Funcionários cruzam os braços

Salário atrasado e reinvidicações marcam paralisação de funcionários no HUGO

Postado em: 24-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Salário atrasado e reinvidicações marcam paralisação de funcionários no HUGO

Felipe André* 

Cerca de mil funcionários paralisaram seus atendimentos no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) por cerca de 5h30 nos turnos diurnos e noturnos após o atraso de 17 dias no salário entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, parte dos chamados quarteirizados, condutores, maqueiros, seguranças, operadores de elevador e funcionários da lavanderia. A alegação é que o Estado não realizou o pagamento ao Instituto Gerir, Organização Social responsável pela administração da unidade, que não repassou aos funcionários.

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A paralisação foi aprovada após uma reunião na noite da última segunda (22) pelos trabalhadores terceirizados. Além do salário a presidente do Sindicato dos Trabalhadores(as) do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Flaviana Alves Barbosa, ressaltou o problema não é apenas o salário e que envolve assédio moral, falta de condições para trabalho e pedidos para melhorias.

“Nós estamos cobrando o pagamento do salário que está atrasado há 17 dias. O combinado é no dia 7 e até hoje nada. Esse é apenas um dos motivos [da paralisação] queremos melhorias. Há casos de assédio moral, sobrecarga de trabalho e também falta de condições de assistência. Os técnicos de enfermagem sofrem assédio moral das enfermeiras chefes, cada posto tem uma”, revelou a presidente do Sindsaúde.

Segundo Flaviana, o Estado não entrou em contato com os funcionários, apenas com o Instituto Gerir que passou a informação que o pagamento seria feito nesta quinta-feira (25). Porém os funcionários reinvidicam uma comissão permanente para reduzir os problemas no hospital.

“Só falamos com o pessoal do [Instituto] Gerir e eles informaram que não receberam do Estado e que tem uma promessa para pagar até quinta-feira, assim que pagar eles voltam a trabalhar. Mas queremos uma comissão permanente para tratar de todos os problemas, formada pelos sindicatos, alguns funcionários e a equipe gestora do hospital para melhorar em relação ao assédio, escala de trabalho, abastecimento, entre outras questões”, ressaltou Flaviana Alves Barbosa.

O Hoje tentou entrar em contato com o Instituto Gerir porém as ligações não foram atendidas até o fechamento desta matéria.

Funcionários

Flaviana explicou que essa situação não se trata de uma greve mas de algumas paralisações pontuais durante os plantões no HUGO. Não estão acontecendo cirurgias eletivas – cuja realização pode aguardar ocasião mais propícia, ou seja, pode ser programado – e as enfermarias não estão continuando o atendimento dos pacientes com urgência e do pronto atendimento.

“Não estamos em greve mas sim com paralisações pontuais. Paramos as cirurgias eletivas e não sobe paciente da urgência e do pronto atendimento para a enfermaria para continuar o atendimento. São cerca de mil funcionarios disponíveis em seis plantões, cada plantão tem uma média de 200 funcionarios, decidimos então parar 50% por plantão, ou seja, cerca de 100 funcionárior por plantão e 500 no total”, informou Flaviana Alves.

Mesmo com a paralisação os pacientes não estão ficando sem atendimento, o serviço está apenas mais lento devido a menor quantidade de funcionários. A presidente da Sindsaúde também reclamou da falta de funcionários, segundo ela cada técnico de enfermagem tem atendido o triplo de pacientes do que o recomendado normalmente.

“O atendimento está mais lento, os mínimos cuidados estão sendo feitos mas todo mundo está sendo atendido. Está faltando muito funcionário, um déficit de cerca de 30% principalmente técnico de enfermagem e enfermeiro, cada técnico de enfermagem tinha que ficar com seis pacientes mas estão ficando em média com 14 ou até 18. Estão fazendo serviço por 3”, finalizou a presidente da Sindsaúde. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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