Desvios custaram mais de R$ 1 milhão ao Araújo Jorge

Prejuízo contra a Administração Pública ultrapassa o valor de R$ 1 milhão

Postado em: 08-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prejuízo contra a Administração Pública ultrapassa o valor de R$ 1 milhão

Eram emitidas notas de prestação de serviços que não foram realizados e criação de processo de compras

Thiago Costa

Dez pessoas foram condenadas por desvios feitos no Hospital Araujo Jorge, por meio da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), que é responsável pela gestão do hospital. O prejuízo causado aos cofres públicos que condenou, após investigações da Operação Biópsia, a ex-presidente da ACCG, Criseide Castro Dourado a 61 anos de prisão em regime fechado, ultrapassa o valor de R$ 1 milhão.

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As investigações tiveram início em fevereiro de 2012 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organização (Gaeco) do Ministério Público de Goiás. Encerradas as investigações, ficou confirmado que falsas aquisições de serviços e produtos lesavam os cofres públicos e tirava de usuários os medicamentos e os serviços para tratamento contra o câncer. 

O esquema de desvios foi organizado por uma parte dos condenados em 2008 com previsão de ação até 2010, a fim de praticar atos contra a Administração Pública. Todo o processo criminoso foi dividido em três formas de aplicação. A primeira por assessorias e consultas. Eram emitidas notas de prestação de serviços que não foram prestados e criação de processo de compras. 

De acordo com as investigações, outra forma de desvios aconteciam com o pagamento do medicamento quimioterápico “Glivec”. Notas de pagamento desse medicamento eram emitidas, porém o produto não era disponibilizado à população.

A terceira maneira que os envolvidos no esquema encontraram para praticar os crimes foi solicitando a compra de soros fisiológicos superfaturados, que também não chegaram à unidade de saúde. À época, o então secretário de Saúde, Paulo Rassi, tentou concretizar compra de 280 mil unidades do produto. Em um comparativo, a média anual da compra do insumo não passou de 20 mil unidades.

Além da ex-presidente da associação, foram condenados outras nove pessoas, entre elas, o ex-secretário de Saúde de Goiânia, Paulo Rassi, que recorrerá em liberdade à pena de sete anos e seu ex-assessor e atual secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Leonardo Alveares Magalhães, que também poderá recorrer à condenação de 4 anos e seis meses no semiaberto.

Os condenados são Criseide Castro Dourado (ex-presidente da ACCG), Clécio Paulo Carneiro (ex-tesoureiro da ACCG), Antônio Afonso Ferreira (ex-gerente financeiro da ACCG), Amarildo Cunha Brito (ex-supervisor administrativo do Hospital Araújo Jorge), Marcelo Rodrigues Gomes (administrador da empresa Assismed Comércio de Medicamentos e Serviços Ltda ME), Leonardo Souza Rezende (sócio da empresa Vidafarma Distribuidora de Medicamentos Ltda), Rafael José Lemos Filho (sócio da empresa Lemos Comércio, Representação e Consultoria de Materiais Médicos Hospitalares Ltda – Engemed), Milton Lopes de Souza (sócio da empresa Milton Lopes de Souza ME – ML Administração Hospitalar), Paulo Rassi (ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia), Alessandro Leonardo Alvares Magalhães (ex-assessor de Paulo Rassi). 

Em nota, a ACCG diz que “à época, adotou as providências legais e estatutárias contra parte das pessoas envolvidas na denominada Operação Biópsia, que com ela mantinham vínculo. Desde então, nenhuma dessas pessoas possui qualquer vínculo com a instituição”. 

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