O sumiço dos gatinhos Zé e Zoe e da cachorrinha Lucy
A dor que Cinthia descreve é similar à perda de um membro qualquer da família
Por: João Victor Reynol de Andrade
Para Cinthia Nogueira, de 56 anos, passar o período de Natal e Ano Novo sem os seus três gatos Zé, Zoe e Léo, e o seu cachorro Darwin era algo impensável até pouco tempo atrás. Contudo, parte de sua vontade foi tirada de si quando o casal de felinos Zoe e Zé saíram de sua casa numa quinta-feira (7), para não voltarem até depois do Natal.
Cinthia descreve seus gatos com muita atenção nos mínimos detalhes, a fêmea Zoe é de coloração preta com manchas brancas no corpo, ela descreve o comportamento da gata como a “mais normal da ninhada”. Já o macho Zé é considerado mais arisco, grudado em Zoe o tempo inteiro por crescerem juntos e possui pêlo longo e cinza.
A dor que Cinthia descreve é similar à perda de um membro qualquer da família, pois a falta de notícia dos felinos a corrói por dentro, como assim descreve. “Eu saio todo dia aqui perto de casa na rua para olhar por eles, mas vejo aquele mato e os carros andando e não consigo não me preocupar”, como diz Cinthia.
Outra pessoa que possui um sofrimento similar à Cinthia é o Bruno Pereira, tutor da cadela Lucy que sumiu na tarde da terça (19). Segundo ele, a cadela de pelagem caramelo fugiu após terem levado ela para a casa de um amigo. “Essa foi a primeira vez que algo desse tipo acontece com ela. Ela nunca fez isso”, diz Bruno.
A dor, inclusive, transcende sua família humana para a cedala Luna, mãe de Lucy, que está depressiva desde o sumiço da filha. “Ela sempre foi muito carinhosa, era sempre ela que recebia a gente em casa. Sentimos muita falta de sua companhia, a família inteira chorou um pouco, até a Luna está triste”. Contudo, também relata a mesma esperança de Cinthia para achar a Lucy com vida e saudável.
Esse tipo de angústia da saudade é sentida por vários goianienses todos os anos, e em especial em épocas de festividades de fim de ano por causa de barulhos, luzes e muita movimentação perto da residência.
Como diz Ana Clara Gonçalves, médica veterinária, o melhor a se fazer nestas horas são cuidados para diminuir o estresse no animal. “O que a pessoa pode fazer é colocar um algodão na orelha do bicho em queima de fogos por exemplo. O tutor também pode levar o animal para um local onde ele possa se sentir seguro como um quarto, uma sala”, diz Ana.
Para os bichos que este procedimentos mais simples não resolvam existe a oportunidade de medicamentos psicoativos, mas Ana esclarece a necessidade da atenção ao medicar. “Para os animais em estado ‘críticos’ nesta época, recomendo que o tutor procure um veterinário para prescrever um medicamento como um calmante. Contudo, cada caso é um caso, e não podemos utilizar tudo em todos por isso a necessidade de médico veterinário”.