Crianças enviam cartas para Papai Noel

Campanha dos Correios pretende realizar sonhos de mais de 20 mil crianças neste ano, em Goiás

Postado em: 10-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Campanha dos Correios pretende realizar sonhos de mais de 20 mil crianças neste ano, em Goiás

Crianças com baixa renda têm prioridade. Pedidos são diversos, mas brinquedos, material escolar e roupas têm prioridade (Wesley Costa)

Thiago Costa 

Cartinhas escritas por crianças com idade inferior a dez anos já estão disponíveis na Casa do Papai Noel, montada na sede dos Correios na Praça Cívica, no Centro da Capital. A partir deste fim de semana, quem quiser poderá adotar as cartinhas também pela internet, em um blog que será lançado pela campanha. Crianças de baixa renda poderão entregar seus pedidos para apadrinhamento até 30 de novembro. O presente deverá ser entregue na empresa até o dia 03 de dezembro no mesmo endereço que as cartas ficam disponíveis para a apadrinhagem.

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Assim que o padrinho adotar o pedido, o presente será entregue pela própria empresa à criança que foi escolhida pelo doador. O endereço de quem receberá a visita do Papai Noel não será divulgado nas cartas adotadas. Os critérios da campanha são, preferencialmente, para crianças com baixa renda que podem pedir brinquedos, material escolar e roupas.

A ação dos Correios é uma campanha que há 29 anos leva às crianças carentes a possibilidade de ter um sonho realizado por um desconhecido e entregue pelas mãos do Papai Noel na própria casa dos pequenos. Os pedidos são variados, o que garante aos possíveis padrinhos uma vasta possibilidade de encontrar um pedido especial que caiba em seu bolso e que vai levar para um lar mais que um presente, um sonho. 

Milhões de crianças já tiveram seu pedido atendido desde o início da campanha, e o objetivo agora é continuar essa história de solidariedade.  Para formar uma corrente do bem pelo país, os Correios contam com a ajuda dos empregados e de voluntários da sociedade para atender ao maior número possível de pedidos de presentes.

Os padrinhos têm preferências por materiais escolares, roupas e calçados. Os pedidos são diversos como bolas, carrinhos, bicicletas. Todos os anos recebemos pedidos de cestas básicas. As caixinhas desses pedidos são separadas para a entrega especial, que precisamos montar uma logística especial. Combinamos com o padrinho de trazer a cesta de alimentos e já encaminhamos para a casa da criança, para não passar pelo fluxo normal de entregar dos Correios. 

Sthella Bernardes é coordenadora da campanha Papai Noel dos Correios em Goiás e garante que, embora a empresa receba os mais diversificados pedidos, o foco da campanha são os brinquedos. Em 2017, cerca de 15 mil cartas foram adotadas e dessas, 16 mil crianças foram contempladas, porque, de acordo com  coordenadora, algumas crianças mencionam os irmãos e os padrinhos acabam se sensibilizando e  mandam os presentes para os dois. 

Os Correios de Goiás espera superar a quantidade de doações em relação ao ano passado. Até o momento foram recebidas 13 mil cartas e a previsão é que este ano mais de 20 mil crianças mandem seus pedidos, o que precisará de mais padrinhos para que um número significativo seja atendido. 

Em seu quarto ano como coordenadora, Stella diz que “é muito gratificante poder acompanhar o momento das entregas dos presentes, porque a gente percebe o quanto valeu todo nosso esforço e de toda a sociedade que coopera em proporcionar esse momento de alegria para crianças, que não teriam outra forma para ter esses pedidos atendidos. 

Pedido emocionante

“Um dos casos que mais chamou a atenção de todos os funcionários da empresa aconteceu ano passado, quando uma menina mandou uma carta em Braille [sistema de escrita utilizado por pessoas com deficiência visual] e pedia um violão para que ela aprendesse a tocar para a irmã mais nova. Essa carta sensibilizou todos e logo foi adotada”, conta a coordenadora da campanha. 

Stella ressalta ainda outra cartinha que pedia paz para o mundo. Para a servidora, esses tipos de cartas são daquelas difíceis de responder. “Sabemos da esperança da criança e acreditamos que essa campanha é como se fosse uma resposta para essa cartinha, pois é uma ação de paz onde todos nós temos a oportunidade de fazer a diferença na vida de várias dessas crianças”, finaliza. 

Para o superintendente estadual dos Correios, Osmar Caldeira Junior, a campanha é corporativa. Enquanto Goiás desenvolve a ação, todas as outras superintendências estaduais dos correios também estão na mesma visão, com o objetivo de responder com excelência às expectativas das crianças que escrevem para o Papai Noel dos Correios.

“Essa ação iniciou porque recebíamos na empresa cartas endereçadas ao Polo Norte. Como ainda não existia a campanha, essas cartas eram descartadas. Foi, então, quando as cartas começaram a ser lidas e os próprios funcionários começaram a fazer as doações às crianças, e foram as atitudes dos funcionários dos Correios que tornou a campanha como é hoje, com toda a sua grandiosidade”, comenta Osmar.

Ainda de acordo com o superintendente, são vários tipos de pedidos, que vão desde um simples panetone a cadeiras de rodas. A campanha deixa os servidores felizes, pois quando eles chegam nas escolas com toda uma estrutura montada e com o Papai Noel  e as crianças o veem chegar, a euforia delas enche de alegria os olhos dos envolvidos. 

Crianças de Cmeis entregam pessoalmente cartinhas ao Papai Noel  

Alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Cecília Meireles entregaram pessoalmente suas cartinhas escritas a próprio punho ao Papai Noel, no lançamento oficial da campanha Papai Noel dos Correios 2018, no edifício-sede da estatal, no Setor Central. As crianças de quatro anos recepcionaram o bom velhinho com muita festa e ao som de músicas natalinas.

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), é parceira dos Correios há vários anos e sempre participa das ações envolvendo os projetos. Na ocasião, a professora regente de uma das turmas, Ivey Stela Silva, realizou a contação da história “Vestido Azul”, que fala de solidariedade e doação.

De acordo com a professora, a escrita das cartinhas no Cmei em outubro foi bem envolvente. “Nós preparamos as crianças antes, nossa coordenadora se vestiu de Mamãe Noel e com um envelope grande, foi explicado às crianças como era uma carta e o que elas deveriam escrever para pedir o presente. Enfatizamos a questão de ajudarem e cuidarem do outro, para fazerem o mundo melhor. Eles veem o Papai Noel como alguém acolhedor, que cuida, que eles querem estar perto”, contou.

Mayra Inácia é coordenadora de um Cmei em Goiânia, acompanhou as crianças e falou da oportunidade. “É a primeira vez que participamos e para nós foi muito gratificante, porque demos a vez e a voz para os alunos escolherem o que querem, mas orientamos a não pedir só brinquedos tecnológicos. Muitas vezes os pais não tem condição, mas com o projeto do Natal, falamos que o Papai Noel vai trazer o presente e trabalhamos com a questão da imaginação e fantasia das crianças”, ressalta.

Neste ano, 50 instituições de ensino de Goiânia participam do projeto, sendo 35 Cmeis e 15 escolas, beneficiando aproximadamente doze mil alunos. Em especial, são indicadas pela SME, unidades educacionais que contemplem crianças em situação de vulnerabilidade social. 

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