Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Chuva pode atrasar obra

Proximidade do período chuvoso pode colocar em risco o andamento das obras na via que sofre há anos com problemas estruturais

Postado em: 05-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Chuva pode atrasar obra
Proximidade do período chuvoso pode colocar em risco o andamento das obras na via que sofre há anos com problemas estruturais

Gabriel Araújo*

A reforma emergencial da Marginal Botafogo segue a passos lentos.  Com cerca de 30% das obras concluídas, a chegada das chuvas antes do esperado elevam preocupação dos engenheiros e especialistas. Os trabalhos devem seguir até dezembro quando está previsto o fim dos trabalhos.

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A Marginal Botafogo, uma das principais vias de escoamento da cidade, segue com obras de reestruturação do canal em dois pontos. De acordo com Dolzonan Mattos, titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), os pontos críticos estão sendo resolvidos de forma emergencial para facilitar o andamento das obras.  “Estamos atacando esses problemas para que este seja um trabalho que dure por muitos anos e para que não haja mais riscos de colapso”, afirmou.

O Córrego Botafogo, dentro do perímetro que compõe a Marginal de mesmo nome, está recebendo uma camada de concreto para eliminar pontos de assoreamento nos períodos de chuva. De acordo com a Prefeitura Municipal, placas e blocos de concretos foram instalados no local para sinalizar o trecho parcialmente interditado, que vai nos dois sentidos da Avenida Independência à  Araguaia. 

Segundo o órgão, a previsão de entrega da obra é dezembro deste ano e, até a liberação da via, os condutores devem trafegar com cuidado redobrado às sinalizações e intervenções realizadas pela Seinfra e Secretaria de Trânsito (SMT) do município.

Além disso, a Prefeitura de Goiânia proibiu, em janeiro deste ano, o tráfego de veículos pesados na pista esquerda da Marginal Botafogo. A ação ocorreu após a última liberação da via, que estava parcialmente interditada desde o dia 14 de dezembro. Segundo a Seinfra, a via não estava totalmente segura para tráfego durante períodos chuvosos. Na época, a Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT) afirmou que os motoristas que não respeitassem a mudança seriam punidos com multa e infração grave.

Revitalização

A Prefeitura de Goiânia prevê uma obra de revitalização da Marginal Botafogo, que conta com 14 km de extensão e quase 30 anos. A obra deve durar dois anos e custar R$ 35 milhões. Após as constantes interdições o paço autorizou a contratação de uma empresa para realizar uma avaliação técnica de todo o percurso da via.

O prefeito Iris Rezende (MDB) afirmou que está buscando recursos para revitalizar toda a via. “Sabemos da importância da Marginal para os goianienses, ninguém mais do que eu quer vê-la toda reestruturada”, afirmou. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), os recursos devem vir do Ministério da Integração Nacional.

Ainda segundo o órgão, os trâmites burocráticos estão adiantados e nos últimos meses foi providenciado o Termo de Referência, uma das etapas mais demoradas do processo de licitação da obra.

As obras de ampliação da Marginal Botafogo, em Goiânia, ainda não iniciaram. Ampliação seria concluída até dezembro desde ano, como anunciou a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) em julho de 2017, mas nenhuma movimentação pode ser observada no local. O trecho de ampliação contemplará as avenidas Jamel Cecílio até a 2ª Radial.

Em dezembro de 2016 a prefeitura havia inaugurado a ponte sobre a Rua 1.018, no Setor Pedro Ludovico. A ponte liga a região do Jardim Goiás no sentido norte e sul, local por onde passará a Marginal Botafogo. Os últimos trabalhos realizados foram de terraplenagem da pista da marginal e proteção de encostas.

De acordo com o apurado pelo O Hoje, a marginal deve ganhar cerca de 2,2 km em uma obra que deve desafogar o trânsito de outras avenidas da cidade. Conforme informou a Seinfra, serão destinados quase R$ 27 milhões com a obra. Deste valor, cerca de R$26 milhões serão gastos apenas com os serviços. Já os outros aproximadamente R$ 897 mil serão destinados à desapropriação de moradores.  No montante, R$ 20 milhões são provenientes de recursos do Governo Federal, os quais são destinados exclusivamente para as obras. Já a verba para as de desapropriação estão sendo custeada pelo Município. 

Cascavel segue parada e BRT pouco avançou 

A Marginal Cascavel foi concebida em 1991, com a proposta da prefeitura de interligar a Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia, à Avenida Leste-Oeste, na Capital. Foi criada a expectativa de ampliara as obras ao longo dos aos de 1990, mas somente os trabalhos entre a Avenida Castelo Branco e a Avenida T-2 foram concluídos.

A obra completa teria a construção de duas pistas com 2,2 km de extensão, além da canalização do leito do Córrego Cascavel. Na última gestão, o objetivo era fazer uma ligação entre a avenida Castelo Branco e a Avenida Leste Oeste na Vila Santa Helena, a um custo estimado de R$ 40 milhões provenientes do Programa Aceleração do crescimento (PAC),do Governo Federal.

A obra foi paralisada após a divulgação da Operação Monte Carlo, que denunciou o envolvimento de políticos goianos em esquemas que visavam contratos com o Governo do Estado. Na época, a Construtora Delta teve o contrato para a obra suspensa devido ao envolvimento do empresário Carlinhos Cachoeira em pagamento de propina para que contratos fossem liberados. 

A empreiteira que executava a construção da ponte e estava ligada ao escândalo com suspeitas de que contratos foram oferecidos em troca de benefícios com o Governo Estadual.

Enquanto isso, a obra de construção do Bus Rapid Transit (BRT), que deve ligar Goiânia à Aparecida de Goiânia atendendo 148 bairros com 93 ônibus, reiniciou no último mês a já mostra sinais de avanço. O BRT, quando estiver completo, deve contar com 28 veículos articulados e 65 convencionais divididos em quatro linhas para atender cerca de 120 mil pessoas por dia.

Uma equipe de O Hoje percorreu as obras no sentido norte partindo da Praça do Trabalhador e encontrou homens trabalhando na construção da via e das plataformas de embarque que serão utilizadas pela população.

Segundo o Consórcio BRT, as obras estão sendo executadas no trecho entre o Recanto do Bosque e a Praça do Trabalhador. Esta etapa, conforme o órgão, será finalizada no fim deste ano. “Sobre os recursos, a Secretaria de Infraestrutura de Goiânia reforça que todos estão garantidos para a conclusão do trecho”, completou.

No último mês de março o atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), assinou o termo de serviço com as alterações previstas pelo Termo de Ajustamento de Conduta do Ministério Público Federal (MPF), e a nova data de entrega das obras ficou para outubro de 2020.

De acordo com o prefeito na época, a primeira parte do trecho entre o setor Balneário Meia Ponte até a Rodoviária está prevista para ser entregue até o aniversário da capital. De acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia devem adotar um plano de obras que contemple a completa conclusão do Subtrecho Norte do trecho II, entre a Avenida Independência e o Terminal Recanto do Bosque, antes de dar início às obras do Subtrecho Sul, entre a Avenida Independência e o Terminal Isidória e as obras do Trecho 01, que deve ser licitado novamente.

Segundo afirmou a superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Marise Fernandes, os repasses para as obras já estão sendo feitos. “Os recursos já estão assegurados. O maior trecho, de 17 km, já está licitado e com os repasses previstos. Todos os cronogramas foram revistos com previsão de 24 meses”, disse. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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