Anápolis lidera número de mortes por dengue em Goiás

Já são 13 mortes por dengue confirmadas no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Postado em: 26-02-2024 às 10h14
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Anápolis lidera número de mortes por dengue em Goiás
Ao todo, 24.612 casos da doença foram confirmados em Goiás, com 60.044 notificações | Foto: Divulgação

Anápolis é o município com o maior número de mortes por dengue em Goiás. De acordo com os últimos dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), subiu para 13 o número de óbitos em decorrência da dengue em todo o Estado. Desses,  cinco foram registrados em Anápolis; três em Uruaçu; um em Águas Lindas de Goiás; um em Luziânia; um em Goiânia; um em Iporá; um em Cristalina.

Além disso, outros 68 óbitos suspeitos ainda deverão passar pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses. Ao todo, 24.612 casos da doença foram confirmados em Goiás, com 60.044 notificações.

Em 2023, o número de casos confirmados durante todo o ano foi de 69.173, sendo 123.902 notificações e 41 óbitos. Já nas sete primeiras semanas do ano foram registrados 20.503 e 6 óbitos confirmados. Em relação às internações feitas entre janeiro e fevereiro deste ano em hospitais da rede estadual, o número já ultrapassa 600. No mesmo período de 2023, esse número foi de 63.

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Com o aumento de casos, mais de 100 municípios estão em situação de emergência para arboviroses, segundo o diagrama de controle. Com o intuito de enfrentar a crise epidemiológica no Estado, foram instalados gabinetes de crises em 84 municípios goianos.

Diante da situação, a orientação do titular da SES, Rasível dos Reis, é que a população mantenha a hidratação para evitar maiores complicações pela doença, em caso de infecção pelo vírus. A orientação também vale para os manejos com pacientes nas unidades de saúde. De acordo com o secretário, o ato deve ser realizado ainda nas poltronas de atenção primária, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).  “É importante também segregar o fluxo, ou seja, os pacientes com suspeita de dengue são separados dos pacientes que não têm suspeita de dengue”, salienta.

A capacitação dos profissionais de saúde que trabalham no enfrentamento às arboviroses também é um ponto que merece atenção, segundo Rasível. “Eles são treinados para fazerem os manejos adequados dos pacientes, na questão do manejo clínico e no fluxo de atendimento dos pacientes”, destaca.

Ao todo, o vírus da dengue se apresenta em quatro sorotipos que estão em circulação no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A Superintende de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, destaca a preocupação com o sorotipo 2 da dengue que tem sido mais incidente no Estado, por se tratar de uma forma mais grave da doença. 

“Esta linhagem, por onde ela passou, causou formas graves da doença, principalmente em pessoas mais jovens”, afirma a superintendente ao pontuar que o sorotipo 2 tem causado o aumento do número de internações. 

Sobre a vacinação, Flúvia afirma que estão avançando e destaca a boa procura por parte da população, de acordo com as informações recebidas pelos municípios. As orientações para as cidades é que caso as pessoas não vão até às unidades de saúde em busca do imunizante, a saúde deve ir até os locais onde o público alvo se encontra, como é o caso das escolas.

Flúvia salienta que a imunização só é completa após a segunda dose da vacina, por isso é importante seguir o cronograma vacinal de acordo com o Ministério da Saúde. O esquema vacinal proposto pelo Ministério da Saúde é de duas doses, com a segunda aplicada após 3 meses.

Investimento no combate às arboviroses

Para ajudar no combate e tratamento de dengue e chikungunya, foi enviado para os municípios goianos mais de R$ 5 milhões. O montante enviado pelo governo do Estado é usado para aquisição de medicamentos para o tratamento das arboviroses. A medida é executada pelo Gabinete de Combate a Arboviroses.

Cerca de 100 municípios com alto e médio risco para as doenças receberam mais de R$ 270 mil em produtos como soros – cloreto de sódio injetado -, dipirona sódica – comprimido, solução oral e injetável – e sais para hidratação.

Além disso, foram enviados ainda repelentes, equipamentos de proteção individuais, materiais impressos informativos e educativos como banners e cartazes e cartões para controle dos casos.

Mais de 6 mil doses da Qdenga já foram aplicadas em Goiás

Desde a última quinta-feira (15) quando teve início a campanha de vacinação contra a dengue em Goiás, até a última terça-feira (20), mais de 6 mil doses da vacina contra a dengue, a Qdenga, imunizante desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda, de acordo com a SES, o que representa 4% do quantitativo enviado ao Estado.

Ao todo, Goiás recebeu um total de  151.968 doses enviadas da vacina e 122 municípios de oito regionais de saúde foram abastecidos com os imunizantes. Nesta fase inicial, o público alvo para receber as doses são crianças e adolescentes de 10 e 11 anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há um total de 158 mil crianças e adolescentes nos 122 municípios.

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