Em estado grave, sagui resgatada após choque é levada para o Cetas

Segundo o médico veterinário, desde o primeiro atendimento na quarta-feira havia indícios de danos neurológicos

Postado em: 27-01-2024 às 09h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Em estado grave, sagui resgatada após choque é levada para o Cetas
Médico veterinário Afonso Santana segura a pequena sagui resgatadas após choque | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Quando a pequena sagui de poucos meses chegou no Hospital Veterinário São Francisco de Assis no nesta quarta-feira (24) ainda havia esperanças, mesmo que sejam baixas, de uma evolução no estado de saúde para que um dia pudesse voltar ao conforto dos pais saguis no Morro da Serrinha. Por causa da sensibilidade do organismo, a primata foi enviada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia (Cetas-Go)  na tarde deste dia 26 para tratamento mais qualificado de veterinários especializados em procedimentos de animais silvestres.

A história foi revelada pelo jornal O Hoje nesta quinta-feira (25). O bichinho foi resgatado pela corretora Dilene Pedrosa de 51 anos no Setor Serrinha já apresentava um possível estado de saúde grave pela equipe veterinária da unidade de saúde animal. Segundo o médico veterinário do hospital Afonso Santana, de 29 anos, desde o primeiro atendimento na quarta-feira havia indícios de danos neurológicos. “Ela sofreu um traumatismo craniano encefálico e já tem sinais de alteração neurológica”, diz veterinário preocupado para a reportagem.

Contudo, ela não teve uma evolução na melhora o suficiente mesmo dois dias após o acidente nesta sexta-feira (26), como diz o médico veterinário Marcelo Oliveira, ao invés disso, Oliveira descreve a saúde como desfavorável. “Ela já acordou do estado inicial de choque, porém está com o nível de consciência baixo”, disse ele. Entretanto, Afonso informou à reportagem que a fêmea teria recuperado do estado de choque e já aceitava alimentação forçada pelos especialistas.  

Continua após a publicidade

Ainda sobre isso, houve pioras no quadro neurológico da fêmea, podendo a deixar com sequelas cognitivas e motoras caso sobreviva aos ferimentos. “Desde então observamos que ela está com anisocoria, que é quando uma pupila fica com tamanho diferente da outra, Isso acontece quando o paciente tem um dano cerebral, além disso, ainda possui hipotermia e hipoglicemia e sem uma previsão de melhora”.

 O caso ocorreu na manhã do dia 24 quando um trio de primatas, composto pelos pais e a filhote, se separaram do grupo para procurar comida nas proximidades da Feira da Serrinha, que ocorre entre a Rua T-14 com a Rua T-36. Na hora do acidente, Dilene prestou ajuda ao bicho junto a moradora Socorro Pinheiro, de 67 anos. Dilene conta à reportagem por telefone que se deslocou de carro com um colega de trabalho para um hospital veterinário mais próximo que encontrou no Google devido a gravidade pequena. 

Casos como este de animais silvestres feridos e resgatados por pessoas ocorrem com frequência como no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia (Cetas-Go), gerido pela Superintendência de Goiânia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Neste local, animais selvagens resgatados por autoridades e pessoas comuns são levados todos os anos para o tratamento veterinário e a reabilitação para vida selvagem.

Contudo, a primata, de pouco mais de 15 centímetros, pode não sobreviver aos ferimentos e vir a falecer devido a uma piora no quadro neurológico desde o choque e a queda neste dia 24.. De acordo com Santana, uma cirurgia não era possível até agora devido ao fato do pequeno porte da bebê sagui além dos possíveis danos neurológicos “complicados” do ferimento. 

A primata da espécie Callithrix penicillata, popularmente conhecida como sagui-de-tufos-pretos, tem presença em diversos parques da cidade como o Parque Areião e o  Morro da Serrinha e nativo do Cerrado. Além disso, é um animal frugívoro que também se alimenta de insetos, contudo, como a família da pequena, se aproximou dos humanos em busca de comida. A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) nota que a alimentação dos animais silvestres da capital é um crime-ambiental passível a multa e prisão, caso o animal venha a óbito.

Veja Também