Obras de reparação do Oscar Niemeyer já têm 18 meses de reforma

Thiago Costa

Mais de uma década após sua inauguração, o Centro Cultural Oscar Niemeyer (Ccon) teve uma reforma milionária anunciada em janeiro de 2017. A reforma tirou dos goianienses uma opção de lazer, que tinha como principal público, o familiar.  Era comum durante as tardes, finais de semana e feriados, antes do anoitecer, quem passasse pela BR 153, por cima do viaduto próximo ao Oscar Niemeyer, ver uma multidão de pessoas em patins, bicicletas, skates, dentre outros.

No local, dividia o espaço quem já dominava os patins e skates com professores que se esforçavam para ensinar os alunos em busca de se manterem de pé nestes instrumentos de diversão. Profissionais do esporte frequentavam o Centro Cultural, afim de promover maior fluxo de pessoas que não sentiam tanta confiança nos brinquedos e garantir, com isso, uma renda extra. Entre aula e outra, professores travavam disputas com números especiais e enchiam os olhos dos frequentadores.

A jornalista Rayka Martins, desde quando morava em Anápolis, frequentou por diversas vezes o local para assistir festivais. Agora morando em Goiânia, ela afirma que “lá sempre foi o melhor local, tanto por espaço, porque é enorme. Por localização, já que é bom pra quem é de Goiânia, Aparecida e Senador Canedo. Estacionamento e até por causa da beleza do local. As obras do Niemeyer dão um ar mais legal aos eventos, independente qual for. Olhar para os monumentos iluminados era sempre muito legal. Outro ponto muito positivo era por ter espaço aberto, o que possibilitava para todo tipo de público e idades, até mesmo em eventos pagos. Dava para galera andar de skate, até mesmo em shows, para pais e mães levarem os filhos. Enfim, sinto muita falta daquele espaço público e democrático da cidade”, lamenta Rayka. 

A estagiária da Polícia Civil de Goiás, Lorhane Filgueira, acha um absurdo o conhecido local chamado por Oscar Niemeyer estar fechado até hoje e que isso fere a legitimidade do local, que é um espaço criado para enaltecer a cultura em Goiânia. 

Por meio de licitação, a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que é responsável pela obra, disse, à época, que as obras passariam pelos banheiros, pisos, revestimentos, portas e janelas danificadas, elétrica, revestimento. De acordo com a Agetop, também seriam impermeabilizados seis unidades do Centro Cultural.

O local que o público verá maior alteração é no Palácio da Música, já que o Palácio recebe muitas apresentações e shows musicais, a estrutura era inflamável e parecia muito com as que ocasionaram a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que vitimou 242 pessoas no início de 2013. O Palácio da Música é mais alto e tem área de saídas e rápidas retiradas, o que é positivo, e depois que for entregue a reforma, será muito mais seguro e contará com revestimento anti-chama.

As áreas reformadas são: Prédio administrativo, Monumento, Palácio da Música, Galeria / Cinema (subsolo do Museu e Administração), Museu, Memorial de Especificações de Prevenção e Detecção de Incêndio. Serão feitas em todos esses locais as revisões necessárias de fiação elétrica e de água. Também serão feitos os revestimentos, pinturas, impermeabilização, trocas e substituições de portas e janelas, reparos na pintura, entre outros reparos necessários, de acordo com a Agetop.