Morre criança de 3 anos internada após acidente

A mãe dele, Rayane Aparecida, morreu na hora. A filha mais velha se recuperou das lesões e tem alta da equipe

Postado em: 15-01-2024 às 11h30
Por: João Victor Reynol de Andrade
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A mãe dele, Rayane Aparecida, morreu na hora. A filha mais velha se recuperou das lesões e tem alta da equipe | Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Dez de janeiro de 2024, aquele fatídico acidente em uma quarta-feira que ceifou a vida de Rayane Aparecida, 25 anos, esta mesma tragédia também tomou a vida de Lucas Havy, de apenas 3 anos, na madrugada deste sábado (13). O garoto havia sido encaminhado diretamente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) no mesmo dia do acidente sobre quadro de saúde grave. 

Segundo apurou O Hoje, a criança havia sofrido um edema cerebral e já teria tido diversas paradas cardíacas ainda no mesmo dia do acidente e respirava com ajuda de máquinas hospitalares. De acordo com Geovana Aparecida, de 26 anos e prima próxima de Rayane, o menino foi sepultado na manhã deste domingo (14) às 09h horas na cidade de Goialandia, em Anápolis.

Segundo o médico pediátrico José Ricardo Costa, um edema cerebral é uma inchaço no corpo cerebral que pode ter tido origem de vários fatores, mas muito comum em traumas como colisões e choques na cabeça. Com isso, pode acompanhar futuramente sequelas. 

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“Edema cerebral é uma condição grave de um inchaço que pode vir de um sangramento na região do cérebro, mas é muito comum ocorrer em traumas como batidas fortes e colisões diretas na cabeça. Dependendo do local do ferimento, a criança, ou até mesmo um adulto, pode ficar com sequelas cognitivas ou motoras”. 

Já a garota Lana, de 12 anos, recebeu alta médica do Hugol no mesmo dia da morte do irmão após se recuperar de uma cirurgia. De acordo com a prima próxima de Rayane, Geovana Aparecida, de 26 anos, a garota havia tido cirurgias no maxilar e se recuperava bem com quadro de melhora. “A mocinha de 12 anos fez cirurgia no maxilar e algumas suturas no rosto, mas ela está bem. Graças a Deus está  se recuperando da cirurgia”, diz a familiar. Neste dia 13, a garota pode enfim voltar aos familiares dela, contudo, faltando dois queridos membros da família, como assim descreve Geovana.  

Já em casa com os parentes, a garota se recupera bem da cirurgia, de acordo com a prima, e está recebendo suporte dos familiares. “Ela está se recuperando bem e a cirurgia também foi boa, o problema agora é o psicológico e emocional, mas estamos todos caminhando para frente mesmo com isso tudo”. 

Segundo ela, ambos eram membros importantíssimos da família e irão fazer falta na vida dos que a conheceram. Rayane, descrita como uma mulher guerreira e amável, era mãe solteira de duas crianças e os três estavam prestes a mudar do endereço da mãe em Goialândia para a cidade vizinha de Nerópolis, a pouco menos de 20 minutos de distância. De acordo com a família, trabalhava em uma loja de embalagens no município e tinha acabado de alugar um imóvel para ficar próxima ao trabalho.

O garoto Lucas foi contado pela família como uma pessoa grudada à mãe, em que a mãe havia parado de amamentar a criança a pouco menos de 9 meses atrás. “O Lucas sempre foi apegado a ela, não deixava de ficar com ela para nada, absolutamente nada. Até esses meses atrás só dormia com ela”, conta a prima Geovana. 

A família lamenta pela morte da mãe e da criança, Geovana desabafa em postagem nas redes sociais. “Parece que eu não saio de um pesadelo, só queria acordar”. Silvandira Fernandes, mãe de Rayane e pastora de uma igreja evangélica da cidade, relata estar de coração partido por perder uma filha com idade tão nova. “Nem consegui me despedir”, fala a mãe nas redes sociais.

Além disso, Silvandira também sofreu ao perder o seu marido a pouco tempo por um infarto, o que mudou a sua vida e a de Rayane antes de falecer. “O pai dela ajudava muito. Isso foi um baque muito grande. Desde que perdeu o pai, ela ficou muito ruim”, Geovana se recorda para a reportagem.

Ela ainda conta que apesar de serem primas eram irmãs de consideração por crescerem juntos. “Ela era minha prima, mas éramos irmãs de criação porque crescemos juntas desde criança, então sempre nos chamávamos de mana”, diz a jovem.

A prima ainda lembra da vítima e como eram inseparáveis, de acordo com ela, em postagem nas redes sociais. “Eu nunca imaginei te perder, pois sempre estivemos uma pela outra em qualquer situação, eu não sei como vai ser daqui pra frente, você era minha confidente, jamais esquecerei das nossas declarações uma pra outra, do nosso ‘sempre e para sempre’ do nosso ‘você é a minha pessoa’, diz Geovana que passou a usar no perfil das redes sociais uma fotografia dela com a prima quando eram crianças.

De acordo com ela, o luto tem sido um período de muita dificuldade tanto para ela como para a família inteira que está passando pelo processo. “Nossa essa época está muito difícil, muito mesmo, a gente fica tentando entender e buscar explicações”, diz a parente que considerava a prima como uma irmã. 

Ainda fala que o luto não é algo fácil de uma pessoa se passar, e sim um caminho que demanda espaço e tempo. “O problema é que o que dói não é a falta da pessoa ou a saudade, mas sim o que você deixou de ser sem aquela pessoa. Porque não é só a pessoa que se vai, uma parte sua também morreu depois disso”, conta Geovana.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Goiás (CBM-GO), o acidente ocorreu na manhã do dia dez em uma rotatória na saída da fábrica da Kraft Heinz, próximo a Nerópolis, em que o carro da jovem, um Volkswagen Gol de 1999, colidiu na lateral de um caminhão. O carro de passeio ficou destruído embaixo da carroceria da carreta de grande porte, o provável motivo pelos ferimentos graves na região da cabeça dos filhos de Rayane. A Polícia Civil de Goiás informa que ainda está investigando as causas do acidente pela Polícia Científica. De acordo com informações dos bombeiros, o garoto foi levado de helicóptero para o Hugol pela gravidade dos ferimentos.

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