Acidentados de motos custam R$ 10 milhões para Saúde

Só os dois principais centros de atendimentos a acidentados por motocicletas, HUGO e HUGOL, receberam cerca 5 mil motociclistas acidentados neste ano

Postado em: 23-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Só os dois principais centros de atendimentos a acidentados por motocicletas, HUGO e HUGOL, receberam cerca 5 mil motociclistas acidentados neste ano

Os acidentes de trânsito constituem relevante problema de saúde pública. Dentre as causas externas, é a de maior internação

Raunner Vinícius Soares*

Em menos de dois anos, motociclista acidentados representaram um gasto de R$ 10.539.938,40 para a saúde pública de Goiás. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES), que consideraram os meses de janeiro do ano passado até o mês de julho deste ano. O alto custo de tratamento de um acidentado de moto alerta para uma grave problemática em relação a imprudência no trânsito do Estado.

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Só em um dos principais centros de atendimento à esses acidentados, o Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (HUGO), recebeu, até o mês de setembro deste ano, 2.752 motociclistas que sofreram algum trauma no trânsito. Já nos atendimentos de emergências realizados pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL), de julho de 2015 a junho de 2018, três anos de funcionamento, 10.004 pessoas foram atendidas oriundas de ocorrências com motociclistas, cerca de 3.333 acidentados por ano.

De acordo com o Boletim Epidemeológico do HUGO, os acidentes de trânsito constituem relevante problema de saúde pública no Brasil. Atualmente, dentre as causas externas, é a de maior internação, o que gera elevados custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdenciárias, altas taxas de absenteísmo, sem deixar de citar o elevado impacto/sofrimento causado tanto para a vítima como para sua família, bem como os altos índices de mortalidade decorrentes deste tipo de trauma.

O Boletim diz que este agravo tem adquirido maior impacto dentre os motociclistas, que vêm compondo cada vez mais as estatísticas da violência no trânsito. As Nações Unidas, inclusive, observando tal incremento, proclamou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 buscando, inicialmente, estabilizar e, então, reduzir as cifras de vítimas previstas, por meio da elaboração e implantação de planos locais, nacionais, regionais e internacionais.

Comportamento

Segundo um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), um dos principais problemas no ocasionamento de acidentes de trânsito são: desenvolvimento urbano não planejado; fatores socioeconômicos; aumento do fluxo de veículos; condições inadequadas e insuficiêntes de engenharia e infraestrutura (por exemplo, curvas com superelevação ou superlargura incorreta, falta de defensas e placas em locais de risco, falta de sinalização, falta de sinalização).

Além disso, comportamento impróprio do condutor (por exemplo, conduzir o veículo acima da velocidade máxima permitida no local); comportamento inadequado dos pedestres (por exemplo, não utilizar passarelas onde elas existam); condições precárias dos veículos (por exemplo, não realizar revisões periódicas, andar com pneus em estado de conservação inadequado); condições meteorológicas (por exemplo, chuva, neblina); problemas com a regulamentação (por exemplo, necessidade de atualização e revisão das leis de trânsito vigentes); e, falta de fiscalização (por exemplo, o modo como as fiscalizações são realizadas), além do pouco investimento em transporte e segurança. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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