SES-GO reforça estado de emergência e destaca possível epidemia por dengue em Goiás

“Nós estamos aguardando os dados dos municípios para ver se terá uma epidemia, mas já estamos em estado de emergência”, afirma o secretário da saúde, Rasível dos Reis Santos Júnior

Postado em: 02-02-2024 às 12h30
Por: Ronilma Pinheiro
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Uma coletiva de imprensa da SES foi realizada nesta quinta-feira (1º), para falar sobre a situação das arboviroses como a dengue, zika e chikungunya | Foto: Divulgação

O primeiro óbito por dengue registrado este ano em Goiás, ocorreu em em Uruaçu, no início de janeiro. A vítima é um homem, de 31 anos, que morava no município. Apesar de ser a única morte confirmada pela doença em 2024, outros 31 óbitos por dengue estão em investigação, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

No estado, o aumento de casos de contaminações pelo vírus causado pelo mosquito Aedes Aegypti, preocupa cada vez mais os profissionais da saúde. Nesta quinta-feira (01), uma coletiva de imprensa da SES sobre a situação das arboviroses como a dengue, zika e chikungunya, foi realizada para divulgar o atual cenário e reforçar as ações de combate ao vetor.

Na ocasião, o secretário titular da pasta, o médico Rasível dos Reis Santos Júnior, falou da preocupação com uma possível epidemia de dengue em Goiás. “Nós aguardamos os dados dos municípios para ver se terá uma epidemia, mas já estamos em estado de emergência”, afirma o secretário.

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O cenário se encaminha para uma situação parecida com a de 2022, quando o número de casos foi recorde, segundo Rasível, que reforça o alerta para a população. “Nós estamos alertando a população porque a curva que tem se desenhado nestas primeiras semanas de janeiro é muito similar a que a gente viu no início de 2022, que foi o pior ano da série histórica do Estado”. alerta.

Apesar da vacina ser importante para o combate à doença, não terá tanto efeito numa epidemia, uma vez que inicialmente o número de doses disponibilizadas pelo laboratório japonês Takeda é pequeno, já que não tem condição de produzir na escala que o Brasil necessita. “Então, para este ano nós temos realmente poucas doses e vai ter pouco efeito na questão da epidemia nesse sentido a população não pode relaxar não pode ficar presa nessa questão da vacinação porque as doses são poucas”, reitera.

O primeiro lote de vacinas contra a dengue para aplicação SUS foi entregue ao Brasil no último dia 20 de janeiro. A remessa contém 750 mil doses doadas pelo laboratório japonês Takeda, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Em Goiás foram definidos pelo MS 134 municípios que vão receber a vacina.

Inicialmente serão imunizadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas – grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O intervalo entre as duas doses é de três meses.

Sorotipo 2

O sorotipo 2 da dengue, historicamente está relacionado com o maior número de casos em crianças e adolescentes, além de ser o causador das piores complicações pela doença. De acordo com Rasível, este ano há uma inversão sorológica. Ano passado o maior número de casos era do tipo 1, mas este ano, o tipo 2 da doença é o mais incidente. Com isso, a preocupação é ainda maior, uma vez que os agravamentos são maiores.

“A população está mais vulnerável ao sorotipo 2 e como dois é mais grave e também infecciona mais crianças e adolescentes precisamos estar muito atentos”, destaca. “Nós já tivemos um óbito de adolescente e nós já tivemos algumas crianças e bebês que estão sendo internadas por conta da infecção com soro tipo 2”, acrescenta o secretário, ao lembrar da morte do  adolescente de 14 anos, morador de em Águas Lindas de Goiás, que morreu no final do ano passado em Brasília. O caso ainda está em investigação.

Medidas

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, comentou sobre as medidas adotadas pela SES juntamente com os municípios, para combater o inimigo em comum. Desde a década de 90 os primeiros casos de dengue foram registrados no país. Em Goiás, mas precisamente em 1994, que programas foram desenvolvidos para ‘erradicar’ – na época ainda acreditava-se que isso era possível – a infestação do mosquito.

Assim, surgiu o fumacê, que é uma das principais estratégias juntamente com as visitas domiciliares. Porém, no decorrer dos anos, de acordo com Flúvia, estudos e avaliações foram realizados e o resultado foi que o fumacê não tem tanta eficácia nesse combate, considerando as características da maioria das residências, que têm muro alto e árvores nas portas. “Então a quantidade que chega no mosquito que fica dentro do domicílio no quintal é muito pequena, sendo esse método não muito eficiente”, pontua.

Desse modo, o alerta para a população é não deixar o mosquito nascer, fazendo isso, não há necessidade do uso de inseticida, segundo a superintendente.

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