Deslizamento de rua causa evacuação de dois prédios residenciais

Uma “grande pressão” do solo rompeu a estrutura de contenção de uma construção

Postado em: 16-01-2024 às 08h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Deslizamento de rua causa evacuação de dois prédios residenciais
A lona à direita cobre deslizamento que engoliu rua e calçada na Rua 1128 | Foto: Cristiano Borges

A paz do centro goianiense na madrugada desta segunda-feira (15) foi perturbada pelos sons de alarde e gritaria. Uma cratera e uma rua desabada aguardou os moradores ao lado dos prédios enquanto saíam da porta da frente, junto a isso, ouviram sirenes e gritaria do Corpo dos Bombeiros de Goiás (CBM-GO) e da Guarda Civil de Goiânia (GCM). 

Ao todo, dois prédios residenciais foram desocupados após o deslizamento na Rua 1128, os moradores dos condomínios Vila Lobos foram evacuados de suas casas às 03h horas da manhã, enquanto o condomínio Catas Altas foi evacuado por volta das 10h horas. Segundo a Defesa Civil, o motivo da segunda evacuação foi o surgimento de duas fissuras na rua do condomínio.

Os residentes foram vistos com as malas e bolsas nas mãos abandonando seus apartamentos rumo a hotéis fornecidos pela construtora, contudo, sem previsão de quando voltarão. Ainda de acordo com a Opus, algumas pessoas preferiram se hospedar na casa de parentes até a liberação para o retorno dos moradores.

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O coordenador da GCM Ropledo Mendonça, disse que as medidas de desocupação foram puramente preventivas para impedir os acidentes. “O que ocorreu foi uma ação preventiva para que a gente possa ter tranquilidade para fazer as análises devidas do deslizamento que ocorreu”, disse o coordenador.

 Imagens de drones encomendadas pelo jornal O Hoje mostraram um grande buraco com lamaçal e corpos de água abaixo. O limite da via foi rachado pelo deslizamento, bem como a calçada lateral. Por causa disso, a forte pressão do solo ocasionou um tombamento das estruturas de contenção, de acordo com Bruno Rocha, Engenheiro Estrutural e Professor da Universidade Unip, após verificar os vídeos.

“O que podemos ver foi uma pressão de água e do solo que empurrou as estacas de concreto da fundação que deveriam impedir o movimento do solo. Tem vários fatores que podem fazer isso, desde um erro interno como um erro no projeto como algo externo como uma pressão acima do normal”, explica.

Ainda sobre isso, comenta que um estudo de sondagem de solo deve ser refeito para averiguar a segurança do futuro da construção. “Vai ser necessário um estudo para comprovar a segurança daquela rua para averiguar futuras construções e averiguar o que o estudo antigo havia dado. Existem laudos da sondagem do terreno que garantem uma percepções da terra e do solo do lugar pra não ter esse tipo de erro”, comenta Bruno. Contudo, relembra que ainda não foi dado o motivo para este deslizamento, mas confia na capacidade técnica da construtora. 

Enquanto isso, parte da Rua 1128 continua interditada pela GCM para evitar futuros acidentes e para o andamento mais rápido dos levantamentos. Porém, a GCM informa os moradores deslocados podem retornar para as casas caso necessitem de uma demanda breve como buscar um documento.

A incorporadora Opus informa que irá se responsabilizar para reparar os danos “o mais rápido possível”, bem como as hospedagens em hotéis das pessoas desocupadas. “A OPUS informa que está investigando o incidente. As equipes técnicas da OPUS seguem avaliando o ocorrido para determinar as causas e reparar todos os danos o mais rápido possível”.

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