Com 44 mortes, Estado aplicou apenas 23,9% das doses da vacina contra a dengue

Ao todo, são 42.851 casos confirmados e 95.910 casos notificados no Estado pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti

Postado em: 08-03-2024 às 09h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Outros 56 óbitos suspeitos são investigados do Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses da SES-GO | Foto: Agência Cora Coralina

Já são 44 mortes por dengue em Goiás, de acordo com o Boletim de Arboviroses divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), nesta quinta-feira (7). Ao todo, são 42.851 casos confirmados e 95.910 casos notificados pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Outros 56 óbitos suspeitos são investigados do Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses da SES-GO.

Com a alta no números de casos e mortes, a vacinação no Estado chama atenção. Goiás aplicou apenas 23,9% das doses enviadas ao Estado pelo Ministério da Saúde, que somam  158.505 mil,  desde o início da campanha de vacinação que começou no dia 15 de fevereiro deste ano.

A baixa adesão é uma das principais preocupações da SES-GO, segundo a Assessora Técnica da Suvisa/SES, Cristina Laval. Com o intuito de vacinar mais pessoas, a vacina que primeiramente foi disponibilizada para crianças e adolescentes de 10 e 11 anos, passou a ser aplicada no público de 10 a 14 anos. No entanto, o número de doses aplicadas ainda é tímido, diante da meta ousada da saúde, que é atingir 90% do público alvo, segundo afirma a assessora.

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Cristina Laval apela para que os pais e responsáveis por essas crianças e adolescentes procurem os serviços de saúde e atendam ao chamamento dos seus municípios para vacinar esse público. Além disso, a SES faz parcerias com os municípios por meio da gerência de imunização, que constantemente está em contato com os municípios para que sejam traçadas estratégias de melhor a adesão vacinal.

Ao todo, 134 municípios de nove regionais de saúde, que juntos possuem  398.946 crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos,  foram abastecidos com os imunizantes. O esquema vacinal é de duas doses, com a segunda aplicada após 3 meses depois de tomar a primeira.

Cristina destaca que a situação epidemiológica do Estado ainda é muito preocupante. “A nossa taxa de incidência de casos de dengue no Estado como um todo está acima do limite máximo esperado”, pontua a assessora ao afirmar que a saúde monitora os casos.

A assessora também demonstra preocupação com a quantidade de municípios que se mantêm em estado de emergência, que atualmente são 128. “Então, realmente o momento não é da gente baixar a guarda, mas sim de continuar com as ações de prevenção e controle da doença, sobretudo não deixando o mosquito nascer”, alerta.

A entrada de Goiânia em emergência também acende um alerta devido ao aporte populacional do município. De acordo com a assessora técnica, por ter grande influência em toda a região metropolitana, a capital pode trazer um acréscimo no número de casos e na taxa de incidência da doença. “A gente tem uma possibilidade maior de ter casos graves, casos de dengue com sinais de alarme e consequentemente também óbitos”, salienta.

Dados 

Sobre a prevalência do tipo da dengue no Estado, 58,5% corresponde ao sorotipo 1 e 41% ao sorotipo 2. Atualmente, 128 municípios estão em situação de emergência para arboviroses. Para enfrentar a epidemia, foram instalados 176 gabinetes de crise nos municípios goianos.

Em 2023, Goiás confirmou 69.487 casos durante todo o ano, com 124.142 notificações. O número de óbitos confirmados no ano foi de 51. Além disso, nas 9 primeiras semanas do ano passado, foram notificados 27.485 casos de dengue. Quando comparados com os dados das 9 primeiras semanas de 2024, quando o número é de  95.910, o Estado já notificou quase 70 mil casos a mais do que no mesmo período do passado.

Ao todo, 20 municípios registraram mortes em decorrência da dengue, são eles: Anápolis, Luziânia, Valparaíso de Goiás, Uruaçu, Águas Lindas, Aurilândia, Iporá, Cristalina, Goiânia, Cidade Ocidental, Novo Gama, Alto Horizonte, Caldas Novas, Senador Canedo, Ceres, Planaltina, Formosa, São Luíz do Norte, Rialma e Mimoso de Goiás.

As internações por dengue nos hospitais da rede estadual deste ano já somam 1.131. No mesmo período de 2023, o número foi de 111 internações.

Dentre as cidades, Anápolis é o local com o maior número de mortes por dengue, com 9 registros de óbitos, seguido por Luziânia, que já contabiliza sete mortes. A capital, Goiânia, registrou um falecimento de uma idosa de 73 anos, com comorbidade até a última atualização do Boletim de Arboviroses.

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