MP quer delegacia para investigar crimes de torcidas organizadas

A ocorrência de crimes cometidos por membros de torcidas organizadas em Goiás alerta para a criação de uma delegacia especializada

Postado em: 04-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A ocorrência de crimes cometidos por membros de torcidas organizadas em Goiás alerta para a criação de uma delegacia especializada

Raunner Vinícius Soares*

Desde fevereiro deste ano o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) defende a criação de um grupo da Polícia Civil voltado para a investigação de brigas entre torcidas organizadas. Mesmo após casos de homicídios a reivindicação não foi atendida. A justificativa para a criação de uma delegacia especializada seria os vários crimes em estádios, e até mesmo fora deles, ocorridos pela rivalidade entre as torcidas.

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Um dos casos foi do estudante Fabrício Ferreira da Silva, de 18 anos, alvejado dentro de um ônibus, em Goiânia, por Jhonathan de Oliveira Melo, de 32 anos, e Maicon Oliveira Gomes, 26, operários da construção civil e membros da torcida organizada do Vila Nova. Os suspeitos foram presos no dia 28 de setembro, no Estádio Serra Dourada, enquanto assistiam a um jogo.

Fabrício foi alvejado no peito após sair de um evento da Força Jovem, torcida organizada do Goiás, em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia, em setembro do ano passado. Imagens de câmera de segurança mostraram quando ele estava no terminal e entrou no ônibus. A vítima seguia para casa, no Setor Forte Ville. Os autores do crime estavam em uma moto e um carro. Eles seguiram o ônibus, o cercaram e entraram quando o veículo parou em um ponto de ônibus. 

De acordo com o delegado Ernane Cazer, responsável pelas investigações, o motivo do homicídio foi uma rixa entre torcidas, uma vez que a vítima era torcedora do Goiás, maior rival do colorado. Ao serem apresentados à imprensa na manhã desta quarta-feira (3), na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), ambos ficaram em silêncio, mas, segundo policiais, eles confessaram o crime em depoimento.

Já no mês de fevereiro deste ano, um torcedor do Goiás foi morto a tiros na Avenida Anhanguera, em Goiânia. O torcedor Lucas Pereira Neves, de 24 anos, foi baleado após atirar contra um ônibus com torcedores do Vila Nova que seguiam para o clássico entre os times. Segundo a Guarda Civil Metropolitana (GCM),  a vítima estava armada com um revólver calibre 38 e tinha quatro passagens pela polícia.

Um vídeo gravado por uma passageira registrou mais de 10 disparos no Eixo Anhanguera. No vídeo, três homens armados se aproximam do torcedor, que já havia sido baleado e estava caído na avenida. Não há informações sobre quem são estas pessoas.

Vítima

Em outro caso envolvendo torcidas organizadas, no mês de janeiro, um torcedor do Vila Nova, que não teve a identidade divulgada, foi baleado no braço. O caso ocorreu no Setor Leste Universitário, durante jogo entre o time da vítima e o Goiás Esporte Clube. A vítima foi levada para o Hospital das Clínicas, atendida e liberada em seguida, conforme a unidade de saúde.

Segundo Polícia Militar, na época, um veículo com torcedores do Goiás parou na entrada do Terminal Praça da Bíblia. Avistaram um grupo de torcedores do Vila Nova e efetuaram disparos de arma de fogo. Um dos torcedores do Vila Nova sofreu uma lesão no braço, provocada pelo disparo de arma de fogo. Tanto os torcedores tanto do Goiás como do Vila Nova acabaram atirando pedras uns aos outros, chutes, murros e alguns saíram machucados. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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