanto, se você sofrer uma queimadura, procure uma Unidade Básica de Saúde ou, se for mais grave, ligue para o Samu, para que você seja encaminhado a um hospital de referência, como o Hugol” reitera o médico.