Prefeitura recupera asfalto arrancado por chuva em menos de 24 horas

Duas caçambas foram arrastadas pelas chuvas, destruindo o asfalto da rua Urbano Berquó

Postado em: 09-01-2024 às 08h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Prefeitura recupera asfalto arrancado por chuva em menos de 24 horas
Prefeitura recupera asfalto arrancado por chuva em menos de 24 horas | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Menos de 24 horas após a chuva torrencial arrancar o asfalto, a Prefeitura de Goiânia enviou equipes e recuperou a massa asfáltica. O porteiro José Lima, morador do bairro, conta que trabalhadores da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra-Go) estavam de manhã arrumando o local. “Por volta das 7 horas da manhã o pessoal da prefeitura estava aqui, ficamos bem surpresos”. 

O caso ocorreu na chuva torrencial deste domingo (8), na Rua Urbano Berquó, na Vila Mauá, duas caçambas foram arrastadas, uma metros acima da rua e a outra no meio da Avenida General Couto Magalhães, destruindo o asfalto por onde passava. José contou que uma das caçambas foi arrastada para perto da porta de sua casa. “Na hora da chuva eu estava trabalhando, mas quando voltei me deparo com uma caçamba perto da minha porta e a outra no meio da avenida”, diz o senhor.

Antigos problemas, novos cenários. Assim caminha os problemas fluviais de Goiânia como temporadas das estações do ano. Algo usual nesta época e até piada em torno de grupos de amigos. Que pode variar desde contratempos como quedas de energia, visibilidade baixa nas ruas e águas dentro de casa, contudo, podem ser mais problemáticos como ruas, casas, e comércios alagados por transbordamento de rios canalizados para acidentes podendo pôr em risco a vida de pedestres.

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As chuvas torrenciais de domingo (7) mostraram novamente o frágil sistema fluvial de drenagem e canalização da Capital. Uma cena mórbida na Avenida 107, no Jardim América, poderia ter sido reprisada caso um motoqueiro passasse na enxurrada, como ocorreu com o jovem Warley Melo Adorno, de 22 anos, em janeiro de 2023, o mesmo problema, um cenário diferente. 

Entretanto, os Setores Jardim América e Vila Mauá não foram os únicos danificados e que podem voltar a ser degradados com novas chuvas. Três córregos que cortam na capital transbordaram e poderiam ser classificados como rios, mesmo que momentaneamente. O Córrego Cascavel, Córrego Anicuns e o Córrego Vaca Brava transbordaram para diversas vias públicas e invadiram comércios locais. 

Vídeos nas redes sociais mostram uma grande quantidade de água invadindo o supermercado Carrefour na T-9. De acordo com o engenheiro ambiental Guilherme Teles, a ocupação da área que devia ser destinada para o transbordamento natural de rios e córregos pode causar problemas de transbordamentos e danos ambientais. “Naturalmente um rio pode encher e transbordar, se houver uma Área de Preservação Permanente (APP) adequada à largura do rio é pequena a chance de causar danos ambientais significativos. O problema é o uso e ocupação do solo de maneira irregular além de um mal dimensionamento dos projetos de canalização”.

Outra questão que pontua são as obras de drenagem urbana, que na sua visão não resolvem o problema, mas sim servem para postergar os sintomas, como observado na Avenida H. “Isso é uma medida adaptativa. Os alagamentos se resolvem apenas com planejamento urbano, dialogando com a população afetada, com a os especialistas a fim de promover o desenvolvimento mas que respeite o meio socioambiental”. 

Segundo a Seinfra, em nota, a chuva forte que ocorreu no dia 07 foi a nível histórico. “De acordo com os registros pluviométricos de uma das estações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), houve uma precipitação de aproximadamente 70 mm em apenas uma hora. Do ponto de vista técnico, isso caracteriza uma chuva com recorrência próxima a 10 anos”. 

Ainda de acordo com eles, já foi observado a tendência de transbordamentos do  Córrego Cascavel no Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU). Contudo, a presença de assentamentos e povoados irregulares nas APPs com áreas de pouca permeabilização causam uma atenuação nos transbordamentos.

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