A história por trás de afogamentos que terminaram em tragédia em 2024

Nos anos anteriores, mais de 150 pessoas morreram afogadas em lagos e rios no estado de Goiás

Postado em: 13-01-2024 às 12h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: A história por trás de afogamentos que terminaram em tragédia em 2024
O corpo de bombeiros sempre é acionado, mas na maioria dos casos as vítimas de afogamento são encontradas sem vida | Foto: Divulgação/BM-GO

O ano de 2024 começou marcado com a morte de dois jovens de 18 e 20 anos que morreram afogados no Rio Paranaíba, na região sul de Itumbiara, na manhã da segunda-feira (1º). Segundo informou o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), um dos jovens estava tomando banho no rio e teria começado a se afogar. Por esse motivo, o outro jovem entrou no rio na tentativa de salvá-lo. Entretanto, os dois acabaram submergindo e se afogando.

Apenas sete dias depois, um adolescente morreu após se afogar em uma piscina durante uma festa de aniversário, em Acreúna, no sudoeste de Goiás. Kauã Bueno de Carvalho, de 12 anos, chegou a ser socorrido pelos tios, mas morreu no hospital. Os tios contaram à polícia que outras crianças gritaram dizendo que Kauã estava se afogando.

“Eles correram, tiraram ele da água e tentaram reanimar, porém não conseguiram e levaram ele para o hospital”, detalha o tenente Marcelo Ferraz. No hospital, os médicos relataram à polícia que o adelescente chegou desfalecido na unidade e que tentaram fazer uma segunda reanimação. Porém, ele não resistiu e morreu no hospital por afogamento, conforme laudo.

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O jovem Eduardo Pádua, de 27 anos, também desapareceu no Lago Corumbá IV, em Abadiânia, região do Entorno do Distrito Federal, após a canoa em que ele estava virar durante uma ventania. O acidente aconteceu na tarde de domingo (7). De acordo com os bombeiros, o jovem estava reunido com mais cinco familiares na canoa enquanto pescavam. Os militares contaram que o tempo fechou e houve uma forte ventania, com isso, um dos ocupantes deixou o boné cair no lago. Na tentativa de pegar o boné, entrou água na canoa, que acabou virando. Até a publicação desta reportagem o paradeiro do corpo do jovem ainda não foi localizado, e a família sofre a angústia do desaparecimento.

O caso mais recente que mobilizou os agentes do CBMGO foi de um bebê que havia desaparecido no Rio Verdão, em Tuverlândia, no sul de Goiás. Na última quarta-feira (10), o corpo de Miguel Assis Lopes, de 1 ano e 6 meses, foi encontrado a cerca de 15 quilômetros do local em que ela havia desaparecido dentro da água. Miguel teria se afogado após se afastar dos pais às margens do rio.

Em entrevista o comandante da 3ª CIBM (Companhia Independente Bombeiro Militar) de Santa Helena de Goiás, Capitão Edson, disse que “fizemos todo o possível para encontrar essa criança, que infelizmente acabou falecendo, em decorrência desse afogamento”. O rio em que o acidente ocorreu tem três metros de profundidade e 100 metros de largura. No total, os agentes levaram mais de 48 horas para localizar o corpo do menino. A operação contou com 11 militares, quatro mergulhadores e o uso de drones.

Esses são apenas alguns dos diversos casos de morte por afogamento registrados no estado de Goiás em 2024. Dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) apontam que apenas em 2023 foram registrados 167 óbitos por afogamento acidental, desse total 47 eram crianças, 105 adultos, 3 idosos e 12 corpos sem informações. Já em 2022 cerca de 135 pessoas morreram afogadas, sendo 37 crianças, 78 adultos, 11 idosos e 9 sem idades confirmadas. 

O maior número de casos aconteceu em lagos. O balanço do Corpo de Bombeiros aponta que houve 64 afogamentos neste tipo de local em 2023. Seguido por rio, com 47 casos, e piscina com 40. Em córregos, foram 11 registros, enquanto catalogado com “outros” chega a 10. Por fim, houve dois registros em cachoeiras.

Goiânia é o município campeão do número de afogamentos, com 18 casos. Seguido por Itumbiara, com 8 registros. Aparecida de Goiânia, Jataí e Rio Verde tiveram seis casos cada. Enquanto Anápolis, Aruanã, Caldas Novas, São Simão e Uruaçu registraram cinco cada.

Por conta desse aumento no número de casos de afogamento, o Corpo de Bombeiros destaca a importância da população em estar atenta e seguir as orientações para evitar acidentes. Uma dessas orientações é a utilização do colete salva-vidas, conforme explicado pelo capitão Daniel Marra. “Se você estiver em um município onde o Corpo de Bombeiros esteja presente, é recomendado que prefira utilizar as praias monitoradas pela corporação”, aponta.

“Recomendamos o uso do colete salva-vidas, que é considerado o elemento de segurança número um nas águas. Também é aconselhável não dirigir embarcações ou se aventurar no rio se estiver sob efeito de bebidas alcoólicas. Ao seguir essas medidas, você reduz significativamente o risco de afogamento. Além disso, evite utilizar equipamentos que possam gerar chamas em acampamentos, como fogões, cigarros, isqueiros ou velas próximas a barracas de lona, plástico ou palha, pois eles podem causar incêndios que se propagam rapidamente, especialmente durante este período de seca”, finaliza o capitão.

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