Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Canteiro de obras recebe horta de verduras frescas, em Goiânia

Cerca de 200 mudas variadas de hortaliças são cultivadas em obras de Goiânia e doadas para alimentar funcionários

Postado em: 16-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 200 mudas variadas de hortaliças são cultivadas em obras de Goiânia e doadas para alimentar funcionários

O projeto das hortas nas obras ultiliza materias reaproveitados da própria construção

Felipe André*

Um canteiro de obras na região Sudoeste de Goiânia ganhou um toque a mais no dia a dia. Um local separado dentro da própria obra recebe uma horta que conta com cerca de 200 mudas de hortaliças, como couve, cebolinha, alface, tomate e temperos cultivados em um pequeno pedaço de terra. O local em questão é na construção de um residencial na Capital e recebe, ao menos, uma hora de atenção e cuidados todos os dias. O resultado da horta vai direto para a mesa dos operários.

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Um dos cuidadores da horta é o auxiliar de serviços gerais José Wellington Oliveira Marques. Ele conta que o tempo dedicado para a horta o faz lembrar de sua juventude, quando trabalhou no campo. “Já morei e trabalhei em fazenda por cerca de 10 anos e gosto de plantação. Além do mais, o pessoal todo aqui da obra adora a horta, pois todos podem levar, sempre que precisam, produtos fresquinhos, sem agrotóxico e o que é melhor, de graça”, revelou José Wellington.

O intuito da horta é bem simples, alimentar os trabalhadores. Os colaboradores podem desfrutar dos itens nas obras, como as pimentas, por exemplo, que sempre são colhidas para dar um toque a mais no tempero do almoço servido no próprio local e quando se aproxima o período de colheita é feita distribuição gratuita entre todos os operários, de acordo com o interesse de cada um e a disponibilidade da produção de cada espécie, visando sempre atender igualitariamente a todos que desejam levar os alimentos para casa.

Mais hortas

Mas essa não é uma experiência única para essa obra. Outro empreendimento residencial que está sendo construído em Goiânia, também adota a mesma iniciativa. Para a gestora ambiental da construtora que teve as iniciativas, Cinthia Martins, o cultivo das hortaliças nas áreas de construção tem como principal objetivo, a promoção do bem-estar dos colaboradores.

“Propomos a eles o entendimento sobre a importância de uma alimentação saudável para a promoção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores, auxiliando não só na manutenção do peso, mas também na prevenção de algumas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, oferecendo o exemplo, que é a melhor forma de educar”, destaca Cinthia.

Bruna Frazão, assistente de gestão ambiental da Toctao Engenharia, também diz que sempre que pode leva alguns maços de couve ou cebolinha e faz ‘uma média’ em casa. “Levo sempre, e minha mãe adora, pois os legumes e as verduras são fresquinhos e sem agrotóxico. Ela diz que são mais saborosas do que as hortaliças compradas no supermercado”.

Palestras

Além da horta no canteiro de obras, a empresa também promove palestras sobre alimentação saudável e conta com a presença de diversos nutricionistas convidados. O intuito é gerar uma consciência mais benéfica e reduzir os riscos de doenças mais graves, conforme informou a gestora ambiental da construtora.

“Recentemente, um profissional falou para os colaboradores sobre os alimentos funcionais, que são aqueles que oferecem benefícios à saúde, além de suas funções nutricionais básicas. Eles podem, por exemplo, reduzir o risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, entre outras”, recorda Cinthia.

Além do mais as ações educativas sobre a alimentação visam diminuir o desperdício de alimentos. O assunto é inserido constantemente no Diálogo Semanal de Segurança (DSE) da empresa. O lixo orgânico se transforma em adubo para a horta que por sua vez, também se aproveitou da madeira que não foi utilizada na construção. “Temos sempre uma composteira, feita na própria obra com materiais reaproveitados. Nela colocamos terra e resíduos orgânicos que sobram das refeições dos colaboradores. Assim transformamos o lixo orgânico em adubo para usar na nossa horta”, ressaltou.

Para a gestora ambiental, esta é uma ação simples, que não demanda muito investimento, mas tem um impacto forte na conscientização dos trabalhadores. “Eles são os verdadeiros donos da horta. Podem usufruir de tudo que é produzido, podendo inclusive levar para casa, conscientizando também a família. Nossa intenção é envolvê-los com os cuidados que devem ter com seu próprio bem-estar e saúde, bem como com todas as práticas ambientais adotadas pela empresa dentro das obras”, disse. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

Pesquisa diz que cresce procura por alimentação saudável 

O cardápio do dia a dia dos brasileiros está mais colorido com verduras, legumes e frutas, alimentos considerados saudáveis. É o que aponta pesquisa, feita pelo Instituto Datafolha, para a Associação das Empresas e Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert).

O levantamento, produzido entre 14 e 22 de dezembro do ano passado e entre 6 e 16 de janeiro deste ano, abrangeu 51 cidades das quais 23 são capitais. Foram feitas 4.560 entrevistas com proprietários de estabelecimentos ou responsáveis por informações sobre preços. Os pesquisadores foram a restaurantes, bares, lanchonetes e padarias.

da metade dos consultados (56%) acredita que os clientes estão cada vez mais interessados no consumo de uma alimentação saudável. Do total entrevistado, 53% notaram aumento na procura por frutas; 61% observaram que os clientes estão comendo mais verduras e legumes e 65% observaram que cresceu o consumo de sucos naturais. Já a preferência pela combinação do arroz com feijão não houve alteração, segundo 58% dos consultados.

Preço da comida

Na apuração, foram coletadas informações sobre preços de 5.436 pratos. Segundo o estudo, o trabalhador que almoça fora de casa pagou em média, no começo do ano, R$ 30,48 por refeição. O valor é superior à média registrada em 2015 (R$ 27,36%) e corresponde a 76,2% da renda de um trabalhador que recebe salário mínimo.

Em duas das cinco regiões pesquisadas, foi constatado um custo por refeição acima da média, caso do sul do país (R$ 31,74) e do sudeste (R$ 30,93). A região com o menor valor é a centro-oeste, onde o trabalhador paga, em média, R$ 26,73. No norte do país, a refeição custa, em média, R$ 28,48 e, no nordeste, R$ 29,18.

No sudeste, entre as cidades do estado de São Paulo com a refeição mais cara figura Santos, no litoral, com R$ 34,83. O segundo maior valor foi constatado em Campinas (R$33,01). No Rio de Janeiro, aparece Niterói na frente (R$ 37,52) e, em Minas Gerais, Belo Horizonte (R$ 24,52).

Preço de Brasília

No centro-oeste, o maior desembolso ocorre em Brasília (R$ 28,10); no sul, em Blumenau (R$ 38,29); no nordeste, São Luis (R$ 35,57) e no Norte, em Palmas (R$ 28,79).

O estudo marca a comemoração dos 40 anos do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que contempla cerca de 20 milhões de pessoas. Com base em dados do ministério, a Assert informou que, no ano passado, 19,5 milhões de trabalhadores foram beneficiados pelo programa de alimentação subsidiada. Desses, 16,2 milhões ou 83,2% têm renda mensal de até cinco salários mínimos.

O total de empresas engajadas no programa é de 223,4 mil. Já as empresas fornecedoras de alimentação somam 13,8 mil; as prestadoras de serviços em alimentação coletiva são 249 e o número de profissionais habilitados em nutrição vinculados ao programa é de 22,2 mil. (Agência Brasil) 

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