Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Goiás tem alerta laranja de risco de tempestades com raios e ventanias

Mais de 200 municípios estão sob o alerta de três instituições

Postado em: 05-01-2024 às 10h52
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás tem alerta laranja de risco de tempestades com raios e ventanias
Mais de 200 municípios estão sob o alerta de três instituições | Foto: Leandro Braz/O HOJE

Grande parcela da população ouviu nos meses passados de como os mais recentes efeitos climáticos têm afetado diversas setores do estaduais e da sociedade goianiense, seja na forma como ele se torna mais suscetível às tempestades, que causam alagamentos, falhas de energia, ou o aumento da estiagem com recordes de temperaturas elevados em Goiânia. De qualquer forma, estas repercussões climáticas afetam a vida de muitas pessoas diretamente, seja no aumento da tarifa para quem usa carros de aplicativo, aos acidentes, às quedas das árvores colocando em risco as propriedades privadas ao redor.

Muito pelo motivo foi do alto índice de desastres climáticos em 2023, pequenos ou grandes, foram pelo mesmo motivo, o El Niño, e como ele foi o mestre das marionetes dessas catástrofes, por se assim dizer. Exemplos grandes brasileiros como os temporais da região sul e sudeste, que colocaram cidades inteiras debaixo da água lamacenta de outubro a novembro, e a estiagem histórica da região norte, sobretudo os afluentes do rio Amazonas. Já para o Goiás, no meio da nação, houve um microverso do país espelhado em Goiás, com a região norte afetada pela estiagem fora do comum e a região sul com muita água pelas chuvas e tempestades. 

Portanto, o El Niño ainda será noticiado em quase todos os jornais do Brasil até a sua saída “programada” para meados de abril de 2024, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Até lá, o seu efeito de intensificador climático continuará a ser sentido, como o mais recente alerta de tempestades em 11 estados e o distrito federal, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

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O alerta designado de cor laranja, o segundo mais elevado e de risco alto, serve para despertar as possíveis evoluções dos riscos climáticos além dos potenciais perigos de vida em determinado cenário, segundo a entidade. De acordo com o órgão, as tempestades serão formadas nos próximos dias por causa das Zcas (Zona de Convergência do Atlântico Sul), isto é, uma cordilheira de nuvens do atlântico que cruzam com ventos da bacia do amazonas e formam dias nublados com temperaturas amenas. Esta formação passa sobre o Centro-Oeste e Sudeste no fim do verão e além de que a sua presença pode causar um aumento de chuvas, tempestades, ventanias e raios. Além disso, é suscetível a sofrer sob efeito de ambos o El Niño como La Niña, podendo interferir ou colaborar, respectivamente. 

Com isso, Goiás também está no meio da passagem da zona de convergência com mais de cem cidades sob alerta laranja até o próximo final de semana no sábado (06) e domingo (07). Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), as regiões Norte, Oeste e Leste serão as principais afetadas pelo prognóstico do órgão, com chuvas de até 70 milímetros por dia e rajadas de ventos superiores a 60 quilômetros por hora, podendo chegar a 100 quilômetros por hora, de acordo com Inmet, além de raios. Cidades turísticas como Goiás, Corumbá de Goiás, Cavalcante, Alto Paraíso de Goiás, Pirenópolis e Caldas Novas também estão com alertas laranjas, sobretudo sob os mesmos riscos.  

Além disso, a concessionária de energia Equatorial Goiás também emitiu um alerta para 229 dos 246 municípios goianos, ou seja, 93% do território estadual. Parte do alerta consiste em possíveis quedas de energia por serem atingidas por descargas elétricas e pelo trabalho de manutenção, como diz a entidade. “Sob essas circunstâncias, a recomposição da rede elétrica demanda mais tempo, pois muitas das vezes é preciso substituir postes, trocar cabos e substituir transformadores”, de acordo com Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações, em nota.

Além disso, a empresa informa da probabilidade de raios e como as descargas elétricas são em maioria os principais fatores de interrupção de energia e curto circuito de eletrodomésticos. A Equatorial afirma, inclusive, que foram registrados mais de 10 milhões de descargas somente entre janeiro e outubro de 2023 e que são responsáveis em 20% dos casos de quedas de energia.

Para o setor da economia do agronegócio, os efeitos das chuvas irregulares e tempestades podem significar um prejuízo a curto prazo por lidar diretamente com o meio ambiente, como diz Guido Martins, Engenheiro Agrônomo e Perito Ambiental e Ecólogo. “Regiões no Mato Grosso já chegaram a perder 30% de sua safra por causa das chuvas irregulares. Hoje estamos vendo um replantio de quase tudo por causa disso, muitas regiões inclusive de Goiás só vão ter uma única safra”, diz Guido.

Por causa disso, a produção de cereais como soja e milho ainda poderão ser prejudicada em 2024 pelos efeitos climáticos. “Nós teremos uma diminuição na produção de soja e outras plantações, não sabemos quantificar ainda, mas muito porque a segunda safra inclui outras culturas”. 

Com isso, Guido confirma que esta intensificação dos vista foi em parte pela junção do aquecimento dos oceanos do El Niño e o aquecimento global pela emissão dos gases efeito estufa. “Esta soma dos dois fatores estão causando muitos problemas ambientais ao redor do globo. Contudo, apesar de termos uma colheita menor agora, iremos colher uma supersafra e continuar exportando para os outros países”, diz o especialista.

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