Plantio do tomate industrial impulsiona agricultura em Goiás

Produção deve crescer quase 25% na safra de 2024. Estado responde por dois terços do cultivo nacional e indústria está otimista com os números

Postado em: 16-03-2024 às 08h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Plantio do tomate industrial impulsiona agricultura em Goiás
Indústria de atomatados aproveita a boa perspectiva da safra para inovar em produtos a base deste alimento | Foto: Divulgação

O solo fértil de Goiás dá as boas-vindas ao início do plantio do tomate industrial, uma etapa crucial que sinaliza perspectivas para a agricultura do Estado. Segundo dados divulgados pela Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a expectativa é de um crescimento de 24,8% na produção goiana de tomate em 2024, na comparação com o ano anterior.

Com essa projeção, considerada animadora para muitos produtores, Goiás poderá alcançar uma produção estimada em 1,2 milhão de toneladas até o final do ano, o que representa dois terços de toda a produção nacional de tomate para processamento. Regionalmente, a cultura do tomate industrial ocupa uma área expressiva de 13,7 mil hectares, com uma produtividade média estimada em 93,7 toneladas por hectare.

Produtores locais estão otimistas com as perspectivas de uma safra promissora e esperam colher os frutos de seu trabalho árduo nos próximos meses. Esse aumento na produção não apenas beneficia os agricultores, mas também fortalece a economia regional e fornece alimentos frescos e saudáveis para a população.

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Joana Oliveira, uma agricultora familiar da região de Goiânia, compartilhou sua empolgação com o início do plantio do tomate. “Para nós, agricultores familiares, essa época do ano é crucial. O plantio do tomate não só representa uma fonte importante de renda, mas também nos conecta com a terra e com a tradição agrícola da nossa região”, disse.

O tomate é uma cultura amplamente cultivada em Goiás devido ao clima favorável da região. Os agricultores familiares desempenham um papel fundamental na produção de tomate, contribuindo significativamente para o abastecimento local e regional. Com o início do plantio, muitas famílias rurais encontram oportunidades de trabalho e desenvolvimento econômico em suas próprias terras.

José Santos, que faz parte da Cooperativa Agrícola de Goiás, destacou a importância do tomate para a economia local. “O tomate é um dos principais produtos agrícolas do estado e desempenha um papel crucial na geração de empregos e na movimentação da economia rural. A safra deste ano promete ser promissora, o que é uma excelente notícia para os agricultores e para toda a comunidade”, afirmou.

Comentando sobre esse fenômeno, Luiza Mendes, gerente de marketing de uma grande empresa de alimentos, destacou a importância do tomate para o setor de atomatados. “O tomate é um ingrediente versátil e muito procurado pelos consumidores. Com o aumento na produção, estamos ampliando nossa linha de produtos e introduzindo novas variedades de molhos e purês para atender à demanda crescente”, disse.

Além do impacto econômico positivo, o cultivo do tomate também traz benefícios ambientais e sociais. Muitos agricultores familiares adotam práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de técnicas de cultivo orgânico e a conservação dos recursos naturais. Isso não só preserva o meio ambiente, mas também garante a produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos.

No entanto, os desafios ainda persistem para os agricultores familiares, especialmente quando se trata de acesso a recursos e tecnologias. Maria Santos, uma pequena produtora de tomate em uma comunidade rural de Goiás, expressou suas preocupações. “Nós enfrentamos dificuldades para obter financiamento e assistência técnica adequada para melhorar nossas práticas de cultivo. Esperamos que as autoridades reconheçam as necessidades dos agricultores familiares e nos apoiem para que possamos continuar contribuindo para a agricultura sustentável e para o desenvolvimento de nossa região”, argumentou.

À medida que o plantio do tomate avança em todo o estado, a esperança e o otimismo estão no ar entre os agricultores familiares de Goiás. Com trabalho duro, determinação e apoio adequado, eles estão prontos para enfrentar os desafios e colher os frutos de uma safra bem-sucedida, impulsionando assim a agricultura familiar e fortalecendo a economia rural de Goiás. 

Cresce industrialização de produtos a base de tomate 

Além disso, estima-se que o Estado contribuirá com aproximadamente 31,1% da produção total de tomate do Brasil neste ano, reforçando sua posição como um dos principais polos agrícolas do país. O grupo AHL Agro faz parte desse cenário promissor. Com um braço na indústria de atomatados, com a AHL Pulp Indústria de Alimentos, a intenção é elevar a produtividade do fruto em até 12% nas lavouras. 

Para os agricultores, o aumento na demanda por tomate representa uma oportunidade de negócio lucrativa. Muitos estão expandindo suas áreas de cultivo e adotando práticas agrícolas sustentáveis para aumentar a produtividade e a qualidade do tomate. Com o apoio de programas de capacitação e assistência técnica, os agricultores estão se tornando parceiros essenciais na cadeia de suprimentos da indústria de atomatados.

“Operamos em sistema de integração e oferecemos matéria-prima de ponta, além de consultoria aos produtores do tomate industrial com o objetivo de ter um fruto saudável e reduzir as perdas. Em 2024 teremos 600 hectares de plantação nos municípios de Vianópolis, Silvânia e Luziânia”, detalha Felipe Fernando, gerente de operação de atomatados da empresa.

O gerente confirma as boas expectativas para o setor nesta safra. “Somente costumamos produzir mais de 66 mil toneladas do produto. Isso mostra que o tomate industrial desempenha um papel importante na nossa economia. Existe uma demanda cada vez mais crescente pelos derivados do fruto. E a cadeia produtiva tem se preparado cada vez mais para abastecer o mercado”, detalha Felipe.

O tomate industrial, destinado ao processamento, é a matéria-prima de extratos, molhos, ketchups e outros. Por ano, cada brasileiro consome, em média, seis quilos de produtos derivados da cultura. Garantir que o tomate chegue ao consumidor final com qualidade é um desafio constante para as indústrias do setor.

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