Período da piracema segue até fevereiro do próximo ano

Período da proibição da pesca começou no início do mês de novembro

Postado em: 10-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Período da piracema segue até fevereiro do próximo ano
Período da proibição da pesca começou no início do mês de novembro

A piracema é um fenômeno que representa a migração de peixes para a reprodução

Felipe André*

O período da piracema começou no primeiro dia de novembro. A época de reprodução do peixe dura até o último dia de fevereiro e sendo assim as pescas estão proibidas. Esse intervalo de tempo caracteriza a cheias de rios, quando os peixes ficam prontos para desova – etapa para reproduzir. A tendência do peixe é subir rio a cima para desovar. Está liberado apenas a pesca esportiva (prática de pesque e solte) com licença para modalidade específica. 

Continua após a publicidade

“Tem os peixes que fazem isso biologicamente e tem outras espécies que não faz essa migração, as espéceis mais sedentárias, como a gente chama. Mas boa parte dos peixes nativos do Brasil realizam esse fenômeno de piracema, que é a migração reprodutiva”, explicou José Dias Neto, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Os quatro meses são essenciais para a reprodução da fauna aquática e manutenção dos estoques pesqueiros, fonte de alimento e renda para milhares de famílias em Goiás. Este ano a fiscalização será realizada pela: Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) que vão percorrer rios e lagos goianos.

“A piracema é um fenômeno que representa a migração de peixes para a reprodução. Isso acontece durante o período de cheias de rios e neste período os peixes ficam prontos para desova. Já o defeso vem a ser o período que se protege o peixe neste período. Ou seja, ele visa a evitar a pesca neste período. Eles se coincidem em questão de tempo”, esclareceu José Dias Neto, em entrevista para o Brasil Rural, do Portal EBC.

As regiões com o maior índice de fiscalização serão: Três Ranchos, Rio Vermelho, Corumbá III e IV, Paranã, Rio das Almas e Rio Piracanjuba. Eles irão contar com orientações sobre o período e vão atuar também na repressão à pesca predatória. Haverá ainda uma maior concentração de equipes na região do Parque Estadual do Araguaia (São Miguel do Araguaia), Rio Crixás e Rio do Peixe.

Aqueles que desrespeitarem a piracema serão penalizados com multa que podem variar de R$ 1 mil a R$ 100 mil. A cota de captura (3 kg a 10 kg) varia dependendo da bacia/região.

Lei da Cota Zero

O período da piracema acontece em conjunto com a Lei da Cota Zero, que proíbe o transporte de peixes em todo o estado de Goiás. Essa junção têm resultado no aumento da quantidade de peixes nos mananciais goianos, com incremento na pesca esportiva. Paralelamente à piracema, ações de combate ao desmatamento e extração de areia ilegal ocorrem também em outras regiões de Goiás.

“No caso da piracema, que é a proibição total da pesca, o pescador que vive disso tem uma cota [entre 3 até 10kg] que pode pegar para alimentar sua família. O defeso proíbe a pesca comercial. A fiscalização fica por conta de quantos quilos de peixe serão encontrados com o pescador, se ultrapassar será multado. Buscamos ser eficientes e para ser eficientes estamos indo em direção de um caminho que é a proibição total”, encerrou José Dias Neto. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

Veja Também