Agetop suspende concessão de sete trechos de rodovias

Presidente da Agetop pretende tratar assunto com equipe de transição de novo governo

Postado em: 31-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Agetop suspende concessão de sete trechos de rodovias
Presidente da Agetop pretende tratar assunto com equipe de transição de novo governo

Presidente da Agetop afirma que a concessão dos trechos precisa ser debatida com a equipe de transição

Felipe André*

O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Luiz Cesar Kimura anunciou a suspensão do projeto de concessão de 896 quilômetros em sete rodovias goianas. A decisão ainda não é final, ou seja não significado que o projeto será cancelado, mas por se tratar de um contrato de 35 anos a ideia precisa ser debatida com a equipe de transição, do atual governo com o de Ronaldo Caiado que assume em 2019.

Continua após a publicidade

Um dos problemas que o projeto esbarra é no preço da tarifa. Empresas ou consórcios precisariam oferecer abaixo de R$ 7,87 na pista dupla, e de R$ 3,94 na via simples, para obter os 896 quilômetros. A taxa interna de retorno (TIR) para a empresa vencedora é estimado em 10,22% e a expectativa é de uma outorga de cerca de R$ 50 milhões. 

“Por agora é apenas uma suspensão, mas vamos avaliar se iremos cancelar ou apenas deixar suspenso. Eu tomei essa decisão de suspender para reanalisar as opções administrativas que impactam diretamente o preço do pedágio e por outro lado como se trata de um contrato de longo prazo (35 anos) é um assunto que acredito que precisa ser tratado com a equipe de transição do atual e do próximo governo”, disse Luiz Cesar Kimura.

Luiz Cesar assumiu a presidência da Agetop na tarde do dia 3 de outubro deste ano, após a prisão de Jayme Rincon na Operação Cash Delivery. Kimura uma semana depois anunciou que o projeto iria passar uma nova análise justamente após críticas em relação aos preços.

“De todo modo eu não tenho conhecimento de todos os elementos necessários para tomar a decisão. Por isso trouxe o processo e estou reestudando o caso, quando eu tiver uma opinião formada tomarei a minha decisão, se ela for a mesma da equipe de transição melhor, se não vamos conversar”, completou o presidente da Agetop.

Na reportagem publicada no dia 11 de outubro de 2018 pelo jornal O Hoje, Luiz Cesar Kimura explicou um pouco mais sobre a importância da questão financeira nesse projeto.

“O valor vai ser reestudado. Todos os aspectos financeiros precisam ser reavilidados, precisa encontrar um ponto de equilíbrio se não o Estado vai perder, o privado não vai entrar, ou a população perde pelo valor alto. Eu não tenho hoje a convicção que seja possível levar adiante, preciso formar o meu convencimento para decidir se vai continuar ou ficar suspenso”, explicou Luiz Cesar Kimura.

Apesar do fim do ano estar próximo, Kimura acredita que termina sua análise em até 30 dias, o que iria definir a sua posição.

Mudanças

A Agetop se reuniu no início do mês com empresas do setor, além da presença de técnicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para buscar esclarecimentos e ouvir sugestões sobre o projeto. Algumas empresas questionaram a necessidade de duplicar algumas rodovias, pois não teria necessidade e só aumentaria o valor. Das sete rodovias estaduais que estão no edital de concessão, três já estão totalmente duplicadas e outras três já receberam pista dupla em pelo menos uma parte, o que consumiu cerca de R$ 320 milhões em investimentos do Estado.

No total seriam 15 novas praças de pedágio nas sete GO’s, segundo o edital divulgado pelo governo estadual. O pagamento para exploração, conforme o edital, será de 10% na assinatura do contrato e o restante em 20 anos ou 240 parcelas.

Além das reuniões para entender a falta de interesse, o presidente da Agetop ressaltou que o período não favorece as propostas, já que a transição no governo não da a estabilidade necessária para possíveis investidores. Com a saída de José Eliton (PSDB) e a chegada de Ronaldo Caiado (Democratas), além da troca de presidente na própria Agetop, o mercado acabou se afastando. Por isso Kimura prioriza trabalhar ao lado da nova equipe de Caiado.

O presidente da Agetop ressaltou que precisa do tempo estabelecido por ele próprio para se aprofundar a respeito do caso. “De minha parte espero que no prazo de 30 dias tenha concluído a minha analise. Não tenho como adiantar a minha opinião a respeito do caso, preciso aprofundar mais o conhecimento no processo”, encerrou Luiz Cesar Kimura. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

Veja Também