Nível do Meia Ponte preocupa órgãos por nível que pode piorar em 2024

Governador Ronaldo Caiado disse que produtores rurais devem se preparar e programar para melhor assegurar dos possíveis danos

Postado em: 16-02-2024 às 09h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
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A vazão da água do rio Meia Ponte, que abastece Goiânia e outros municípios do interior do estado, está menor do que o visto em janeiro no ano de 2023 | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Em um novo comunicado, o governo goiano alertou nesta quinta-feira (15) para a precária situação hídrica vista no estado a frente de possível piora na seca prevista para 2024. Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a vazão da água do rio Meia Ponte, que abastece Goiânia e outros municípios do interior do estado, está menor do que o visto em janeiro no ano de 2023, com apenas cerca de 70% de sua vazão, segundo dados da secretaria.

De acordo com André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), as chuvas de janeiro de 2023 foram vistas como “boas” devido o Meia Ponte ter tido uma vazão maior que o esperado pelo efeito La Niña. Contudo, as chuvas registradas no início de 2024 foram menores que o esperado e podem não ser o suficiente para repor o nível da água e ainda continuar com a estiagem de 2024. 

Este alerta corrobora informação divulgada pelo Jornal O HOJE nesta quarta-feira passada (14) sobre uma possível piora na estiagem por causa das chuvas irregulares do El Niño. Sobre isso, o jornal conversou com André Amorim que disse que regiões como o estado como a bacia do rio Araguaia não receberam chuvas o suficiente, ficando com apenas 40% da vazão se comparado ao ano de 2023. “As bacias e mananciais de Goiás como o Araguaia estão com uma vazão menor que o esperado para a chegada da estiagem pelo ciclo irregular de chuvas com ondas de calor”, afirma o especialista.

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De acordo com as informações apuradas pelo jornal, a área da agropecuária seria a mais impactada, sobretudo a criação bovina pela falta de áreas de pastagem para o gado. Com isso em mente, no dia 7 de fevereiro foi sancionada uma formalização de estado de emergência para 25 municípios de Goiás pela seca prevista que poderá impactar a produção rural. Em outra pesquisa divulgada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que a safra de 2024 seja 4% menor devido aos fatores climáticos. 

Segundo o governador Ronaldo Caiado, em nota, os produtores rurais devem se preparar e programar para melhor assegurar os possíveis danos, além disso, comentou da necessidade do empenho tecnológico em assistir os produtores rurais. “A gente precisa somar forças na área de tecnologia para acompanhar as previsões detalhadas de chuva, para permitir ao agricultor se programar e não ter perdas maiores”.

Outros estados do Centro-Oeste também estão enfrentando problemas com a seca, com colapso nas plantações como a colheita de soja em Mato Grosso, que já causou uma diminuição de preços no mercado. Dentre os municípios afetados, há as cidades com produção agropecuária como Ipora, Nova Crixás e Bom Jardim de Goiás. 

Entretanto, André afirmou em entrevista concedida ao jornal que é muito cedo para ter uma expectativa de como esse efeito climático irá afetar a população em geral, exceto pelo aumento das temperaturas e a queda na umidade no ar. Contudo, este novo comunicado do rio Meia Ponte acende o alerta para evitar desperdícios de água, que contribui para uma possível crise hídrica no estado.

Porém, a Saneago afirma que a Capital não possui até o momento algum risco de que possa ter de fazer o racionamento de água, além disso, afirma que a atual situação é o suficiente para abastecer a cidade. “A Saneago explica que a quantidade de água, atual, na captação do Rio Meia Ponte é suficiente para manter o sistema operando com qualidade e regularidade e estabilidade no abastecimento se mantenha também em 2024, não só em Goiânia, mas em todos os municípios atendidos pela Companhia”.

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